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Peneda-Gerês: o nosso único parque nacional faz 50 anos

O novo miradouro da aldeia de Fafião. (Fotografia: Rui Manuel Fonseca/GI)

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O primeiro e único parque nacional está de parabéns, celebrando-se este sábado cinco décadas desde sua criação, a 8 de maio de 1971. Somando qualquer coisa como 70 mil hectares de serra e natureza em estado puro, o Parque Nacional da Peneda-Gerês (PNPG) é a primeira área protegida em Portugal. O aniversário redondo e a data festiva assinala-se este sábado com as jornadas “História, Conhecimento e Património”, organizadas pela Comissão de Cogestão do PNPG, que decorrem na Porta de Lamas de Mouro, em Melgaço. Nuno Banza, presidente do Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas, João Paulo Catarino, secretário de Estado das Florestas, e investigadores da Universidade do Minho e do Porto são alguns dos oradores que vão participar na iniciativa.

O Parque Nacional da Peneda-Gerês estende-se do planalto de Castro Laboreiro ao da Mourela, abrangendo as serras da Peneda, do Soajo, Amarela e do Gerês, atravessando cinco concelhos – Melgaço, Ponte da Barca, Arcos de Valdevez, Terras de Bouro e Montalegre – e 22 freguesias . Devido ao seu caráter excecional em termos de biodiversidade, todo o usufruto deste espaço está sujeito a normas vertidas num plano de ordenamento, com zonas de proteção total, onde a presença humana é reduzida e outras onde é possível a prática de várias atividades.

O Poço Negro, na aldeia de Soajo: uma das muitas lagoas naturais do Peneda-Gerês. (Fotografia: Rui Manuel Fonseca/GI)

É precisamente a pensar na sustentabilidade, na preservação do parque nacional e da sua rica biodiversidade que uma futura e possível limitação de visitantes, em certas áreas, pode vir a ser uma realidade. Em 2019, o PNPG recebeu cerca de 100 mil visitantes.

As matas do Ramiscal , de Albergaria e do Cabril constituem um tipo de paisagem único em Portugal. Este território já foi casa do urso pardo, entretanto desaparecido, mas ainda é um reduto da águia-real. Nesta imensa área geográfica que se estende pelo parque do Xurês, na Galiza, ao longo dos séculos coabitaram humanos e animais o que lhe confere uma riqueza patente em numerosos testemunhos do passado. Nesse capítulo, destacam-se os espigueiros, no Soajo e no Lindoso, os castelos e os troços bem conservados da geira romana que ligava Braga a Astorga.

A Grande Rota do Peneda-Gerês percorre as aldeias e vilas do extenso território, em 19 etapas.

Há um ano, foi criada a Grande Rota do Parque Nacional da Peneda-Gerês, uma rede de trilhos pedestres que soma cerca de 200 quilómetros, distribuídos por 19 etapas. Começa em Castro Laboreiro e termina em Tourém, percorrendo várias aldeias e vilas espalhadas pelo extenso pulmão verde. Uma app GR50 Grande Rota Peneda-Gerês, gratuita e disponível para smartphones, oferece todas as informações sobre estas etapas, com mapas e sugestões de locais para visitar. A Evasões andou a visitar algumas destas aldeias e vilas pitorescas e vai publicar as respetivas reportagens ao longo dos próximos dias.