Ó da Roda: há uma nova barca serrana a fazer passeios pelo Mondego, em Coimbra

A viagem de barca serrana no Mondego permite ver Coimbra de diferentes ângulos. (Fotografia de Maria João Gala/GI)
Os passeios de barca serrana, em Coimbra, são uma nova maneira de desfrutar do rio e da cidade. Ó da Roda é como se chama a mais recente embarcação do projeto Serranas do Mondego, que parte do Parque Verde carregada de histórias.

O projeto Serranas do Mondego arrancou há praticamente três anos, em Penacova, por iniciativa de Victor Seco e Fábio Nogueira, que começaram a fazer passeios naquele rio numa réplica de barca serrana. Viram nessa atração turística uma forma de homenagear dois antepassados que eram barqueiros: o avô de Victor e o bisavô de Fábio tiveram um negócio de transporte entre Penacova e Figueira da Foz – levavam madeira, produtos agrícolas e outras mercadorias para a Figueira, e de lá traziam sal. Por isso, a embarcação foi batizada com uma alcunha de família: Tareco.

Ora, a barca serrana Tareco, que continua em Penacova, acaba de ganhar uma irmã, chamada Ó da Roda, e já ao serviço em Coimbra. O embarque dá-se na margem direita do Parque Verde do Mondego, nas imediações da ponte pedonal Pedro e Inês, e o passeio, de aproximadamente 50 minutos, costuma abranger a zona entre o Pavilhão Centro de Portugal e a Ponte de Santa Clara. Todos os dias, exceto segunda-feira, há partidas às 10h, 11h, 15h, 16h, 17h e 18h. A viagem, que se realiza com um mínimo de dois passageiros e um máximo de 20, permite olhar a cidade de ângulos diferentes.

(Fotografia de Maria João Gala/GI)

Ao longo do percurso, o guia Miguel Matias Almeida vai enquadrando a barca serrana na História, explicando a sua importância enquanto meio de transporte de mercadorias entre o interior do país e a costa, sem perder de vista as memórias da cultura popular. Vêm à tona curiosidades sobre o Mondego (também apelidado de Basófias) e quem fazia vida nele, dos barqueiros às lavadeiras, passando pelos agricultores que cultivavam os campos nas margens. É, pois, uma oportunidade para descobrir como era a vida no rio – e um pretexto para reaproximar as pessoas dele.

 

Curiosidades

01. A história do nome
“Ó da Roda” era o que o barqueiro gritava ao deparar-se com obstáculos à passagem da barca, no rio: os chamados caneiros, represas feitas com estacas de madeira em que se entrelaçavam ramos; o objetivo era “mover as rodas que estavam nas margens a tirar a água para as ínsuas de regadio”, explica Victor Seco. Nessas represas, havia uma zona sem estacaria nem vegetação, com tábuas amovíveis que, uma vez removidas, permitiam à barca seguir caminho.


02. Viagem sem ruído
A nova réplica de barca serrana foi encomendada ao mesmo carpinteiro que fez a primeira e, tal como ela, distingue-se das originais por ter motor elétrico – assim, a embarcação desloca-se sem ruído, com margem para conversar. Antes, essas embarcações eram movidas à vara, à vela ou à sirga, ou seja, com os homens a puxar das margens. Dependendo de fatores como a carga ou as condições meteorológicas, a viagem de ida e volta entre Porto da Raiva (Penacova) e Figueira da Foz podia demorar entre três dias e uma semana.

(Fotografia de Maria João Gala/GI)


03. Petiscos a bordo
Quem quiser enriquecer o passeio com experiências enogastronómicas só tem de fazer um pedido prévio. Por marcação, os passageiros podem degustar, a bordo, produtos regionais ligados à história da barca, como queijo da Serra, enchidos, broa ou vinho do Dão.

 

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