Na Ilha da Culatra, no Algarve, há comida de pescador e praias atlânticas

A Ilha da Culatra é um destino de praia por excelência na Ria Formosa, no Algarve. (Fotografia de Sara Matos / GI)
Acessível apenas por barco, a Ilha da Culatra é um porto seguro de pescadores, tradições e respetiva gastronomia. Os seus sete quilómetros de praia são o coroar de um cenário rico em fauna e flora.

Homens do mar atarefados nas lides da pesca e crianças a saltar para a água são quem dá, frequentemente, as boas-vindas aos que chegam de barco ao porto da Ilha da Culatra, em plena Ria Formosa. Localizada em frente à cidade de Olhão, mas pertencente administrativamente a Faro, esta ilha é casa e sustento de cerca de 800 habitantes, uma comunidade piscatória com origens nos finais do século XIX e que se espraia entre a Culatra, o Farol (a oeste) e Hangares (entre ambos).

Nesta aldeia de casas térreas – algumas decoradas com artefactos de pesca e até conchas da praia – as ruas são labirínticas, com lajes de cimento para os pés não se queimarem na areia quente, e não há estradas, nem poluição. Ainda assim, é uma ilha onde nada falta, desde enfermaria, escola, centro social e posto dos correios. Na zona próxima do porto multiplicam-se os santuários de comida de pescador, os cafés e as esplanadas onde descansar à sombra e mimar as crianças com gelados.

(Fotografia de Maria João Gala/GI)

A caminhada até à praia de Culatra-Mar, já do lado atlântico, é um deleite para os sentidos, entre os padrões coloridos das casas, o linguajar popular e os odores do peixe grelhado e da maresia. Para lá da povoação estende-se um passadiço de madeira com 500 metros, sobre o cordão dunar, que segue até à praia de areia branca e água azul-turquesa, normalmente à temperatura amena de 22 graus. Querendo, pode-se caminhar mais duas horas para leste, até à Barra Grande.

 

O que fazer ao redor da areia

Comer n’ O Rui, seguindo as pisadas de Matt Preston
O britânico Matt Preston, um dos rostos do concurso MasterChef Austrália, esteve em Portugal em 2019, e durante as suas férias no Algarve e no Alentejo almoçou no restaurante O Rui, na Ilha da Culatra. Os filetes de peixe-aranha, uma das especialidades, arrebataram-no – “podem ser uma das melhores coisas que comi este ano”, escreveu no Instagram – mas são de provar, também, as ostras da ria e a raia alhada, entre outros pratos de peixe, no interior ou na esplanada.


Navegar de ilha em ilha
A Animaris e a Passeios Ria Formosa são apenas duas das empresas que asseguram, entre outros serviços, carreiras de barco para as ilhas e passeios marítimo-turísticos. A Ilha da Culatra tem ligações a partir de Olhão e de Faro (no cais da Porta Nova) e, consoante a empresa, é possível agendar as horas de saída e de recolha. Com tempo, vale a pena explorar outras estâncias próximas, como a Deserta e a do Farol (na própria ilha da Culatra). A Animaris, por exemplo, tem carreiras “hop on hop off”; a partir de Faro, com shuttle ou ferry de regresso incluído.

(Fotografia de Paulo Spranger/GI)


Observar a fauna e flora do cordão dunar
Neste amplo sistema dunar criam-se pequenas lagoas entre as areias, na preia-mar. Além das plantas de sapal, como o valverde-dos-sapais, encontram-se espécies como o malmequer-das-praias e o tomilho carnudo, que só existe na costa sul, todas elas resilientes às condições áridas e ventosas deste local. Povoam também as dunas gaivotas, chilretas e ainda micromamíferos como os ratinhos-do-campo e musaranhos, assim como borboletas, escaravelhos e lagartixas. O passadiço permite ainda ver um dos recovos da ilha, com bancos de bivalves e aves limícolas.

(Fotografia de Maria João Gala/GI)

 

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