Museu do Papel Moeda: dinheiro antigo e carrinhos sem fim

Fotografia: André Gouveia/Global Imagens
Conhecer as notas antigas portuguesas, as primeiras ações, imprimir a cara em dinheiro e ainda mergulhar num planeta com milhares de miniaturas de transportes é o que se pode fazer neste museu surpreendente.

Nas entranhas da Fundação Cupertino de Miranda, no Porto, há um museu curioso, no qual se misturam duas coleções muito ricas e bem diferentes, mas que ali parecem cruzar-se sem fronteiras.

Neste Museu do Papel Moeda, pode fazer-se uma visita que vai interessar e seduzir famílias com pessoas de várias idades – e vale bem a pena marcar uma visita guiada, para ter a companhia de Sónia Santos, responsável pelo serviço educativo e uma guia cheia de talento para prender as atenções com pormenores e curiosidades. E ainda alguns jogos para os mais pequenos, que podem ganhar notas de plástico e com elas comprar brincadeiras. Ou ainda mexer numa réplica de um torno de imprimir notas.

Fotografia: André Gouveia/ Global Imagens

Um dado importante sobre este museu é o facto de ser acessível – há materiais em braille e em língua gestual portuguesa e as exposições estão adaptadas a visitantes com paralisia cerebral. Quanto ao espaço, de um lado, há uma grande sala onde se aprende sobre as várias formas que o papel teve enquanto título monetário.

Do outro, na coleção O Dinheiro e os Transportes, pode-se percorrer um impressionante conjunto de 5 mil miniaturas de carros, barcos, aviões e comboios. O colecionador que deu origem às duas é o mesmo: Alberto Correia de Almeida, administrador da Fundação, que a ela cedeu este património singular.

A viagem passa pela primeira nota conhecida no mundo – originária da China – até aos primeiros títulos de empréstimo do tesouro portugueses. Chamavam-se apólices do Real Erário e foram criados pela rainha D. Maria I para fazer face à crise económica do Estado.

Fotografia: André Gouveia/Global Imagens

Nos exemplares expostos neste museu, pode ler-se claramente como a Coroa se comprometia a devolver o empréstimo, acrescido de juros, ao fim de um ano. Há notas dos países que integraram o império português (entre elas, as lindíssimas notas das colónias africanas, com desenhos de animais), há notas emitidas no Brasil quando a família real ali se refugiou, há exemplares do primeiro papel selado e ações com ilustrações que as tornaram obras de arte, como uma ação da Companhia das Faianças das Caldas da Rainha com um desenho de Rafael Bordalo Pinheiro.

A transição para a exposição sobre os transportes passa pela entrada num cofre forte, com as crianças a inserirem um código e a abrir a porta, para depois terem ainda que abrir uma porta secreta. Depois, é deixar os olhos percorrer a impressionante coleção de miniaturas, com muitos Dinky Toys (brinquedos da década de 1930) e outras marcas emblemáticas como Corgi Toys, Pilen, Mercury, Lian cars, entre outras.

Fotografia: André Gouveia/Global Imagens

Numa parede, somos travados pela belíssima maquete do Pinhão e da Régua, com o Douro, e tudo em miniatura: a ponte, a linha de comboio e a capelinha de S. Leonardo da Galafura. Entre estas e outra atrações, a visita acaba diante dos computadores onde se pode imprimir a cara numa nota antiga portuguesa.

 

Museu do Papel Moeda
Fundação Dr. António Cupertino de Miranda
Av. Da Boavista, 4245
Tel: 226101189 Web: facm.pt
Das 09h30 às 12h30 e das 14h30 às 18h30. Encerra sábado e domingo
Entrada: 4 euros; 2 euros para estudantes, séniores e crianças; grátis até aos 5 anos
Famílias têm desconto de 50%. Visitas guiadas acresce 0,50 euros por pessoa.




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