Santa Maria da Feira: correr as capelinhas de bicicleta ou a pé

Igreja Matriz e Convento dos Lóios, Santa Maria da Feira. (Fotografia: DR)
Conhecer o património religioso e histórico de Santa Maria da Feira, de dia ou à noite, é uma possibilidade no programa da Semana Santa. Há regueifa doce, o tradicional pão da Páscoa, e vinho fino nesta peregrinação.

Conhecer a história de cada igreja e capela, contemplar templos religiosos por dentro e por fora, alguns com mais de 700 anos, provar a regueifa doce da Feira, o pão da Páscoa, acompanhada de vinho fino. Estas são as propostas de Correr as Capelinhas, visitas de bicicleta, literalmente, por quatro freguesias do concelho feirense. Dia 25 de março, ponto de partida no Monumento aos Mártires de Arrifana às 9.30 horas. Corações ao alto, bicicletas a postos.

Há bastante para observar neste circuito. A igreja matriz, a Casa da Santinha e a capela de Santo Estêvão em Arrifana. A capela da Casa da Murtosa e o cemitério em Mosteirô. A capela de Santo António em Fornos. A capela de Monserrate, a capela de Campos, a igreja da Misericórdia e a matriz em Santa Maria da Feira. No fim, prova do doce e do vinho.

A capela de Santo Estevão, Arrifana. (Fotografias: DR)

Igreja Matriz, na Arrifana.

A capela de Santo António, em Fornos. (Fotografia: DR)

Há outras iniciativas para confraternizar, conhecer e explorar o património, incluídas nestas celebrações da edição da Semana Santa. Um dia antes, 24, há visita guiada noturna pela igreja matriz da Feira e Convento dos Loios, às 21.30 horas. Ali viveu a Congregação de São João Evangelista, também designada frades Loios ou Cónegos Azuis. Dia 31, a visita noturna é pela igreja da Misericórdia, onde esteve a igreja paroquial de S. Nicolau. Uma curiosidade: tem mão de mulher no século XVII, incomum para a época.

Novas histórias, novos lugares. A 1 de abril, há caminhada-peregrinação pelas igrejas e capelas da cidade feirense. São oito. A capela de Nossa Senhora de Campos; a capela de S. Bento e S. José, junto à casa dos Condes de Fijô, onde agora se encontra o Orfeão; a capela Arcanjo São Miguel, onde funciona a academia de música; o Convento do Espírito Santo, fundado pelos condes e senhores da Feira; a capela de Nossa Senhora da Encarnação, junto ao castelo; a capela de Todos os Santos, integrada no solar da Casa de Justas; a capela de Nossa Senhora da Piedade, lá num alto; e ainda a igreja da Misericórdia. São seis quilómetros de percurso, ponto de encontro às 9.30 horas na capela Nossa Senhora de Campos. Ao lanche, a regueifa doce é de novo a rainha.

Os claustros do Convento dos Lóios.

A igreja da Misericórdia de Santa Maria da Feira.

Nesta altura, há duas exposições de arte sacra abertas ao público. Uma no Museu de Lamas, freguesia de Santa Maria de Lamas, que convida a percorrer detalhes da talha dourada, pinturas e gravuras da coleção do espaço, até 8 de abril. Outra no Museu Convento dos Loios com alfaias religiosas e paramentaria de locais de culto da cidade, associadas à Quaresma, até 16 de abril.

As inscrições para a visita de bicicleta estão abertas até 22 de março, custam 3 euros, inclui seguro. As inscrições para a caminhada-peregrinação terminam a 29 de março, são 2 euros com seguro incluído. Tudo tratado no site www.semanasanta.pt. As visitas noturnas são de entrada livre, não é necessária inscrição.


O pão doce
É um bolo e é um pão, não é fogaça, convém não confundir, e é o protagonista gastronómico desta quadra pascal em Santa Maria da Feira. A regueifa doce faz parte da tradição feirense, o pão doce da Páscoa, confecionada há muitos e muitos anos em forno a lenha, sobretudo nas freguesias do norte do concelho. Leva ovos, açúcar, manteiga, farinha de trigo, fermento natural, leite, canela, segundo receita antiga. Amassada na véspera de ir ao forno, em repouso de um dia para o outro.


O brilho da Misericórdia
A igreja da Misericórdia é um exemplo da recuperação de um templo. Não mexeu no passado, percebeu as necessidades do presente, cuidou das exigências do futuro. Pintaram-se paredes, retocaram-se salas, protegeu-se a arte sacra, recuperou-se o órgão de tubos. O edifício está renovado. Onde antes existiu a igreja paroquial de S. Nicolau, a Misericórdia mostra-se com imponência e simplicidade.

A igreja da Misericórdia.


Capela do castelo
Chegou a chamar-se capela de Santa Maria do Castelo, de Santa Luzia e ainda de Senhora de Março. Em 1656, D. Joana Forjaz Pereira de Menezes, sexta condessa da Feira, deu ordens para a sua reconstituição. Está escrito no pórtico principal. A capela de Nossa Senhora da Encarnação, nome de agora, tem três altares, imagens de madeira e de pedra e telas com santos e a imagem de Santa Luzia.

A capela de Nossa Senhora da Encarnação.




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