Nina Gruntkowski: da rádio alemã ao chá em Fornelo, Vila do Conde

Nina Gruntkowski na Chá Camélia. (Fotografia de Artur Machado/GI)
Uma viagem de trabalho ao Douro mudou-lhe a vida. Apaixonou-se, e por cá ficou. Juntamente com o marido - o produtor de vinhos Dirk Niepoort -, criou a Chá Camélia.

Da primeira vez que veio a Portugal, a jornalista alemã encontrou uma capital chuvosa e cinzenta. “Fui para Lisboa em fevereiro, para tirar um curso intensivo de português, em preparação para uma pesquisa em Moçambique. Choveu o tempo inteiro, estava super frio, foi um pouco frustrante”, confessa. Nina é natural de Frankfurt e começou a falar português enquanto praticava capoeira, na sua passagem académica por Colónia, onde se formou em Geografia, Etnologia e Estudos Africanos. Essa aptidão levou-a a especializar-se nos países de língua portuguesa em reportagens para a rádio pública alemã.

Quando lhe chegou a proposta de fazer um trabalho sobre o Douro, admite não ter vindo com grandes expectativas, mas conhecer a região vinhateira em setembro revelou-se uma agradável surpresa. Nessa visita, feita há 15 anos, cruzou-se com Dirk Niepoort, com quem veio a casar.

“Claro que a minha primeira paixão foi o Dirk, mas depois o país foi-me surpreendendo cada vez mais, foi uma descoberta de longo prazo, e eu hoje em dia não consigo imaginar-me a viver noutro lugar. Estou mesmo apaixonada por Portugal”, revela. Ficou especialmente encantada pelo norte, pelas camélias, e pela beleza natural. “É incrível a variedade que este país pequenino tem, é impressionante, a riqueza da paisagem, da culinária… Eu acho que já conheço bem, e mesmo assim fazendo viagens encontro sempre novos encantos e fico surpreendida”, conta.

Depois de algum tempo a conciliar a vida nos dois países, ainda como jornalista freelancer – mas já em busca de um projeto alternativo -, surgiu a oportunidade de se dedicar ao chá, uma paixão de infância, que partilhava com o marido.

Hoje, Nina dedica-se totalmente ao projeto, que entretanto cresceu para um hectare de produção biológica, numa quinta em Fornelo, Vila do Conde, a primeira plantação de chá na Europa continental. Por estes dias, anda atarefada com a colheita da primavera, que está a transformar em chá verde. Além da produção, Nina também organiza regularmente visitas guiadas e workshops. O próximo acontece no sábado, dia 21 de maio, a propósito dos Chás da Primavera.

(Fotografia de Artur Machado/GI)


3 locais favoritos em Portugal

Casa de Chá da Boa Nova (Matosinhos)
“A Casa de Chá do Siza Vieira. Eu acho que é o edifício mais lindo de Portugal. É muito Japão. Adoro”.

Rio Minho
“É um dos rios mais fantásticos do Mundo e passear de bicicleta à beira do rio Minho é um privilégio”.

Douro e Minho
“Aqui onde estamos na plantação de chá, é tudo pequenino, e parece uma paisagem de contos de fadas. E depois o Douro com essa grandeza e a dinâmica das pedras e dos terraços e das vistas amplas. Adoro esse contraste. Paisagens únicas”


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