Porto: A Vida Portuguesa tem casa nova, e está cheia de memórias

A loja de Catarina Portas na Baixa do Porto agora tem acesso direto à rua. Fotografia: Catarina Vieira/GI
A loja A Vida Portuguesa mudou de instalações sem sair da Baixa. Agora que está na Rua de Cândido dos Reis, aposta num reforço da oferta têxtil - e também em novos produtos, a juntar a clássicos como as andorinhas de Bordallo Pinheiro.

Para um português, entrar n’ A Vida Portuguesa é recuar no tempo. O nome da loja podia ser “lembras-te?”, diz alguém, tantas são as memórias espoletadas por produtos que se tornaram clássicos, como as andorinhas de Bordallo Pinheiro que decoram fachadas, varandas e interiores, país fora. Mas nem tudo remete para o passado: também vão chegando novas criações nacionais, sejam os sacos da Tomaz ou os pendentes do projeto Fava, réplicas dos brindes que saíam no bolo-rei, para usar, em jeito de amuleto, em brincos, fios e pulseiras. Outra novidade é que a loja de Catarina Portas na Baixa do Porto, após quase dez anos num primeiro andar na Rua da Galeria de Paris, passou para um rés do chão na Rua de Cândido dos Reis. É assim desde janeiro.

A cerâmica é uma das áreas representadas n’ A Vida Portuguesa.
Fotografia: Catarina Vieira/GI

O novo espaço, que funcionou como armazém da loja de tecidos Camões & Moreira, tem acesso direto à rua, chão de madeira, pé direito alto e, logo à entrada, móveis de uma antiga mercearia na Azambuja, que agora guardam cosmética de marcas como Couto, Ach. Brito, Claus Porto, Confiança ou Amor Luso. Nesta primeira sala encontra-se ainda o típico porta-moedas “de taxista” e outros acessórios, assim como mantas e tapetes. A mudança de instalações trouxe, aliás, um reforço da oferta têxtil: passou a haver atoalhados e roupa de cama com etiquetas das prestigiadas BOVI, Sampedro e Coelima.

Outra aposta, essa bem recente, prende-se com uma linha dedicada a Sarah Affonso, pintora modernista e bordadeira, a pretexto da comemoração dos 120 anos do seu nascimento. Reproduções de óleos, cadernos, lápis de cor e outros objetos ligados à vida e obra da artista que foi mulher de outro criador, Almada Negreiros, compõem esta coleção exclusiva, baseada no espólio da família, e que radicou num pedido das netas Rita e Catarina.

Há uma nova linha de produtos dedicada à artista Sarah Affonso.
Fotografia: Catarina Vieira/GI

Depois de passar por uma zona com filigrana de Travassos, medalhas de dizeres, sacos de pano e livros, chega-se à segunda sala, com produtos alimentares, utensílios de cozinha, cerâmica, brinquedos e material de papelaria. Até na hora de fazer o pagamento surgem memórias gulosas: no balcão de madeira repousam bombons Imperador, chocolates Regina, Pintarolas e pastilhas Super Gorila.

“Um chá nas nuvens”

A loja exibe um cartaz gigante, com a Torre dos clérigos, que anunciou o primeiro filme publicitário português, realizado, em 1917, por Raul de Caldevilla.

Algo está a fazer com que o sistema não consiga mostrar a ficha ténica desejada. Pedimos desculpa pelo incómodo.

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