“As pessoas estão ávidas de festa, de alegria, de estarem umas com as outras”, diz Paulo Soares, colaborador do Guindalense FC, associação cujo bar e esplanada é, há várias décadas, um ponto nevrálgico das festividades sanjoaninas. Sobranceiro ao rio Douro, com a Ponte Luís I enquadrada na paisagem, o Guindalense é um local privilegiado para se assistir ao fogo de artifício da Ribeira.
“Será o regresso à normalidade”, refere Paulo, que recorda com mágoa os dois anos passados. “Foi muito difícil para nós não podermos festejar o São João”, admite. Mas a associação não ficou parada: “demos apoio à população aqui da freguesia da Sé, distribuindo máscaras de proteção e viseiras”, conta, até porque o Guindalense “não serve só para organizar festas, também faz serviço social”, diz.
A tradição da festa sanjoanina que se quebrou nos dois últimos anos vinha desde a fundação do clube, em 1976. Ainda antes de ser o Guindalense, funcionava ali “um grupo folclórico chamado Rosas da Fé, que já organizava os seus bailaricos”, conta Paulo.
A festa, no dia 23, vai começar às 15h com as sardinhas, os pimentos assados e o caldo verde para confortar estômagos. Às 22h, arranca a animação musical com o cantor popular Paulo Costa, que faz um intervalo pela meia-noite para se poder assistir ao fogo-de-artifício. A festa continuará pela noite dentro, sem horas para acabar, e “são todos bem vindos”.
Mais lugares para viver o São João no Porto:
Fontainhas
Considerado um dos bairros mais típicos das festas são-joaninas, as Fontainhas volta a estar em modo de celebração. Foi de forma tímida, com recinto fechado, muitas restrições e álcool gel à entrada que o ano passado o São João regressou ao Passeio das Fontainhas. Mesmo não abrindo na noite de 23, os dias de animação serviram para matar um pouco as saudades da festa, comer sardinha assada e farturas, com vista para o Douro, andar de carrosséis, jogar matraquilhos ou comprar o tradicional martelinho.
Este ano será possível fazer isso tudo sem os constrangimentos do ano passado. Boa oportunidade também para se redescobrir esta pitoresca zona da cidade: admirar o monumento “Da Cidade, às Carquejeiras”, obra do escultor José Lamas dedicado às mulheres que transportavam a carqueja para alimentar os fornos da cidade, desde o rio à parte alta da cidade, subindo a difícil calçada, hoje chamada, precisamente, das Carquejeiras.
Desde o ano passado que também ali se pode ver o mural da artista Mariana Malhão dedicado à maior festa do Porto. São com 40 metros de comprimento e 10 de altura com desenhos coloridos alusivos aos ícones sanjoaninos, como o martelo, o balão de ar quente e o alho-porro.
Nas ruelas que vão dar a alameda, descubra-se as várias ilhas tradicionais, onde se montam cascatas e se faz festa rija, à moda antiga.
Até dia 3 de julho
Das 12h às 23h; sextas, até à 1h; sábados das 10h à 1h; domingos das 10h às 23h.
Rotunda da Boavista
Desde há uns anos que a roda gigante instalada no Jardim da Rotunda da Boavista, Praça Mouzinho de Albuquerque, é um dos chamarizes da festa de São João nesta zona da cidade. Por 4 euros, pode passar-se um bom bocado a apreciar a cidade bem lá de cima. Mas há muitos outros divertimentos para aproveitar, como carrinhos de choque, a casa de terror, trampolins, carrosséis para os mais pequenos e outros. Isto, além dos comes e bebes da temporada.
Até dia 3 de julho
Das 12h às 23h; sextas, até à 1h; sábados das 10h à 1h; domingos das 10h às 23h.
Roda gigante: 4 euros
No Jardim do Cálem, em Lordelo do Ouro, a festa também já está montada, tal como na Avenida D. Carlos, um pouco mais à frente, no Passeio Alegre.
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