Um areal para brincar e petiscos em redor, em Vila Praia de Âncora

(Fotografia de Rui Manuel Fonseca/Global Imagens)
Vive-se aqui um ambiente familiar e tranquilo, mas com muitos pretextos para férias ativas, com surf ou canoagem, um longo corredor junto à costa para passear, monumentos e boa mesa.

Chamam ao areal de Âncora “a praia das crianças” e facilmente se compreende porquê. Quando a maré desvenda a baía onde desagua o rio Âncora depois de um percurso de 15 quilómetros pela serra D´Arga, avista-se um amplo pátio de areia até ao mar, com rochas rodeadas de pocinhas que convidam a brincar.

De um lado, a praia tem como remate um pontão e um dos monumentos da vila, o Forte do Lagarteiro, que se pode visitar. Do outro, a vista perde-se no horizonte, até à praia da Gelfa, no extremo na baía. A foz do rio é outra delícia para os mais pequenos: com água menos fria do que o mar, é permanente convite a banhos.

De frente para a avenida principal, a praia é uma espécie de sala de estar e para ela tudo converge. Nessa marginal e ruelas adjacentes, há vários restaurantes de comida tradicional – sobretudo, pratos do mar -, com salas que vão do ambiente mais burguês à singela e incontornável Tasquinha, com o seu ambiente informal, onde se juntam turistas e locais.

Âncora não é, como a sua vizinha Moledo, um poiso de famosos, mas é também uma Meca do surf, com três escolas instaladas na marginal, a promover aulas todos os dias. Passear em stand up paddle ou em canoa pelo rio dentro, entrando por um canal de vegetação dunar é outra atração do veraneio ancorense. Com toda a frente marítima da vila tornada corredor para caminhar, correr ou pedalar, é possível fazê-lo ininterruptamente entre a foz dos rios Âncora e Minho, em Caminha, a nove quilómetros dali, passando por Moledo.

Indo para o interior da vila, encontra-se um comércio tradicional onde não faltam confeitarias com bons doces a provar (como os sidónios e os manjericos), alguns restaurantes populares, onde o peixe é rei, e a airosa capela da Senhora da Bonança, a padroeira dos pescadores que tem a sua romaria em setembro. Para quem ficar uns dias, pode contar com peixe fresco na lota todas as manhãs.

Apreciar vistas de postal e visitar um dólmen

Vista da capela da Nossa Senhora de Lourdes. (Fotografia de Rui Manuel Fonseca/Global Imagens)

É um caminho bom de fazer a pé aquele que vai do centro da vila até à capela e miradouro do Calvário, com o esforço de subir a escadaria (com as cruzes da Via Sacra) bem recompensado pela vista panorâmica. Do miradouro, avista-se esta praia na foz do rio Âncora, rodeada pela Serra D´Arga. A modesta e bonita capelinha também se pode visitar. No percurso, pode-se conhecer outro tesouro local, que é o Dólmen da Barrosa (ou Lapa dos Mouros), que tem mais de dois mil anos. É considerado um dos monumentos megalíticos mais emblemáticos da Península Ibérica e está classificado como Monumento Nacional desde 1910.

Conhecer o alfarrabista Rafael

Rafael Capela. (Fotografia de Rui Manuel Fonseca/Global Imagens)

A livraria alfarrabista Banco de Livros é um discreto tesourinho junto ao apeadeiro de comboio, a meio caminho entre a praia e o centro da vila. Um aficionado de livros raramente sairá de lá de mãos a abanar, com uma oferta que vai desde livros a um euro até valiosas obras de literatura portuguesa e etnografia do Minho, uma das especialidades do livreiro Rafael Capela. Outra é a obra de Camilo Castelo Branco, que ali se encontra em várias edições raras e antigas. Vá com tempo para conversar com ele, que é também um livro aberto.

Provar comida de pescador (e mais)

A Taberna. (Fotografia de Rui Manuel Fonseca/Global Imagens)

Madalena Vasconcelos, d’A Taberna. (Fotografia de Rui Manuel Fonseca/Global Imagens)

Recomendar um restaurante em Âncora é difícil, por isso recomenda-se o coletivo. Na marginal, encontra referências da gastronomia local, como o Fortaleza ou o Verdes Lírios, mestres na parrilhada e noutros pratos de substância marítima. Pode contar ainda com boas casas de petiscos, como a Tasquinha ou a Casa dos Caracóis. Mas há mais mesas a explorar, em modo de refeição farta e económica, se fizer a curtíssima caminhada para a rua principal. Mais no interior, encontra uma pérola popular, o Escondidinho, e ainda a pizaria Zé Carteiro.




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