Porto: no ateliê Simão Feito à Mão há brinquedos construídos com materiais reutilizados

Uma feira popular recriada com varetas de guarda-chuva, cápsulas e até uma lata de bolachas. (Fotografia de André Rolo/Global Imagens)
Varetas de guarda-chuva, cápsulas de café, latas de comida para gato e outros materiais que acabariam no lixo viram brinquedos através do projeto Simão Feito à Mão, com ateliê no Bonfim. É lá que nascem aviões, carros, bailarinas…

Sobre a mesa repousa um Citroën 2CV nascido de uma lata de atum, os cortes pacientemente feitos com uma tesoura para unhas. Encostada a uma parede está uma peça maior e ainda mais elaborada: a recriação de uma feira popular com movimento, associando elementos como uma máquina de costura salva da sucata, um dínamo de bicicleta comprado na Vandoma, varetas de guarda-chuva, cápsulas de café ou uma lata de bolachas. São dois exemplos de brinquedos construídos com materiais reutilizados no âmbito do projeto Simão Feito à Mão, que tem ateliê no Bonfim.

É tudo fruto da criatividade de Simão Bolívar, artesão brasileiro que se formou em geologia, mas queria mesmo era ser naturalista. Acabou rendido ao prazer de criar com as mãos, que lhe estava nas raízes: no Brasil, o pai fazia mamulengo (teatro de bonecos popular), e ensinou-o a construir os primeiros brinquedos tradicionais. Agora, reinterpreta-os e inventa outros, recorrendo a matérias-primas que acabariam no lixo.

A seguir aos aviões, Simão planeia dedicar-se às bailarinas, figuras que giram como numa caixa de música, mas tendo como base uma lata de comida para gato. Há que responder a encomendas e garantir banca recheada nas feiras que se avizinham. Por exemplo, entre 24 de junho e 2 de julho, participa na FIA Lisboa, e mais adiante na Feira Nacional de Artesanato de Vila do Conde. Os seus brinquedos podem ser adquiridos ainda na livraria Centésima Página, em Braga; n’O Risco, em Aveiro; na Galeria 5050, em Cascais; e, às vezes, no lisboeta Chapitô.

O Citroën 2CV foi o primeiro brinquedo construído no âmbito deste projeto.
(Fotografia de André Rolo/Global Imagens)

Sendo o ateliê um espaço de trabalho, não costuma ter a porta aberta, mas quem quiser ver – e comprar – as peças só tem de entrar em contacto com Simão ou tocar à campainha. É bem possível que ande por ali a magicar qualquer coisa, esse artesão com gosto pelo mundo natural, que também orienta oficinas de construção de brinquedos.

Algo está a fazer com que o sistema não consiga mostrar a ficha ténica desejada. Pedimos desculpa pelo incómodo.




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