Vale bem a pena fazer um desvio de 300 metros do caminho para visitar as cascatas do rio Barosa, cerca de cinco quilómetros antes de Caldas de Reis. É um sítio tranquilo e refrescante, com árvores, mesas de piquenique e bar. Se estiver calor, mais apetece ficar neste parque com moinhos.
A água é um elemento muito presente na rota. Tanto que, em Caldas de Reis, junto ao rio Umia, há uma taberna com esplanada que funciona num antigo moinho: chama-se, sem surpresa, O MUIÑO. Ainda há mós neste lugar onde agora se serve tapas, queijos, carnes, cervejas. Chouriços pendurados, fotografias e azulejos desencorajando o fiado integram a decoração. Isso e um aviso: aqui as coisas não são feitas à pressa, mas «com tempo e qualidade», pelo que é preferível «relaxar e desfrutar».
Com vagar também sabe melhor a visita a IRIA FLAVIA, antiga cidade romana e outrora sede episcopal, um par de quilómetros depois de Padrón. A Igreja de Santa María la Mayor de Iria Flavia, um dos primeiros templos marianos do mundo e catedral anterior à de Santiago de Compostela, foi declarada Bem de Interesse Cultural em 1975. Em frente, está a FUNDAÇÃO CAMILO JOSÉ CELA, Prémio Nobel da Literatura em 1989. O museu guarda um espólio diverso do escritor, sepultado no cemitério de Adina, ao lado da igreja, na localidade onde nasceu.
Naquele espaço bem cuidado, com oliveiras centenárias, esteve também em repouso a poeta galega Rosalía de Castro, cujos restos mortais foram trasladados para o Panteão de Galegos Ilustres, em Santiago. Mas no cemitério ainda existe uma lápide em honra da autora de «Cantares Gallegos», obra publicada em 17 de maio de 1863, e que desencadeou um processo de revitalização da língua galega – por isso se comemora, nessa data, o Dia das Letras Galegas.
Se há local que se presta a leituras tranquilas é o turismo rural OS LAMBRÁNS, projeto familiar desenvolvido numa aldeia de Padrón, a menos de um quilómetro do caminho. Não será em vão esse pequeno desvio para carimbar a credencial e dar folga às pernas e às bicicletas, guardadas numa garagem com tomadas.
Lambráns era a alcunha dos antigos donos, explica Celestina Castañeiras, antes de mostrar os quartos (alguns com capacidade para três pessoas) e o único apartamento. Em tempos, aquela foi uma propriedade agrícola. Ainda restam espigueiros e ouve-se a cantiga dos pássaros, num espaço relvado, com espreguiçadeiras, onde apetece ficar.
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