O entusiasmo das crianças é audível, mal nos aproximamos da Praia Fluvial do Reconquinho, na margem esquerda do Mondego, em Penacova. Lá chegados, a atenção divide-se entre o verde da paisagem, pontuado por casas, e a ponte de madeira que todos os anos é aproveitada para mergulhos, sob o olhar vigilante dos nadadores-salvadores. Às bandeiras Azul, de Praia Acessível e Qualidade de Ouro junta-se agora a insígnia ColorADD – um sistema de identificação de cores para daltónicos, que assim ficam a par das condições do rio a cada momento.
A praia, com um parque de campismo ao lado, é servida por equipamentos que permitem passar horas de ócio ali, entre a água e o areal. Há guarda-sóis e toldos de utilização gratuita, cinzeiros portáteis para usar e devolver à saída, zona de merendas e um bar munido de esplanada que serve refeições, em contínuo, até à hora de jantar. Pelo meio, ainda se aprende sobre a história local quase sem dar por isso – basta subir a bordo do “Tareco”, uma réplica de barca serrana (ler abaixo).
A atividade física é outra forma de preencher o tempo livre, até porque há campo de jogos e aluguer de equipamentos para andar de caiaque ou fazer stand up paddle; sem esquecer o Centro de Trail Running Carlos Sá e o Centro de BTT. O Reconquinho pode, pois, funcionar como ponto de partida para conhecer melhor o concelho e apreciar as suas riquezas naturais, através de uma rede de percursos pedestres, trilhos de trail running e BTT devidamente sinalizados.
Acresce que, ao longo do verão, a praia fluvial é animada por atividades e eventos gratuitos. Por exemplo, há sessão de fitness nos próximos dias 19 e 26; e, no dia 25, concerto dos Orelhuda. Já em setembro, nos dias 2 e 3, tem lugar o Penacova Trail do Centro; e no dia 17 decorrem jogos tradicionais. Faz tudo parte da programação que o município preparou para os meses quentes, abarcando áreas como a música, o desporto ou a gastronomia.
O que fazer ao redor da areia:
Passear numa réplica de barca serrana
Quando Victor Seco e Fábio Nogueira decidiram fazer passeios pelo rio numa réplica de barca serrana, batizaram-na com uma alcunha de família – ou não fosse o projeto SERRANAS DO MONDEGO uma homenagem a dois antepassados barqueiros, que transportavam mercadorias entre Penacova e Figueira da Foz. Chama-se “Tareco”, está no Reconquinho, e proporciona momentos de lazer polvilhados com história. A viagem mais simples custa 8 euros, valor que sobe para 18 euros adicionando uma degustação de produtos regionais. Há ainda um passeio noturno, com jantar assente em pratos tradicionais a bordo, por reserva (desde 35 euros/pessoa).
Matar saudades da chanfana (e dos caracóis)
Peixes do rio, caracóis e moelas são alguns dos petiscos servidos no BAR DO RECONQUINHO, por valores que começam em 6 euros. Também vão para a mesa almoços e jantares, por exemplo, à base de chanfana. Esse prato de aconchego, ali, “sai mais no verão”, graças aos emigrantes, conta Edite Almeida, responsável pela casa, que, por esta altura, funciona das 9h às 23h, diariamente, sem pausas.
Fazer o roteiro do arista
No início do século XX, os chamados aristas passavam longas temporadas em Penacova, seduzidos pela qualidade do ar e pelas paisagens naturais. Hoje, o ROTEIRO DO ARISTA convida a visitar oito locais do concelho, cada um com uma letra gigante das que compõem a palavra Penacova. A Praia Fluvial do Reconquinho faz parte do circuito, assim como o MOSTEIRO DE LORVÃO, que tem um centro interpretativo novo em folha para conhecer (das 9h às 13h e das 14h às 18h; preço: 4,5 euros).