Plantas: três lojas e viveiros no Grande Porto

O Agrafo Studio é um novo laboratório criativo, no Quarteirão das Artes, no Porto. Fotografia: André Rolo/GI
Viveiros que se estendem por três hectares; um estúdio onde os apaixonados por plantas podem aumentar a sua coleção e encomendar projetos de arquitetura e design de interiores que as integrem; e um horto que procura ter exemplares mais difíceis de encontrar em Portugal. De Amarante ao centro do Porto, não faltam opções para quem queira tornar a casa mais verde.

#1 Mestre Jardineiro, Amarante

Laura Trigo e Francisco Fernandes (na fotografia) são os responsáveis pelo Mestre Jardineiro, horto que ela, formada em arquitetura paisagista, herdou dos pais. O espaço, criado em 2002, em Amarante, tem grande diversidade de plantas de interior, importadas da Holanda e de outros países. Procuram ter exemplares menos comuns e fazem envios para Portugal continental – com portes grátis, caso as encomendas tenham valor igual ou superior a 59 euros. A loja online surgiu há pouco mais de um mês, mas já antes atendiam pedidos pelas redes sociais.

Fotografia: Leonel de Castro/GI

Francisco nota uma procura crescente por plantas para ter em casa desde o verão de 2019 – e uma mudança no perfil do cliente. O Mestre Jardineiro começou a ser procurado por gente mais jovem, exigente e conhecedora, atrás de “variedades completamente raras em Portugal”, e assumiu como missão encontrá-las. Alguns dos exemplares à venda destinam-se essencialmente a colecionadores, embora haja opções para vários gostos e carteiras.

A planta mais cara em loja, neste momento, custa 350 euros, mas os preços começam em 2,95 euros – é o caso de algumas plantas baby, que “estão na moda, porque muitas pessoas gostam de as cuidar e ver crescer”, explica Francisco. Depois, há outras campeãs de vendas, facilmente reconhecíveis por quem andar pelo Instagram, como o Anthurium clarinervium, apresentado como de fácil manutenção, desde que a temperatura não baixe dos 15 graus. As plantas do género Calathea são igualmente requisitadas, com os seus tons contrastantes – aliás, nota-se um gosto especial pelas plantas de folhas mais exuberantes e com texturas.

Sugestão da casa
Philodendron pink princess

Para facilitar, chamam PPP a esta planta menos comum e de fácil trato. Não deve ser exposta ao sol direto e gosta de um substrato arejado – por exemplo, turfa, pedaços de casca de pinheiro ou coco, diz Francisco Fernandes, que recomenda borrifá-la com água uma vez por dia. É potencialmente tóxica para animais. Preço: 74,95 euros.

Fotografia: Leonel de Castro/GI

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#2 Agrafo Studio, Porto

O interesse desta nova concept store começa logo no exterior: o Agrafo Studio fica num edifício com traço arquitetónico de Marques da Silva, mais precisamente, na antiga oficina de estuques da família Baganha. Lá dentro, os tons claros e salmão das paredes e o chão original em madeira servem de montra a peças de cerâmica, joalharia, mobiliário. E, ao fundo, surge uma espécie de oásis: uma seleção de flores menos convencionais e plantas para ter em casa, que podem ser conjugadas com os vasos à venda. Alguns são feitos à mão, em roda de oleiro, em Barcelos, e em breve haverá também artigos exclusivos, de assinatura própria, adianta Ema Ramos (na fotografia), uma das mentoras deste estúdio, que junta pessoas e projetos diferenciados.

Ema, que tem formação em design e arquitetura e experiência em produção cultural, gosta particularmente de plantas como a avenca (Adiantum capillus-veneris), que associa à casa dos avós; mas as mais requisitadas, hoje, são as de folhas maiores e mais carnudas. Seja qual for a opção – e existem várias -, há uma série de truques que lhe vão chegando para melhor cuidar delas, como nutri-las com borras de café, água usada para ferver cascas de banana, água da chuva e até de aquários.

O Agrafo Studio teve uma pré-abertura em maio, encerrou temporariamente durante parte do verão e, em setembro, reabriu portas a todos aqueles que gostem de alegrar a casa com plantas e demais belezas. Quem quiser ir mais longe na paixão pelo verde também pode encomendar a este laboratório criativo projetos de arquitetura e design de interiores que adequem as plantas ao mobiliário e, claro, à personalidade do cliente.

Sugestão da casa
Ficus lyrata

Ema Ramos diz que é uma das plantas da moda, desde que ganhou visibilidade no Pinterest. Esta nativa de África, que no seu habitat natural pode atingir 15 metros de altura, é também apelidada de figueira-folha-de-violino ou, simplesmente, Ficus-lira. Quer média luz, algum sol, não gosta do frio e é tóxica para animais de companhia. Preços entre 23 e 300 euros.

Fotografia: André Rolo/GI

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#3 Viveiros Sol Poente, Maia

Elisette Vaz acolheu a primeira suculenta quase por acaso, em junho; hoje, tem uma coleção em crescendo, que já ultrapassa a centena. Foi aos Viveiros Sol Poente, na Maia, para comprar um vaporizador, acabando por sair sem ele e com mais quatro suculentas. “É um vício saudável; todas as semanas estou aqui”, diz ela, que, entretanto, já criou três jardins verticais nas suas marquises.

“Cuidar das plantas é uma terapia. Tenho clientes que preferem comprar uma planta do que uma peça de roupa”, garante Anabela Conceição, uma das responsáveis por aquele espaço, fundado há mais de duas décadas pelo marido, Paulo Lameira, e por Manuel Costa. Foi ela a primeira funcionária, e contribuiu em muito para fazer a casa, pela atenção aos clientes, a quem por vezes oferecia um amor-perfeito com as compras.

Fotografia: André Rolo/GI

Os Viveiros Sol Poente começaram com uma estufa e agora ocupam três hectares, só na Maia – entretanto, abriram mais dois espaços, em Paços de Ferreira e Valongo. O negócio não teve parança nem durante o confinamento, quando as pessoas passaram a tirar mais partido do lar. A casa-mãe disponibiliza todo o tipo de plantas, de interior e exterior, dos mais diversos tamanhos e formas, desde bonsais e plantas aéreas até à clássica estrela-de-Natal (Euphorbia pulcherrima).

Algumas plantas têm nomes comuns especialmente curiosos, da suculenta coração partido (Corpuscularia lehmannii) à costela-de-Adão (Monstera deliciosa), sem esquecer a comigo-ninguém-pode (Dieffenbachia sp.). E até há quem as escolha pelo significado esotérico que lhes é atribuído. Crenças associadas às plantas há muitas, como a de que não se deve ter catos com espinhos dentro de casa, em nome das boas energias, ou a de que a espada-de-São-Jorge (Dracaena trifasciata) protege da inveja e do mau olhado.

Sugestão da casa
Zamioculca zamiifolia

Exige pouca manutenção – talvez por isso esteja no topo das vendas. É bastante resistente, pede pouca água e prefere o escuro, embora também tolere a claridade, explica Ana Pinto, que trabalha nos Viveiros Sol Poente. Há quem lhe chame planta da fortuna, acreditando que atrai boas energias, mas para os animais é tóxica. Preços entre 9,70 e 34,5 euros.

Fotografia: André Rolo/GI

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