Mais de mil anos passaram desde a construção deste fortificado, erguido no alto daquele que é o maior afloramento granítico da Península Ibérica. O penedo altivo e íngreme, servia como defesa natural, tornando impossível a subida dos invasores, e oferecia uma localização estratégica invejável, com vista desafogada para as montanhas e vales que o rodeiam. Hoje, do cimo da torre e da muralha, avista-se toda a vila da Póvoa de Lanhoso, envolta num sossego que não deixa adivinhar os episódios tempestuosos que ali aconteceram.
A torre de menagem, onde desde 1996 funciona o Núcleo Museológico do Castelo de Lanhoso, é uma construção posterior, mandada erguer por D. Dinis – que deu a Carta de Foral a Póvoa de Lanhoso -, no século XIII, na sequência de um incêndio que, diz a história, foi ordenado pelo alcaide D. Rodrigo Gonçalves Pereira, como vingança pela infidelidade da sua mulher, que se encontrava dentro do castelo com o amante.
No decorrer do século XII, e no desenrolar da fundação de Portugal, o castelo serviu por várias vezes de refúgio a Dona Teresa, mãe de D. Afonso Henriques. Ter-se-á abrigado ali, quando, ainda no comando do condado, e em contenda com a irmã D. Urraca, rainha de Leão e Castela, esta cercou o castelo, sem o conseguir tomar de assalto. E novamente, após a derrota da Batalha de S. Mamede, contra o seu filho e as tropas portucalenses.
No interior da torre, os símbolos gravados nos blocos de granito das paredes ressaltam a memória de outras figuras ligadas à história do castelo. Existem, ao todo, 335 pedras marcadas, com 44 marcas diferentes, uma espécie de assinatura do artífice que trabalhou aquela pedra, e contribuiu para a construção.
Quem visita o castelo pode ainda ver algumas exposições temporárias, juntamente com algumas peças de filigrana produzidas no concelho e vestígios encontrados em escavações no Castro de Lanhoso, situado na encosta do Monte do Pilar. No piso inferior, os visitantes são convidados a sair dali à descoberta de outros tesouros da região.
Dormir no campo
A Casa do Outeiro, datada de 1755, foi recuperada por Amélia e Manuel Carvalheiro, de forma a manter o traço original, mas com todos os confortos para acolher a família. Nesta antiga casa senhorial, rodeada de vinhas, jardins e um pequeno bosque, existem cinco quartos com casa de banho privativa, e diversas salas e recantos decorados com objetos de outros tempos, com uma grafonola de 1903, que “ainda funciona”, garante Amélia. Os hóspedes têm direito a pequeno-almoço com fruta da quinta, compotas e bolo caseiro, a passear lpela propriedade e a provar o seu vinho.
Templo do bacalhau
O restaurante O Victor, instalado há 50 anos numa casa de pedra na aldeia de São João de Rei, é uma lenda viva da posta de bacalhau. Alta e grande, cortada a toda a largura, é assada na brasa e servida com batatas a murro, cebola e um generoso fio de azeite. O cabrito assado e as carnes grelhadas também têm espaço na ementa, juntamente com sobremesas imperdíveis, como o pudim de pão e o leite creme. A escolha recomendada para acompanhar o que vai no prato é o vinho verde da região.
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