Ria de Aveiro: comer, dormir e passear sobre as águas

O novo Laguna é o primeiro restaurante-barco da ria de Aveiro. Fotografia: Maria João Gala /Global Imagens)
Junho trouxe novidades à ria de Aveiro: o primeiro restaurante-barco, que privilegia os sabores da ria e da costa, e quatro casas flutuantes em plenas salinas. Para experimentar basta subir a bordo do Laguna ou entrar na Marinha da Noeirinha - que, por sinal, são vizinhos.

Pratos de ria e mar num barco atracado

Estar no LAGUNA, o restaurante-barco que Sérgio Cunha tem a funcionar desde junho, na ria de Aveiro, é como admirar um postal em movimento: de um lado está a cidade, do outro as salinas e, no meio, os moliceiros a passar. Mas nem essa envolvência distrai do que vai para a mesa: tudo o que o mar e a ria dão, filtrado pela criatividade do chef Armando Matos. Atente-se, por exemplo, na entrada de vieira, abacate e coco, no risoto de legumes com peixe do dia ou na francesinha de vieiras, camarão e mexilhão. Sem esquecer o mojito, uma sobremesa com gelado de mojito, mousse de lima e granizado de hortelã e rum.

Como de costume, a equipa foi escolhida a dedo pelo proprietário, que já tinha outros espaços na cidade: O Bairro e o Cais do Pescado. O primeiro e único restaurante-barco da ria de Aveiro, com uns 130 metros quadrados bem arejados, tem peixes metálicos dourados a pender do teto da sala, em fundo azul, talheres com textura, a enriquecer a experiência, e um apetecível terraço. Subindo as escadas em caracol chega-se a esse espaço lounge, com petiscos, bebidas e música ao vivo ao fim de semana. O ambiente fica ainda mais especial à noite, descreve Sérgio: “A casa toda iluminada é um sonho”.

Avenida Doutor David Cristo, Aveiro
Tel.: 234422539
Web: facebook.com/lagunabarcorestaurante
Das 12h30 às 15h30 e das 19h30 às 23h (bar, das 12h às 22h). Encerra à quarta.
Preço médio: 30 euros

 

Salinas com casas-barco, praia e spa

Há um par de meses, a MARINHA DA NOEIRINHA ganhou quatro barcos-casa alimentados por painéis solares. Estas novas unidades, “100% sustentáveis”, albergam até cinco adultos, ou quatro adultos e duas crianças, graças ao sofá-cama, mas também são escolhidas para escapadas a dois. Estão numa zona reservada e tranquila: como não há ondas nem correntes, pouco se sente a ondulação, observa a gerente da empresa, Joana Soares. Cada casa, com 45 metros quadrados, tem duas suítes, sala, kitchenette com frigorífico, micro-ondas e máquina de café e um terraço com espreguiçadeiras de onde, muitas vezes, se avista flamingos.

Terraço de um dos novos barcos-casa.
Fotografia: Maria João Gala/Global Imagens

Os hóspedes têm acesso livre a outras valências da marinha: a praia, o spa salínico – adequado a pessoas com problemas de pele e circulação – e a visita guiada às salinas. O sal produzido ali, de forma artesanal, pode ser adquirido na loja, instalada num edifício branco, em forma de montes de sal. A marinha, com mais de dois séculos de existência, estava abandonada há 30 anos quando o pai de Joana, José Luís Soares, decidiu recuperá-la. Primeiro, reativou a produção de sal, criou as visitas guiadas e a praia. Mais recentemente, inaugurou o bar-restaurante Observatório, que tem petiscos, hambúrgueres e grelhados, e ainda quer diversificar mais a oferta. A história continua.

Cada barco-casa tem duas suítes.
Fotografia: Maria João Gala/Global Imagens

Avenida Doutor David Cristo, Aveiro
Tel.: 963300535
Web: noeirinha.pt
Preços: barcos-casa desde 180 euros, com pequeno-almoço (duas pessoas, época alta). Banhos salgados desde 3,50 euros (crianças dos 4 aos 12 anos, 2 euros; menores de 4 anos, grátis). Visitas guiadas, 5 euros (crianças dos 4 aos 12 anos, 2,50 euros; menores de 4 anos, grátis).

 

Descobrir a ria a pé ou de bicicleta

Uma ria mais selvagem, bem diferente da que se vê nos canais citadinos por onde circulam os moliceiros, que combina água doce e salgada, floresta e sapais, casinhas que guardavam as marinhas. Eis o que esperar dos PASSADIÇOS DA RIA DE AVEIRO, que se estendem por sete quilómetros, em trilhos de madeira e de terra batida, para percorrer a pé ou de bicicleta. Oficialmente, o percurso começa no antigo cais de São Roque, perto do centro da cidade, mas quem quiser fugir do ambiente urbano pode arrancar do cais da Ribeira de Esgueira, encurtando o caminho em cerca de dois quilómetros. Há painéis informativos e áreas de repouso. A paisagem muda consoante a maré e a luz, o que permite uma diversidade de experiências.

Fotografia: Maria João Gala/Global Imagens




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