A Roberta, enérgica e alegre, avança à frente do grupo, bem adiante, voltando várias vezes para trás, num vaivém frenético que contagia. Já Érica deixa-se levar ao ritmo dos demais, e caminha pausadamente, sempre junto da dona. Foi com a adoção das duas cadelas, em julho de 2017, que Rita Sousa começou a fazer das caminhadas um hábito e a aventurar-se, todas as semanas, no meio da natureza, em percursos um pouco por todo o Norte do país, sempre lado a lado com as suas companheiras de quatro patas. Com elas, descobriu alguns bons percursos para levar os cães (ver caixa), entre eles, o trilho do Monte Padrão, em Santo Tirso, onde quis levar a Evasões.
“É importante que os donos percebam que os animais são felizes a fazer caminhadas”, assinala. Uma mensagem que tenta passar a todos e principalmente a quem decide adotar na Associação dos Amigos dos Animais de Santo Tirso (ASAAST), onde é voluntária há quase 15 anos (divide ainda o seu tempo entre o Porto, onde vive, e a Maia, onde trabalha). Ali, mais de 70 animais aguardam por uma nova casa – como a Harley, uma simpática cadelinha de bigodes ruivos -, e nesse entretanto vão participando nas caminhadas que Rita organiza com o seu grupo de amigos, também acompanhados dos seus patudos.
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- Rita Sousa com a cadela Érica. (Fotografia: Miguel Pereira/GI)
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- Harley (Fotografia: Miguel Pereira/GI)
“Fazer as caminhadas em matilha é bom para eles, ajuda-os a socializar”, garante Rita, e recomenda ainda a escolher percursos embrenhados na natureza. “É um ambiente tranquilo que estimula os animais a serem tranquilos”, sublinha. Uma tranquilidade benéfica também para os donos, que Rita aconselha a “irem com tempo e aproveitarem a caminhada”, nem que seja para pôr a conversa em dia. “Aquela hora ou hora e meia é o suficiente para ajudar a escapar da vida agitada da cidade, do trabalho no escritório e para aproveitar a natureza”, diz.
É também pretexto para conhecer novos lugares ou repetir visitas em diferentes alturas do ano, já que “cada estação tem o seu encanto”, afirma Rita. Os animais agradecem, e disso são exemplo a Roberta e a Érica. “No final de cada caminhada vão a dormir no carro na viagem para casa”, conta a dona.
TRILHO DE MONTE PADRÃO
Um dos trilhos que Rita costuma fazer com as suas companheiras fica ali mesmo, em Santo Tirso, na freguesia de Monte Córdova. É um percurso circular de aproximadamente sete quilómetros, com início e fim na Capela do Nosso Senhor do Padrão, datada do século XVIII. Todo o caminho é percorrido sem grande dificuldade, completamente rodeado por árvores e vegetação, e água corredia a meio do trilho. A cada passo, tem-se vistas elevadas sobre o vale e a cidade lá ao fundo, e com um pequeno desvio chega-se facilmente ao Castro de Monte Padrão no pico da montanha, a 400 metros de altitude. São vestígios de um povoado fortificado do final Idade do Bronze e ocupado ainda durante a Idade Média. Dali, em dias de céu limpo, consegue-se avistar o mar.
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- Trilho do Monte Padrão (Fotografia: Miguel Pereira/GI)
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- Trilho do Monte Padrão (Fotografia: Miguel Pereira/GI)
BOAS PRÁTICAS EM PASSEIOS COM CÃES:
# Identificar e esterilizar os animais, de forma a não espalhar odores que atraiam outros cães.
# Idealmente os animais devem ir soltos, para fazerem o percurso ao seu próprio ritmo. Em alternativa o dono deve optar por uma trela longa para que o animal tenha mais liberdade.
# Evitar caminhos que passem por estradas, que tenham muitas pedras ou subidas íngremes.
# Preferir sítios com acesso a água para encher os bebedouros e levar sempre comida na mochila.
# No verão, optar por percursos com sombras e água para banho e para refrescar.
Idealmente os animais devem ir soltos, para fazerem o percurso ao seu próprio ritmo. (Fotografia: Miguel Pereira/GI)
OUTROS TRILHOS BONS PARA PERCORRER COM CÃES:
# Ecovia do Vez, Etapa 2, Arcos de Valdevez (10 km)
# Trilho do Turio, Vieira do Minho (10,5 km)
# Corno do Bico, Paredes de Coura (7,5 km)
# Reserva Ornitológica, Vila do Conde (8 km)
# Percurso da Lagoa, Ponte de Lima (1,57 km)
