Grande Rota Peneda-Gerês: novo miradouro e águas cristalinas na aldeia de Fafião

O Miradouro do Fafião. (Fotografia de Rui Manuel Fonseca/GI).
Aldeia de tradições ligadas aos rebanhos, Fafião é notória pela ligação aos lobos e às armadilhas feitas de altos muros de pedra que ainda hoje se visitam. Mas há mais para ver na aldeia - no concelho de Montalegre - que tem um novo e imponente miradouro e que esconde um resguardado Poço Verde.

Ao longo dos próximos dias, estamos a publicar reportagens pelas aldeias e vilas por onde passa a Grande Rota do Parque Nacional da Peneda-Gerês. Esta localidade é uma de várias.

A 800 metros de altitude, dois grandes blocos de granito seguram uma ponte suspensa com uma vista impagável sobre os verdejantes vales do rio Cabril e do rio Cávado. O imponente (e impróprio para quem tenha vertigens) MIRADOURO DO FAFIÃO, criado no topo da aldeia que lhe dá nome, é uma das novas atrações panorâmicas do Parque Nacional da Peneda-Gerês e tem tido presença crescente no Instagram no último ano. Para lá chegar, basta seguir a sinalização junto ao campo de futebol e seguir pela subida curta, mas acentuada. Com sorte, é recebido à chegada pelos grupos de borboletas que aqui costumam pairar.

O novo e imponente miradouro do Fafião, a 800 metros de altura. (Fotografias: Rui Manuel Fonseca/GI)

O miradouro mais antigo, com vista para o rio Cávado.

Aproveitando-se a subida até ali, é obrigatório passar por um dos ex-líbris naturais da aldeia. Trata-se do POÇO VERDE, um conjunto de lagoas com água cristalina que se torna num local acolhedor a qualquer altura do ano, por estar abrigado por vales cobertos de pinhal, carvalhal e giestas. Não há sinalização até este santuário de mergulhos, mas seguindo estas indicações não há como enganar: na estrada de terra batida junto ao campo de futebol e ao parque de merendas, segue-se pela primeira saída à direita e depois pela primeira que surge à esquerda. A partir daí é só ir em frente até ouvir o curso da água a correr pelos penedos, a cerca de quilómetro e meio dali. Até ao Poço Verde, é sempre a descer. A parte mais difícil é a subida de regresso, mas vale a pena o esforço. A ponte que ali se encontra também permite estender a toalha para banhos de sol, nos meses mais quentes, mas o mesmo também se faz nos rochedos de maior dimensão, mais junto à água.

O Poço Verde é um dos ex-líbris naturais da aldeia de Fafião.

Rodeado de serra, estas águas cristalinas são destino de mergulhos nos dias quentes.

Quem não se deixou cansar pela caminhada de ida e volta ao Poço Verde pode aproveitar balanço e seguir pelo Trilho do Pão, do Azeite e dos Miradouros, sinalizado junto ao novo miradouro. Durante cerca de 14 quilómetros, o caminho montanhoso faz-se por alguns dos locais já mencionados neste artigo, mas também por antigos lagares, campos agrícolas e carreiros de pastores. Calçado confortável é obrigatório.

Conhecer a aldeia de Fafião implica voltar atrás no tempo, até às tradições que a marcaram. Os rebanhos de ovelhas eram uma das principais fontes de rendimento da população de então, o que criou a necessidade de se criar o FOJO DOS LOBOS, uma armadilha ancestral espalhada pela encosta, feita de altos muros de pedra para evitar que os lobos comessem o gado da zona. Este pedaço de história a céu aberto tem mais de 60 metros de comprimento e é um dos maiores à escala ibérica. De resto, a armadilha acabou por batizar o restaurante mais conhecido da aldeia, situado junto ao fojo, e o próprio lobo tornou-se num símbolo da aldeia. É este o animal que vemos a uivar, de cabeça apontada para o céu, numa estátua de ferro forjado à entrada – ou saída, depende da rota – da aldeia, à beira da estrada que liga Fafião à Barragem de Salamonde.

O Fojo dos Lobos, um conjunto de armadilhas ancestrais para lobos.

 

Algo está a fazer com que o sistema não consiga mostrar a ficha ténica desejada. Pedimos desculpa pelo incómodo.




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