Casa dos Coimbras
A CASA DOS COIMBRAS é um lugar cheio de História, que iniciou novo capítulo no verão passado, quando abriu ao público com diferentes valências, pela mão da família Lencastre, proprietária, e da empresa Signinum. Esta última foi responsável pelo projeto de conservação e restauro, até porque inserida naquele património está a capela privada mais antiga da cidade. A Capela dos Coimbras, ou Capela de Nossa Senhora da Conceição, foi construída entre 1525 e 1528, a mando de D. João de Coimbra, provisor e vigário-geral da diocese de Braga, e fica colada à IGREJA DE SÃO JOÃO DO SOUTO, local de devoção indissociável das festas são-joaninas, que terão nascido aí.
O conjunto arquitetónico Casa e Capela dos Coimbras está classificado como Monumento Nacional, revela o coordenador do espaço, João Ferreira. E que melhor convite para entrar? Para lá daqueles muros, há um café-museu aberto a exposições, assim como um jardim-esplanada, de acesso livre, que recebe espetáculos e outros eventos (o São João deverá ser celebrado com DJ). A carta assenta em cocktails e snacks, como tábuas mistas, tostas ou hambúrgueres. Já a visita à capela e à torre com vitrais coloridos, a que se chega por uma escada em caracol, requer bilhete.
Parque da Ponte
Este parque urbano, no extremo sul da Avenida da Liberdade, é palco habitual de arraiais são-joaninos. A música mistura-se com os diversos pontos de comes e bebes (das sardinhas assadas às bifanas e farturas), num espaço com árvores, jardins, esculturas, um lago, mesas de piquenique e instalações sanitárias. A parte exterior – que é também a mais antiga – cresceu em redor da CAPELA DE SÃO JOÃO DA PONTE, construída em 1616. É lá que se celebra, no dia 24, às 11h, a Eucaristia Solene do Nascimento de São João Baptista. O parque acolhe ainda outras iniciativas, desde cantares ao desafio até um torneio de malha.
Levar os santos para casa
Em junho, os santos populares também chegam à livraria Centésima Página, que tem expostas peças de três criadores: o artesão António Costa, com os seus Papeludos feitos de pasta de papel; e as ceramistas Conceição Sapateiro e Maria João Sampaio. As figuras, representando São João, Santo António e São Pedro (e ainda manjericos, gigantones, homens e mulheres minhotos, no caso dos Papeludos), podem ser adquiridas por valores desde 15 euros.
Mais de mil jogos de tabuleiro
Outro atrativo do Parque da Ponte é a Ludoteca da Estufa, equipamento público nascido numa antiga estufa municipal e dinamizado pela associação Cidade Curiosa. Vale a pena apreciar a arquitetura do edifício, de cor amarela, que já serviu de videoteca e hoje guarda acima de 1300 jogos de tabuleiro, para diferentes faixas etárias. Entre jogos de estratégia e de xadrez, há muito para explorar ali, de forma gratuita, todos os dias – e existe serviço de empréstimos. Tel.: 916861891. Das 9h às 12h30 e das 14h às 19h; sexta e sábado, das 9h às 12h30 e das 14h às 22h30; domingo, das 15h às 19h. Encerra nas manhãs de domingo e segunda.
Brunch para todas as horas
O Méze, na Praça Conde Agrolongo, tem um menu versátil e com opções 100% vegetarianas, que inclui desde panquecas e bowls até produtos de cafetaria ou cocktails. Uma alternativa para quem dispensa a habitual sardinha assada.
Quando Nuno Carvalhal decidiu avançar com um negócio próprio na restauração, após outras experiências na área, fê-lo com o sogro, Paulo Morais, e focado no brunch. O Méze, cujo nome remete para outras latitudes e para uma ideia de convívio e partilha, abriu em março do ano passado, na Praça Conde Agrolongo, em Braga. “Queríamos criar a nossa identidade dentro do conceito de brunch, não copiar o que já existe; temos um ou outro prato que vai buscar sabores mais tradicionais, como a alheira”, conta ele, antes de fazer chegar à mesa a panqueca batizada com o nome da casa – uma proposta salgada, de porte generoso, que envolve cogumelos Portobello, espinafres e molho holandês com alho negro.
A oferta contempla panquecas, tostas, tapiocas, uma variedade de bowls, e em breve chegam bagels e bolos caseiros. Nas bebidas, dominam os cocktails, os sumos naturais e os batidos, sem esquecer a cafetaria. É uma ementa versátil, com algumas opções veganas, que se adapta a diferentes fases do dia e está disponível de manhã à noite, durante todo o horário de funcionamento – sendo o fecho ampliado até às 23 horas no fim de semana que marca o auge dos festejos de São João.
“Dá para vir beber um café, um cocktail, ter uma experiência mais saudável ou mais gulosa”, observa Nuno, sublinhando a aposta na qualidade dos ingredientes. O Méze tem parcerias, por exemplo, com a padaria bracarense Nørre (usa o seu pão artesanal de fermentação lenta e natural) ou com a Quinoa Portuguesa (de produção biológica, em Barcelos). E os legumes e frutas chegam ali vindos, essencialmente, do mercado municipal, pela mão da D. Tina.
Destaques do programa
Tradições seculares, espetáculos, exposições, bombos, cavaquinhos, concertinas, cantares ao desafio, cabeçudos e gigantones, fogo de artifício, arraiais e muita devoção. Tudo isto integra o programa das Festas de São João de Braga, que já está em curso, atingindo o ponto alto na noite de 23 para 24 de junho.
Concertos
Entre os espetáculos musicais agendados, destacam-se o dos Santamaria, na madrugada de 23 para 24, na Avenida Central; e o de José Cid, que atua, no dia 24, no mesmo local.
Cancioneiro reinterpretado
Uma novidade é a apresentação do projeto “São João Hoje” – Cancioneiro Sanjoanino Bracarense, que foi alvo de reinterpretação, de modo a acompanhar as sonoridades atuais. A conferir na Gala Sanjoanina, dia 21, às 21h, no Theatro Circo.
Cortejo das Rusgas e Fogo da Ponte
Na noite de 23 de junho, o Cortejo das Rusgas parte da zona do Arco da Porta Nova em direção ao Parque da Ponte, recriando uma velha tradição. Segue-se um espetáculo de pirotecnia no Monte do Picoto.
Cortejo Sanjoanino
No dia 24, realiza-se o Cortejo Sanjoanino, marcado por três representações teatrais: o Carro das Ervas, a Dança do Rei David e o Carro dos Pastores (que, neste ano, é novo). Os carros alegóricos percorrem as ruas de manhã e de tarde.
Curiosidades sobre a festa
Origens
São apresentadas como as “festas são-joaninas mais antigas de Portugal”, com raízes em 1150, ano em que foi fundada, em Braga, uma igreja dedicada a São João. Em meados do século XIX, havia duas romarias coincidentes em sua honra, que acabaram por se fundir: a de São João da Ponte e a de São João do Souto.
Números
A organização espera mais de um milhão de visitantes nesta edição das Festas de São João de Braga, que envolvem cerca de dez mil pessoas e 365 entidades. O programa contempla mais de 150 iniciativas.