Sportino, uma loja de calçado com uma muralha do século XXI, em Guimarães

Sportino (Fotografia de Miguel Pereira/GI)
A Sportino é uma loja de calçado que tem captado o interesse (e possíveis prémios) na área da arquitetura. O interior procura reinventar a muralha da cidade-berço, numa profusão de metal e pedra da autoria do Estúdio Além, fruto de uma aliança luso-espanhola.

Se pensarmos numa muralha contemporânea, a ideia deve ser mais ou menos esta. Não serve para limitar. Não serve para dividir. Serve antes para reinterpretar a história e adaptá-la às atuais atividades – neste caso, ao comércio. É esta a ideia da decoração do estabelecimento de calçado Sportino em Guimarães, que vem despertando atenções na área da arquitetura.

Sportino (Fotografia de Miguel Pereira/GI)

Sportino (Fotografia de Miguel Pereira/GI)

 

Entrando na loja de rua vimaranense, deparamo-nos com metal e pedra. São estes os dois elementos fulcrais do desenho. O metal (ou melhor, redes metálicas eletrossoldadas) imitam o traçado de cada torre da muralha. O espaço da Sportino é preenchido com blocos de granito da região, formando uma muralha feita de “ruínas do século XXI”, assim descreve o relatório do projeto.

O Estúdio Além, estúdio de arquitetura luso-espanhol, foi o escolhido para idealizar o espaço. E o pedido foi simples: conseguir um espaço original, que mantivesse a essência da cidade onde construíam a loja. “Através desta simbiose entre essência histórica da cidade e linguagem contemporânea, deixaram-nos completamente convencidos e seguros de que o resultado seria marcante”, explica António Faustino, CEO da Sportino.

Sportino (Fotografia de Miguel Pereira/GI)

Sportino (Fotografia de Miguel Pereira/GI)

 

No total, indica, “foram utilizadas 23 toneladas de pedra de granito português britado”. As redes metálicas foram produzidas em Barcelona e manipuladas em Portugal. Já os bancos e balcão foram extraídos e esculpidos de um bloco de granito português. Por fim, as “ilhas” centrais em forma de pedra foram executadas em Madrid. “A aposta na decoração da loja com algo tão histórico e familiar foi algo que objetivámos com o intuito de ficar na história da cidade e tentar levar o nome da nossa marca e de Guimarães além-fronteiras.”

E têm conseguido, uma vez que, recentemente, diversos meios de comunicação, blogues e sites de arquitetura têm destacado esta obra. E não é apenas o universo da arquitetura que parece ficar curioso. Segundo António Faustino, a loja “tem sido alvo de agradáveis elogios, tanto pelos vimaranenses como por turistas nacionais e internacionais”.

Sportino (Fotografia de Miguel Pereira/GI)

Sportino (Fotografia de Miguel Pereira/GI)

 

Ainda que esta seja uma obra inesperada para uma loja de calçado e vestuário, a decoração inusitada é imagem de marca da Sportino. Cada uma das 17 lojas no país tem o seu próprio tema, para que “os locais físicos de venda representem uma experiência em si para os clientes”. O Estúdio Além esteve também envolvido na recente loja da marca no Chiado, em Lisboa, e estará a trabalhar na próxima, que deverá abrir perto do Mercado do Bolhão, no Porto.




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