Há um par de anos, David Vieira percebeu como era «difícil ser arquiteto neste país» e tratou de encontrar uma alternativa profissional. A solução foi abrir uma loja com produtos diversificados, com os quais se identificasse. Assim nasceu o Armazém 66, dedicado às criações contemporâneas, maioritariamente portuguesas.
Os avós de David, Manuel Novo e Maria José, eram comerciantes, e ele sempre quisera montar uma loja – acabou por fazê-lo num antigo estabelecimento de família, apenas mais cedo do que imaginara, face à necessidade de criar o próprio emprego. E não deixou de pôr o seu toque de arquiteto no espaço – discretamente, porque o objetivo é deixar brilhar as peças.
«Gosto de tudo o que está aqui e estou sempre a procurar coisas novas. Já vendi desde plantas e mobiliário até bicicletas e vinho», conta o responsável pelo Armazém 66. Continua a apostar nos vinhos (de Colares até ao planalto mirandês) e nas bicicletas (incluindo as de madeira da marca MUD, de Ovar). Mas os clientes também ali encontram joias, mochilas, esculturas em pasta de papel, postais, ilustrações, óculos de sol, roupa com assinatura ou mobiliário.
A oferta está em constante atualização. Por estes dias, a loja serve de montra, por exemplo, a um projeto local que recorre à técnica do trapilho para criar carteiras e mochilas que são peças únicas: é o MOAi – Momento Obra d’Autor independente. E também tem candeeiros da marca Musgo, feitos de madeira reaproveitada e betão.
Há muitas histórias por trás dos objetos na loja, mesmo dos que não estão à venda. As joias são expostas numa velha mesa de ourives, e há uma mesa feita com madeira que estava há anos esquecida no quintal dos avós de David – que, a propósito, ficaram radiantes por ver o neto seguir-lhes as pisadas.
Móveis por medida
David Vieira abriu o armazém 66 numa antiga loja de móveis dos avós. Hoje, ainda se encontra lá mobiliário feito por medida.
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