Seis formas de ajudar os outros durante o confinamento

A Bruaá / Livraria do Convento, em Coimbra, é uma das associadas da RELI - Rede de Livrarias Independentes. Fotografia: Maria João Gala/GI
Fazer compras em pequenos negócios locais, desde livrarias até produtores de alimentos, doar bens a quem precisa ou auxiliar um vizinho com a lista da mercearia. Eis algumas formas de apoiar a comunidade e sentir-se útil, nestes tempos desafiantes.

#1 Alimente quem o Alimenta
Unir os produtores aos clientes

Hortícolas e frutícolas, enchidos, pão, azeite, mel, ervas aromáticas e cogumelos são alguns dos alimentos vendidos pelos produtores registados no portal Alimente quem o Alimenta, lançado pelo Ministério da Agricultura, no início da pandemia. O portal diminui a distância entre o produtor e cliente final, contribuindo para ajudar a escoar matéria-prima e combater o desperdício da mesma. No site encontram-se produtores – com indicação de produtos bio, presença em mercados e entregas, se assim se aplicar -, bastando selecionar “produtos”, “distrito” e/ou “concelho”, conhecem-se mais de 50 plataformas de comércio de proximidade e descobre-se onde acontecem mercados locais, devidamente assinalados num mapa. ALS

Fotografia: Pedro Granadeiro/GI

 

#2 Vizinho Amigo
Ajudar os vizinhos mais vulneráveis

O conceito é simples: o “vizinho amigo” informa a comunidade, recorrendo a cartazes fixados na rua, que está disponível para compras de supermercado ou de farmácia e fica a aguardar um contacto. Foi com este sentido de comunidade que o movimento surgiu nos primeiros dias de pandemia, com o propósito de ajudar a diminuir as saídas de casa – e assim minimizar a exposição ao vírus – de cidadãos dos grupos de risco. Atualmente, o Vizinho Amigo tem parcerias com juntas de freguesia e instituições públicas para que a ajuda dos mais de 7000 voluntários possa chegar mais longe. A inscrição faz-se no site, em poucos minutos. ALS

 

#3 Dar e Reutilizar
Consumir sem gastar a carteira e o Planeta

Kristine Vuhta tem como filosofia de vida não vender nada, antes dar a quem precisa. Depois de uma arrumação, no início do confinamento, viu-se rodeada de sacos cheios mas nenhuma plataforma digital que a ajudasse a dar-lhes destino. Tratou de pôr mãos à obra e assim surgiu a Dar e Reutilizar, que promove o consumo consciente, a sustentabilidade e a solidariedade.

No site, de forma anónima, os doadores apresentam o que já não necessitam – sejam artigos de moda, livros, mobiliário e até eletrodomésticos – e os interessados entram em contacto por mensagem. Os produtos podem ser enviados por correio ou trocados pessoalmente e, se essa for a escolha, o site apresenta uma série de normas Covid-19 que devem ser cumpridas. Todos os artigos são gratuitos. Quem quiser entrar em contacto com um ou mais anunciantes só tem de pagar uma taxa simbólica, no valor de 1,99 euros, válida por dois meses. ALS

Imagem: DR

 

#4 RELI – Rede de Livrarias Independentes
Apoiar livreiros fora dos grandes circuitos

Em abril passado, para combater a crise no mercado livreiro, mais violenta para os pequenos negócios, sobretudo em altura de pandemia, surgiu a Rede de Livrarias Independentes (RELI), uma associação livre de apoio mútuo constituída por livrarias fora das redes e cadeias dos grandes grupos editoriais e livreiros. São lojas com presença física por todo o país – do Porto a Lisboa, passando por Vila Real, Figueira da Foz, Sines ou Lagos – e catálogos assentes em livros novos, usados ou antigos. Grande parte delas continua disponível para os leitores, fazendo entregas ou envios por correio. A lista de associados pode ser consultada no site, que divulga campanhas promocionais, feiras e lançamentos, além de ter uma secção dedicada à procura de livros específicos. CF

Fotografia: Maria João Gala/GI

 

#5 Por correspondência
Escrever cartas aos avós (e não só)

A Biblioteca Pública Municipal João Brandão, em Tábua, acaba de lançar o projeto “Por correspondência”, para alimentar a proximidade com leitores da sua Academia Sénior, com idades dos 55 aos 80 anos, alguns sem acesso à internet. Para mantê-los ativos, promover experiências criativas e emocionais e combater a solidão, desafiou-se o grupo a trocar cartas manuscritas entre si, conta a responsável pela biblioteca, Ana Paula Neves, frisando que a ideia, acarinhada pela equipa, partiu da técnica de teatro Ana Morais. Para já, é um projeto-piloto limitado àquele núcleo, mas serve já de inspiração: porque não enviar cartas em papel aos avós ou a outras pessoas não familiarizadas com os meios digitais? É uma forma de encurtar distâncias e proporcionar pequenas alegrias. CF

Fotografia: DR

 

#6 Preserve
Vouchers para gozar depois

A plataforma Preserve, criada pela comunidade tech4COVID19 durante o primeiro confinamento, procura ajudar a economia local a resistir à pandemia, promovendo a compra de vouchers para usar mais tarde em espaços de restauração, lazer ou cultura, por todo o país. CF




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