Olhar renovado sobre os tesouros do Museu Nacional Soares dos Reis

Museu Nacional Soares dos Reis (Fotografia de Pedro Granadeiro/GI)
Mais de 1300 peças de arte, entre obras expostas pela primeira vez e os tesouros já conhecidos do público, dão pretexto a uma visita à nova exposição de longa duração do Museu Nacional Soares dos Reis.

Diz o diretor António Ponte que “este é um museu que se visita uma vez e se vem ver depois”. É o Museu Nacional Soares dos Reis, que acaba de inaugurar uma mostra de longa duração, após mais de dois anos parcialmente fechado para obras. As peças expostas – mais de 1300, distribuídas por 27 salas – justificam o regresso após uma primeira visita, para conhecer a fundo as coleções de pintura, escultura, desenho e artes decorativas do primeiro museu público de arte do país, criado em 1833 pelo rei D. Pedro IV.

Museu Nacional Soares dos Reis (Fotografia de Pedro Granadeiro/GI)

 

Aos 190 anos, o museu apresenta um novo olhar sobre o acervo, e inclui novidades, como uma pintura de Amadeo de Souza-Cardoso – renovada anualmente, num protocolo com o Centro de Arte Moderna da Gulbenkian -, e obras conhecidas, como “O Desterrado”, de António Soares dos Reis, ou o autorretrato de Aurélia de Souza, duas das dez peças classificadas como bens de interesse nacional.

Museu Nacional Soares dos Reis – O Desterrado (Fotografia de Pedro Granadeiro/GI)

Museu Nacional Soares dos Reis – pintura de Amadeo de Souza-Cardoso (Fotografia de Pedro Granadeiro/GI)

 

“Uma das nossas primeiras ações foi definir uma narrativa que agregasse todas estas obras”, refere o diretor. O resultado compõe-se de duas leituras paralelas e complementares: a história da arte nacional, dos artistas e suas obras, que se entrelaça com a história do museu e dos seus momentos de transformação, como quando foi elevado a Museu Nacional, em 1932.

“Nessa perspetiva, entendemos que a primeira sala devia ser dedicada à fundação do museu, aos fundadores e às peças fundadoras”, explica António Ponte, realçando um conjunto de 26 placas de esmalte pintado do século XVI, vindas do Santuário do Mosteiro de Santa Cruz de Coimbra, que representam a coleção inicial do museu, agora em exposição permanente.

Museu Nacional Soares dos Reis – Sala dos Fundadores (Fotografia de Pedro Granadeiro/GI)

 

 

As salas seguintes contêm obras de pintores românticos, naturalistas, realistas, modernistas, até um encontro com a arte contemporânea. O segundo piso é dedicado às coleções de ourivesaria, mobiliário e cerâmica, de que se destaca um par de pulseiras em ouro da Idade do Ferro.

Apesar de vir a ter revisões periódicas, a nova exposição de longa duração poderá ser visitada até o Museu Soares dos Reis completar 200 anos, em 2033. Para já, a visita é feita de forma autónoma, mas a propósito do Dia Internacional dos Museus, de 18 a 20 de maio serão organizadas visitas orientadas e outras atividades lúdicas.

 

TRÊS MOMENTOS DE VISITA

Sala Henrique Pousão
No espaço dedicado ao pintor naturalista destacam-se obras como “As casas brancas de Capri”, elaborada
em 1882, durante a temporada em que o artista foi viver para Itália, ou um conjunto de “Impressões de viagem”, pequenas tábuas de madeira onde Henrique Pousão fez um registo de vários lugares durante a sua jornada para Roma, e que vêm pela primeira vez em grande volume para exposição.

Museu Nacional Soares dos Reis – Henrique Pousão (Fotografia de Pedro Granadeiro/GI)

 

Galeria Soares dos Reis
O escultor que empresta o nome ao museu foi um dos mais destacados nomes da arte portuguesa do século XIX. A peças icónicas como “O Desterrado”, ou o “Conde de Ferreira”, junta-se agora um conjunto de baixos relevos e um álbum de viagens e anotações de António Soares dos Reis, adquirido pelos Amigos do MNSR – Círculo Dr. José de Figueiredo.

Museu Nacional Soares dos Reis – Galeria Soares dos Reis (Fotografia de Pedro Granadeiro/GI)

 

Sarcófago das Quatro Estações
Este sarcófago romano esculpido em mármore e datado dos séculos III-IV é um dos objetos mais antigos da coleção do museu, proveniente do depósito da Câmara Municipal do Porto. A peça foi encontrada numa antiga necrópole romana no Monte da Azinheira, em Évora, e apresenta as estações do ano personificadas em cada um dos seus extremos.

Museu Nacional Soares dos Reis – Sarcófago das Quatro Estações (Fotografia de Pedro Granadeiro/GI)

 

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