Tradição renovada no Mercado Municipal de Braga

Maria Teresa é vendedora de frutas e legumes há mais anos do que aqueles que o edifício no qual atualmente vende tem.(Fotografia de Gonçalo Delgado)
As obras terminaram em 2020 e agora chama-se Praça, nome pelo qual já era carinhosamente tratado há anos. Os tradicionais vendedores continuam lá, aliados às novas gerações que apostam no espaço de alimentação.

Maria Teresa é vendedora de frutas e legumes há mais anos do que aqueles que o edifício no qual atualmente vende tem. São 67 anos de Mercado Municipal de Braga. Três renovado. De Maria Teresa, conta, já são 78, visto que entrou numa banca de venda na cidade dos arcebispos quando tinha apenas três dias de vida. Antes de Maria Teresa, havia a mãe, a avó, as tias. “Somos uma família de vendedoras, umas peixeiras, outras batateiras, outras das frutas e legumes.” É essa preservação de legado e história que se sente ao entrar no renovado Mercado Municipal de Braga, agora chamado de Praça. O nome não foi tirado do acaso, já que o espaço era assim chamado pelos bracarenses há vários anos. A obra de renovação terminou em 2020.

(Fotografia de Gonçalo Delgado)

Mantendo a fachada original, numa tentativa de conservar também a identidade do espaço histórico da cidade o mais intacta possível, a grande novidade é a área de restauração. Adjacente ao grande pavilhão no qual se acumulam vendedores de todo o tipo, há agora uma sala recheada das mais variadas opções – da pastelaria à cerveja artesanal, passando pelo sushi. Procurando que a Praça seja mais do que o histórico local de reunião da população para trocas comerciais, tem havido também uma grande dinamização de eventos – regulares ou esporádicos. Às quintas à noite há jogos de perguntas, ao sábado há jogos de tabuleiro, nas noites de fim de semana há música.

(Fotografia de Gonçalo Delgado)

A Praça, de cara lavada, procura aliar a tradição à modernidade, para servir de ponto de encontro da comunidade, qualquer que seja a idade. E a variedade geracional pode encontrar-se até no dito Mercado. Porque, aí, o trabalho foi de manutenção da tradição. As caras que, principalmente todos os sábados de manhã, recebem os bracarenses são as mesmas há vários anos, numa passagem de testemunho dentro da família. Nas bancas não há só as veteranas e veteranos, como Maria Teresa, há também jovens – sejam aqueles que, à parte de estudos e outros empregos, “dão uma mão” às mães e avós, ou aqueles que procuram mesmo ser o legado de uma história de comércio tradicional.

(Fotografia de Gonçalo Delgado)

Aqui, as novas ideias de comer biológico e local não são novas. O Mercado Municipal de Braga vive de comerciantes locais, que têm a produção ao redor da cidade. Quanto aos compradores, “têm sido cada vez mais”, garante Maria Teresa. “Têm chegado muitas pessoas novas à cidade que gostam de vir aqui conhecer a nossa tradição de venda de rua bracarense”.

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