Porto: duas lojas que contam histórias numa só morada

A Luz Natural nasceu online, mas hoje tem existência física. Fotografia: André Rolo/GI
A Luz Natural, que vende peças de design artesanal, e a Confraria Vermelha, dedicada à literatura escrita por mulheres, partilham agora o mesmo espaço, na Rua dos Bragas. Ambas procuram contar histórias - cada uma à sua maneira.

Inês Cerqueira trabalhou na área de engenharia biomédica durante anos, só que faltava-lhe a parte criativa. Por isso, mudou de vida. Como gostava muito de decoração, mas queria saber a história das peças, e não encontrava nada do género no Porto, decidiu preencher essa lacuna. Em 2017, criou uma loja online de design artesanal e independente a que chamou A Luz Natural – o nome tinha de ser português e representar algo que se quer muito ter em casa, conta.

Inês Cerqueira queria saber a história por trás das peças decorativas; a solução foi abrir uma loja.
Fotografia: André Rolo/GI

No final de março, A Luz Natural ganhou existência física – passou a dividir casa com a Confraria Vermelha, a livraria de literatura no feminino que Aida Suárez tem, há mais de três anos, na Rua dos Bragas.

Para Aida, faz todo o sentido que estejam juntas: «O objetivo era que a livraria acolhesse outros projetos feitos por mulheres. E o cuidado que a Inês tem a selecionar os artesãos é o que nós temos a selecionar os livros. Não é só o produto em si, mas também o que está por trás – a história da escritora, a história da artesã».

Ilustrações, cerâmica, tapetes artesanais minhotos, mobiles para adultos, caixas e taças de madeira trabalhada na perfeição por um torneador, mochilas em forma de peixes de diferentes oceanos e outras peças cheias de detalhes, de Portugal e do mundo, preenchem a metade da loja que é ocupada pel’ A Luz Natural.

São produzidas em pequena escala, na Europa, para assegurar que os artesãos (mulheres, maioritariamente) recebem o valor justo pelo seu trabalho, e surgem acompanhadas por textos que revelam quem as fez, e em que contexto.

A Luz Natural vende cerâmica, ilustrações e outras peças produzidas em pequena escala.
Fotografia: André Rolo/GI

Na Confraria Vermelha, os livros estão organizados por secções como «o meu quarto próprio» (literatura em prosa ou poesia) ou «as confreiras do amanhã» (literatura infantojuvenil).

Há ainda uma biblioteca com livros para requisitar (quota anual: 12 euros ) e clubes de leitura com direito a lanche (valor mínimo: 3 euros). O clube As Leitoras de Pandora, centrado na ficção, é na última quinta-feira de cada mês, às 19h00; e o clube de leitura feminista, que aborda ensaios de teoria feminista, decorre no último sábado do mês, às 16h00.

«A Confraria Vermelha é uma livraria feminista na sua proposta, mas não no seu conteúdo. Tem uma estante dedicada ao feminismo, da mesma maneira que tem psicologia, história… Os livros são muito variados», explica Aida.

Numa parede do lado da Confraria Vermelha, lê-se: «Se não há mimos, não é a minha revolução». Pois este é o sítio indicado para os encontrar e oferecer – a nós mesmos e aos outros.

Design artesanal e literatura escrita por mulheres surgem lado a lado nesta loja partilhada.
Fotografia: André Rolo/GI

Oficinas

A loja partilhada acolhe oficinas. No próximo dia 29, decorre nova edição da oficina «Fertilidade… consciência, cuidado e construção da identidade» (inscrição normal: 25 euros/pessoa ou 40 euros/casal).

Algo está a fazer com que o sistema não consiga mostrar a ficha ténica desejada. Pedimos desculpa pelo incómodo.

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