Os lenços da Walkyria são inspirados em mulheres guerreiras

Paula Leal com o lenço "Emma", que remete para a atriz britânica Emma Watson. (Fotografia: DR)
Paula Leal nasceu no Porto, mas vive há cinco anos em Madrid. Foi na capital espanhola que lançou, no fim do ano passado, a marca de lenços Walkyria, com uma coleção inspirada em mulheres fortes, como as valquírias que lhe deram o nome. Cada peça homenageia uma personalidade feminina - da pintora Frida Kahlo à aviadora Amelia Earhart, a primeira mulher a voar sozinha sobre o Atlântico.

O percurso profissional de Paula Leal começou no design – foi, aliás, designer gráfica júnior no Jornal de Notícias. Em 2012, rumou ao Bahrain, onde trabalhou numa editora que lhe deu luz verde para renovar as imagens de duas revistas, uma delas de moda e lifestyle. Alguns anos depois, deixou o Médio Oriente e voltou à Europa, com destino a Madrid. Ainda manteve o emprego à distância durante algum tempo, mas a vida deu mais voltas: foi mãe, perdeu o trabalho e decidiu reinventar-se, fazendo uso de tudo o que aprendera no caminho. Em dezembro passado, fundou a marca de lenços Walkyria, um projeto a tempo inteiro, que reflete a sua caminhada das Belas Artes até à moda, com um piscar de olho ao empoderamento feminino.

A primeira coleção, “Las Walkyrias”, que pode ser adquirida aqui, reúne vários modelos inspirados em mulheres fortes, de diferentes contextos e épocas. Tanto, que lhes tomam o primeiro nome e traços de personalidade. Um dos que Paula mais gostou de desenhar foi o lenço “Iris”, de Iris Apfel, ícone de moda internacional aos 99 anos. É dona de uma imagem forte, de que fazem parte o cabelo branco, as peças de cores vivas, os óculos redondos e outros acessórios apelativos, e esse espírito jovial e divertido preside ao respetivo lenço, de tons rosados e laranja.

Bem diferente é o modelo “Anita”, de Anita Roddick, fundadora da marca Body Shop, com os seus cosméticos não testados em animais e feitos com ingredientes de comércio justo. No lenço, surge representada pelas cores vermelha e lilás, simbolizando amor e ativismo (muito em prol do ambiente).

O nome da marca remete para as valquírias, mulheres guerreiras da simbologia nórdica, e começa por “w” em alusão à palavra “women” (mulheres, em Inglês). Os seus lenços carregam uma mensagem de sensibilização cultural e social para a igualdade de género e a defesa dos direitos das mulheres, sublinha Paula, em videochamada desde Madrid. Ao pescoço tem o modelo “Frida”, de cores intensas, como os quadros da pintora mexicana Frida Kahlo.

As figuras eleitas vão da designer de moda e “it girl” britânica Alexa Chung à escritora nigeriana Chimamanda Ngozi Adichie, passando pela aviadora Amelia Earhart, a primeira mulher a sobrevoar o Atlântico sozinha. Mas Paula não se cinge às celebridades: está a preparar uma segunda coleção dedicada a mulheres anónimas com histórias marcantes, “algumas muito duras”, ainda sem data de lançamento.

Os lenços são desenhados pela fundadora da marca, impressos em Espanha e cosidos à mão em Portugal, pela tia Maria Baptista, conhecida como Mimi, a “fada madrinha” de Paula. Neste momento, são feitos de semi seda, num só tamanho (45 X 45 cm) e têm o preço único de 25 euros. A exceção é o novo modelo Amanda, que homenageia a jovem poeta e ativista Amanda Gorman, convidada a participar na tomada de posse do presidente americano Joe Biden. Esse está em pré-venda por 17 euros, até ao fim do mês. Os envios, para Portugal e Espanha, custam 6,69 euros.

O lenço “Amanda”.
(Fotografia: DR)




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