Comida, natureza e outras ideias para viver as Festas de São João de Braga

Parque da Ponte, Braga. (Fotografia de Pedro Granadeiro/GI)
As Festas de São João de Braga já animam a cidade, do centro histórico ao Parque da Ponte. É o regresso em pleno à celebração fora de portas, após dois anos de constrangimentos causados pela pandemia. Eis algumas sugestões de paragem, entre monumentos e novidades de comer e beber.

Casa dos Coimbras

A CASA DOS COIMBRAS é um lugar cheio de História, que iniciou novo capítulo no verão passado, quando abriu ao público com diferentes valências, pela mão da família Lencastre, proprietária, e da empresa Signinum. Esta última foi responsável pelo projeto de conservação e restauro, até porque inserida naquele património está a capela privada mais antiga da cidade. A Capela dos Coimbras, ou Capela de Nossa Senhora da Conceição, foi construída entre 1525 e 1528, a mando de D. João de Coimbra, provisor e vigário-geral da diocese de Braga, e fica colada à IGREJA DE SÃO JOÃO DO SOUTO, local de devoção indissociável das festas são-joaninas, que terão nascido aí.

O conjunto arquitetónico Casa e Capela dos Coimbras está classificado como Monumento Nacional, revela o coordenador do espaço, João Ferreira. E que melhor convite para entrar? Para lá daqueles muros, há um café-museu aberto a exposições, assim como um jardim-esplanada, de acesso livre, que recebe espetáculos e outros eventos (o São João deverá ser celebrado com DJ). A carta assenta em cocktails e snacks, como tábuas mistas, tostas ou hambúrgueres. Já a visita à capela e à torre com vitrais coloridos, a que se chega por uma escada em caracol, requer bilhete.

A Capela dos Coimbras. (Fotografias de Pedro Granadeiro/GI)


Parque da Ponte

Este parque urbano, no extremo sul da Avenida da Liberdade, é palco habitual de arraiais são-joaninos. A música mistura-se com os diversos pontos de comes e bebes (das sardinhas assadas às bifanas e farturas), num espaço com árvores, jardins, esculturas, um lago, mesas de piquenique e instalações sanitárias. A parte exterior – que é também a mais antiga – cresceu em redor da CAPELA DE SÃO JOÃO DA PONTE, construída em 1616. É lá que se celebra, no dia 24, às 11h, a Eucaristia Solene do Nascimento de São João Baptista. O parque acolhe ainda outras iniciativas, desde cantares ao desafio até um torneio de malha.

A capela de São João da Ponte, no Parque da Ponte.


Levar os santos para casa

Em junho, os santos populares também chegam à livraria Centésima Página, que tem expostas peças de três criadores: o artesão António Costa, com os seus Papeludos feitos de pasta de papel; e as ceramistas Conceição Sapateiro e Maria João Sampaio. As figuras, representando São João, Santo António e São Pedro (e ainda manjericos, gigantones, homens e mulheres minhotos, no caso dos Papeludos), podem ser adquiridas por valores desde 15 euros.

Os Papeludos, do artesão António Costa.


Mais de mil jogos de tabuleiro

Outro atrativo do Parque da Ponte é a Ludoteca da Estufa, equipamento público nascido numa antiga estufa municipal e dinamizado pela associação Cidade Curiosa. Vale a pena apreciar a arquitetura do edifício, de cor amarela, que já serviu de videoteca e hoje guarda acima de 1300 jogos de tabuleiro, para diferentes faixas etárias. Entre jogos de estratégia e de xadrez, há muito para explorar ali, de forma gratuita, todos os dias – e existe serviço de empréstimos. Tel.: 916861891. Das 9h às 12h30 e das 14h às 19h; sexta e sábado, das 9h às 12h30 e das 14h às 22h30; domingo, das 15h às 19h. Encerra nas manhãs de domingo e segunda.

A Ludoteca da Estufa, no Parque da Ponte.


Brunch para todas as horas

O Méze, na Praça Conde Agrolongo, tem um menu versátil e com opções 100% vegetarianas, que inclui desde panquecas e bowls até produtos de cafetaria ou cocktails. Uma alternativa para quem dispensa a habitual sardinha assada.

Quando Nuno Carvalhal decidiu avançar com um negócio próprio na restauração, após outras experiências na área, fê-lo com o sogro, Paulo Morais, e focado no brunch. O Méze, cujo nome remete para outras latitudes e para uma ideia de convívio e partilha, abriu em março do ano passado, na Praça Conde Agrolongo, em Braga. “Queríamos criar a nossa identidade dentro do conceito de brunch, não copiar o que já existe; temos um ou outro prato que vai buscar sabores mais tradicionais, como a alheira”, conta ele, antes de fazer chegar à mesa a panqueca batizada com o nome da casa – uma proposta salgada, de porte generoso, que envolve cogumelos Portobello, espinafres e molho holandês com alho negro.

Panquecas, tostas, batidos e cocktails são algumas das propostas do Méze.

A oferta contempla panquecas, tostas, tapiocas, uma variedade de bowls, e em breve chegam bagels e bolos caseiros. Nas bebidas, dominam os cocktails, os sumos naturais e os batidos, sem esquecer a cafetaria. É uma ementa versátil, com algumas opções veganas, que se adapta a diferentes fases do dia e está disponível de manhã à noite, durante todo o horário de funcionamento – sendo o fecho ampliado até às 23 horas no fim de semana que marca o auge dos festejos de São João.

“Dá para vir beber um café, um cocktail, ter uma experiência mais saudável ou mais gulosa”, observa Nuno, sublinhando a aposta na qualidade dos ingredientes. O Méze tem parcerias, por exemplo, com a padaria bracarense Nørre (usa o seu pão artesanal de fermentação lenta e natural) ou com a Quinoa Portuguesa (de produção biológica, em Barcelos). E os legumes e frutas chegam ali vindos, essencialmente, do mercado municipal, pela mão da D. Tina.

O espaço de Braga abriu portas no ano passado.


Destaques do programa

Tradições seculares, espetáculos, exposições, bombos, cavaquinhos, concertinas, cantares ao desafio, cabeçudos e gigantones, fogo de artifício, arraiais e muita devoção. Tudo isto integra o programa das Festas de São João de Braga, que já está em curso, atingindo o ponto alto na noite de 23 para 24 de junho.

Concertos
Entre os espetáculos musicais agendados, destacam-se o dos Santamaria, na madrugada de 23 para 24, na Avenida Central; e o de José Cid, que atua, no dia 24, no mesmo local.

José Cid atua dia 24. (Fotografia de Steven Governo/GI)

Cancioneiro reinterpretado
Uma novidade é a apresentação do projeto “São João Hoje” – Cancioneiro Sanjoanino Bracarense, que foi alvo de reinterpretação, de modo a acompanhar as sonoridades atuais. A conferir na Gala Sanjoanina, dia 21, às 21h, no Theatro Circo.

Cortejo das Rusgas e Fogo da Ponte
Na noite de 23 de junho, o Cortejo das Rusgas parte da zona do Arco da Porta Nova em direção ao Parque da Ponte, recriando uma velha tradição. Segue-se um espetáculo de pirotecnia no Monte do Picoto.

Cortejo Sanjoanino
No dia 24, realiza-se o Cortejo Sanjoanino, marcado por três representações teatrais: o Carro das Ervas, a Dança do Rei David e o Carro dos Pastores (que, neste ano, é novo). Os carros alegóricos percorrem as ruas de manhã e de tarde.


Curiosidades sobre a festa

Origens
São apresentadas como as “festas são-joaninas mais antigas de Portugal”, com raízes em 1150, ano em que foi fundada, em Braga, uma igreja dedicada a São João. Em meados do século XIX, havia duas romarias coincidentes em sua honra, que acabaram por se fundir: a de São João da Ponte e a de São João do Souto.

Números
A organização espera mais de um milhão de visitantes nesta edição das Festas de São João de Braga, que envolvem cerca de dez mil pessoas e 365 entidades. O programa contempla mais de 150 iniciativas.

Algo está a fazer com que o sistema não consiga mostrar a ficha ténica desejada. Pedimos desculpa pelo incómodo.




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