Do Porto a Santiago: a quinta etapa, entre Pontevedra e Padrón (40 kms)

Cascatas do rio Barosa. Fotografia: Leonel de Castro/GI
Entre Pontevedra e Caldas de Reis, há banhos de cascata e tapas num antigo moinho. Já em Padrón, descobre-se a ligação de Iria Flavia a Camilo José Cela, Prémio Nobel da Literatura, e Rosalía de Castro, célebre poeta galega. Esta é a quinta etapa de um roteiro da Evasões que vai do Porto a Santiago de Compostela, na Galiza.

Vale bem a pena fazer um desvio de 300 metros do caminho para visitar as cascatas do rio Barosa, cerca de cinco quilómetros antes de Caldas de Reis. É um sítio tranquilo e refrescante, com árvores, mesas de piquenique e bar. Se estiver calor, mais apetece ficar neste parque com moinhos.

As cascatas do rio Barosa ficam num parque com moinhos e mesas de piquenique.
Fotografia: Leonel de Castro/GI

A água é um elemento muito presente na rota. Tanto que, em Caldas de Reis, junto ao rio Umia, há uma taberna com esplanada que funciona num antigo moinho: chama-se, sem surpresa, O MUIÑO. Ainda há mós neste lugar onde agora se serve tapas, queijos, carnes, cervejas. Chouriços pendurados, fotografias e azulejos desencorajando o fiado integram a decoração. Isso e um aviso: aqui as coisas não são feitas à pressa, mas «com tempo e qualidade», pelo que é preferível «relaxar e desfrutar».

Com vagar também sabe melhor a visita a IRIA FLAVIA, antiga cidade romana e outrora sede episcopal, um par de quilómetros depois de Padrón. A Igreja de Santa María la Mayor de Iria Flavia, um dos primeiros templos marianos do mundo e catedral anterior à de Santiago de Compostela, foi declarada Bem de Interesse Cultural em 1975. Em frente, está a FUNDAÇÃO CAMILO JOSÉ CELA, Prémio Nobel da Literatura em 1989. O museu guarda um espólio diverso do escritor, sepultado no cemitério de Adina, ao lado da igreja, na localidade onde nasceu.

Cemitério de Adina, em Iria Flavia, onde está sepultado o escritor Camilo José Cela, Prémio Nobel da Literatura.
Fotografia: Leonel de Castro/GI

Naquele espaço bem cuidado, com oliveiras centenárias, esteve também em repouso a poeta galega Rosalía de Castro, cujos restos mortais foram trasladados para o Panteão de Galegos Ilustres, em Santiago. Mas no cemitério ainda existe uma lápide em honra da autora de «Cantares Gallegos», obra publicada em 17 de maio de 1863, e que desencadeou um processo de revitalização da língua galega – por isso se comemora, nessa data, o Dia das Letras Galegas.

Se há local que se presta a leituras tranquilas é o turismo rural OS LAMBRÁNS, projeto familiar desenvolvido numa aldeia de Padrón, a menos de um quilómetro do caminho. Não será em vão esse pequeno desvio para carimbar a credencial e dar folga às pernas e às bicicletas, guardadas numa garagem com tomadas.

Os Lambráns, turismo rural nascido numa antiga propriedade agrícola, perto de Padrón.
Fotografia: Leonel de Castro/GI

Lambráns era a alcunha dos antigos donos, explica Celestina Castañeiras, antes de mostrar os quartos (alguns com capacidade para três pessoas) e o único apartamento. Em tempos, aquela foi uma propriedade agrícola. Ainda restam espigueiros e ouve-se a cantiga dos pássaros, num espaço relvado, com espreguiçadeiras, onde apetece ficar.

Algo está a fazer com que o sistema não consiga mostrar a ficha ténica desejada. Pedimos desculpa pelo incómodo.

Leia também:

Do Porto a Santiago: o primeiro roteiro, de Porto a Barcelos (56 km)
Do Porto a Santiago: a segunda etapa, entre Barcelos e Ponte de Lima (33 kms)
Do Porto a Santiago: a terceira etapa, entre Ponte de Lima e Tui (38 kms)

 




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