Grande Rota Peneda-Gerês: Lindoso, entre espigueiros, muralhas e mergulhos

Grande Rota Peneda-Gerês: Lindoso, entre espigueiros, muralhas e mergulhos
Os espigueiros de Lindoso. (Foto: Rui Manuel Fonseca/GI)
No sopé de uma das encostas da serra Amarela, a aldeia de Lindoso alberga um castelo que foi palco de duras batalhas contra os espanhóis, a maior coleção de espigueiros de pedra ao nível ibérico, caminhadas entre moinhos abandonados e um espelho de água límpida.

Ao longo dos próximos dias, estamos a publicar reportagens pelas aldeias e vilas por onde passa a Grande Rota do Parque Nacional da Peneda-Gerês. Esta localidade é uma de várias.

A sua posição estratégica sobre o rio Lima e a posição fronteiriça com Espanha tornaram o medieval CASTELO DE LINDOSO, que sempre funcionou como forte militar e nunca como residência, numa peça-chave da nossa defesa, também este palco de duras batalhas que ajudaram a afirmar a independência nacional. Foi fundado no reinado de D. Afonso III, no século XIII e mais tarde mandado restaurar por D. Dinis, o que pode explicar a sua atual boa preservação. Aliás, reza a lenda que D. Dinis, “tão alegre e primoroso o achou, que lindoso o chamou”. O núcleo museológico mostra coleções de armas do século XIV ao XIX e de arqueologia deste território. Esta parte ainda se encontra encerrada, mas é possível passear na envolvência exterior, em torno das muralhas, contemplando a torre de menagem e a paisagem da serra Amarela.

Mas é o grupo de sessenta e quatro ESPIGUEIROS DE LINDOSO em pedra, mesmo ao lado do castelo, que rouba atenções. Trata-se do maior conjunto deste género na Península Ibérica, serviam para armazenar e secar os cereais de cada morador – em especial o milho – e são mais uma prova viva do espírito comunitário da aldeia.

A maior coleção de espigueiros em pedra ao nível ibérico. (Fotografias: Rui Manuel Fonseca/GI)

O Castelo de Lindoso. (Foto: DR)

A Igreja Matriz de Lindoso. (Foto: Rui Manuel Fonseca/GI)

Ainda neste amplo largo da aldeia, que chamam de Largo do Castelo, é possível apreciar a IGREJA MATRIZ DE LINDOSO, e a sua bela torre sineiral frontal em granito, onde a população ainda se junta aos domingos e às terças para as missas. Aqui, as placas dão indicação para o interior da povoação, caminhando-se entre hortas e laranjeiras até às duas fontes da aldeia, a FONTE DA LAMELA e FONTE DA TORNADA, ambas com água fresca e potável.

A beleza natural desta zona só fica completa com o POÇO DA GOLA, uma pequena e recatada represa de águas límpidas, alimentada pelo ribeiro de Mulas e o rio da Ponte. Com muitas zonas de sombra, graças ao carvalhal e restante vegetação, cenário perfeito para os meses mais quentes, é aqui que se dirigem muitos adeptos dos mergulhos na Natureza pura. Até chegar ao espelho de água natural onde se pode nadar, basta seguir pelo caminho colado ao Café-Restaurante Mó, na Parada de Lindoso, junto à estrada N304-1 e seguir até à ponte de madeira. Depois, é cortar pelo pequeno trilho à direita e seguir o curso de água durante um ou dois minutos.

O Trilho dos Moinhos de Parada.

No Poço da Gola, já se avistam alguns moinhos de Parada de Lindoso, construídos em granito e atualmente abandonados, mas que já foram recurso diário das gentes que aqui viviam. Estão situados junto ao curso de água que corre pelos rochedos do poço. Para conhecê-los melhor, é imperativo fazer o TRILHO DOS MOINHOS DE PARADA. Junto à ponte do Poço da Gola, o caminho está sinalizado. Ao todo, são sete quilómetros de caminhada em formato circular (qualquer coisa como quatro horas e meia de duração) entre campos e vinhedos, num percurso não regular mas relativamente fácil de fazer.

Algo está a fazer com que o sistema não consiga mostrar a ficha ténica desejada. Pedimos desculpa pelo incómodo.




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