Lojas vintage e em segunda mão, no Grande Porto

Cet Objet du Désir (Fotografia: DR)
Nesta quatro lojas no Porto e em Vila Nova de Gaia encontram-se peças usada em excelente estado, desde a década de 1920 até à atualidade. Uma delas aluga até vestidos e malas para eventos especiais.

Cet Objet du Désir

Peças feitas à mão, na Cet Objet du Désir. (Fotografia: DR)

A Cet Objet du Désir é o reflexo daquilo que Cláudia Lopes gosta: peças antigas, do meio do século, bem tratadas e com histórias para contar. Verdadeiros “tesourinhos”, resume. Cláudia é exigente com o que vende e por isso não compra lotes de roupa, preferindo escolher peça a peça, garantindo que tudo encaixa no conceito da marca. Quase todo o século XX está representado, a partir dos anos 20, mas Cláudia admite que há sobretudo peças dos anos 40 aos 90, vindas de Inglaterra, França, Itália e Alemanha. “Como até ao 25 de abril não havia importação de peças, quase tudo o que tenho português foi feito por modistas, pelas mães e pelas avós”, conta, admitindo que sabe até as histórias de alguns artigos.

Mas nem só de roupa, para mulher e para homem, e alguma de designer, se faz a Cet Objet du Désir, que reúne também calçado, carteiras e malas, toucados, joalharia e acessórios de toilette, como perfumes e maquilhagem, comprados para decoração ou para colecionar, ou mesmo para produções. Outra aposta de Cláudia é em lingerie e roupa de dormir de época, alguma nunca usada. Há soutiens, bralettes e corpetes, bem como delicados vestidos de noite, combinações, babydolls, robes, saiotes e chinelos de quarto, tanto vintage como retro, ou seja, artigos recentes com características antigas.

Sapatos vintage. (Fotografia: DR)

A loja abriu há seis anos na Avenida Rodrigues de Freitas, passou para o Passeio de São Lázaro, mas está agora encerrada desde o início da pandemia, ainda sem data e sem local de reabertura, embora seja da vontade de Cláudia voltar a ter espaço físico. As vendas passaram assim a fazer-se por Facebook, onde há, pontualmente, campanhas promocionais e descontos.

Tatuagens
Cláudia exibe diversas tatuagens que estão intimamente ligadas com a loja. Como o desenho de uma chave, que representa a abertura de portas, dois frascos antigos de perfume, um bustier, o rosto de uma pin-up, um sapatinho e uma pluma.

 

Com Sotaque – Antique e Café

A Com Sotaque reúne loja e café no mesmo lugar. (Fotografia: Igor Martins/Global Imagens)

Comprar peças de vestuário e calçado pré-amadas – que é como quem diz “em segunda mão” – e, pelo meio, tomar um café e adoçar a boca com um brownie é a experiência que Mariana Masvidal e Caio Jesus proporcionam aos visitantes na Com Sotaque – Antique e Café. Temporariamente encerrada, a loja inaugurou em novembro, na Rua Alferes Malheiro, e as vendas que lá se faziam, acontecem agora pelo Instagram.
Mariana, que já era fã da roupa em segunda mão, até porque, enquanto produtora, recorria com frequência a peças usadas para criar figurinos, e Caio, gestor e, mais recentemente, barista, uniram as duas paixões e criaram um espaço mimoso, em tons de rosa e verde seco, amplo e bem organizado. À entrada, os charriots carregados com roupa de mulher e de homem estão divididos por cores, havendo t-shirts, blusas, calças, saias, vestidos e camisas, de estilo casual e festivo. Ao fundo encontram-se as peças vintage, caso do casaco azul-royal com botões dourados do designer francês Louis Féraud, e artigos aos quais foram dados uma nova vida, como as blusas tie-dye do projeto Teashirt. Quando a loja reabrir, Mariana vai privilegiar os tamanhos grandes por “não serem fáceis de encontrar”.
E porque na Com Sotaque se promove a economia circular, quem ali vai comprar também pode entregar as peças que já não usa de roupa, acessórios e calçado, sob uma das modalidades: receber o valor do artigo no momento ou deixar à consignação. Outra hipótese é beneficiar de um desconto de 50% nos produtos consumidos no café, onde Caio prepara com precisão e vagar cada chávena de café de especialidade. Juntando-se leite ou bebida vegetal saem também macchiatos e cappuccinos, e há ainda kombucha e Fritz-Kola. A parelha faz-se com macarons e outros bolos caseiros, de fornecedores locais, e garante-se sempre uma opção vegana. Quando o tempo aquecer, antes ou depois das compras, a esplanada nas traseiras promete serões agradáveis.

Artistas independentes
Brincos da Vraauu!, tote bags e postais da Allhartart e livros da Julia Cosimi Cannata são algumas das peças expostas em frente ao café.

 

Big Closet

Vânia Morais e Inês Madureira, fundadoras da Big Closet. (Fotografia: Igor Martins/Global Imagens )

Um “Airbnb da roupa” – é assim que Vânia Morais e Inês Madureira descrevem o Big Closet, um projeto de aluguer e de venda de roupa em segunda mão, que arrancou no ano passado.

Aos vestidos, que as duas amigas formadas em Direito compraram durante os anos de faculdade para ir a eventos, juntou-se a vontade de empreender, e quando conheceram o conceito de “Airbnb da roupa” tudo se encaixou. Após a candidatura a um programa de fundos comunitários ter sido aceite, deixaram a estabilidade profissional que tinham e aventuraram-se no desconhecido, criando uma plataforma que permite rentabilizar artigos poucos usados, seja recorrendo ao aluguer de vestidos e malas, ou à venda de vestuário, calçado e malas casuais. Para facilitar a procura, optou-se por dividir os vestidos, de marcas como Thread and Needle, Halston, Marquesa Notte e Rebeca Vallance, em cinco estilos – cerimónia, cocktail, baile de finalistas, negócios e casual. A partir daí basta selecionar a cor, o tamanho e indicar o período pretendido. A peça chegará a casa bem acondicionada e sem qualquer custo adicional.

Se a vontade for de comprar, os clientes encontram calçado Luís Onofre, Love Moschino, Michael Kors, Miu Miu e Etro, e malas Prada, Chanel, Marc Jacobs e Tous. Por causa da pandemia, que desacelerou a procura por peças de cerimónia, e para tentar chegar a mais gente, as duas amigas acrescentaram algumas peças novas à oferta, sublinhando, contudo, que não é esse o foco principal.

Este “armário grande”, que será recheado em breve também de roupa de homem e de criança, pode ser conhecido no site ou na loja, localizada perto da Avenida da República, em Vila Nova de Gaia, de segunda a sábado, quando o desconfinamento assim o permitir.

Fotografias
Uma das preocupações de Inês e Vânia é garantir que as fotografias das peças de roupa têm boa resolução e podem ser aumentadas, para que os clientes vejam em pormenor o que pretendem alugar ou comprar. Medidas e detalhes das peças acompanham as fotografias.

 

Yeahllow Store

A Yeahllow Store está diferente, com as paredes pintadas de rosa. (Fotografia: DR)

A loja de roupa e acessórios de outras décadas que Beatriz Lima abriu na Rua do Almada, no Porto, há pouco mais de um ano, foi renovada e tingida de cor de rosa mesmo antes deste segundo confinamento. Para apreciar a nova decoração, que serve de fundo a peças femininas únicas, essencialmente dos anos 1950-90, há que esperar. Mas o negócio continua ativo online, com envios para todo o Mundo – ainda recentemente seguiram encomendas para a Índia e para os Estados Unidos.

Nos últimos tempos, a aposta tem incidido sobretudo em peças vintage de luxo, como carteiras ou parkas de marcas reputadas e grandes casas da moda, como Burberry, Balmain ou Louis Vuitton. “Tenho lista de espera para determinados produtos de luxo, porque assim que os coloco à venda desaparecem em minutos”, conta Beatriz, que já vinha aguçando os seus dotes de caçadora de tesouros (não necessariamente de marca) muito antes de ter a loja. A pedido, até vai à procura de peças específicas – basta enviar-lhe uma fotografia de inspiração e aguardar o resultado das suas expedições. Mesmo com as viagens para escolher peças canceladas, consegue ir refrescando a oferta. Em breve, deverá receber uma encomenda, da Europa, com blusas dos anos 1960-70 e casacos de pele dos anos 1980.

As peças, que muitas vezes passam pela costureira para fazer pequenas alterações, são higienizadas e embaladas sem recurso a plástico, após encomenda pelo site ou pelo Instagram. Alguma mercadoria, sendo vintage, está por estrear. Quando a loja física reabrir, as compras poderão ser levantadas lá, sem custos adicionais. Pretexto, também, para conhecer a nova cara da Yeahllow, um projeto de slow fashion que procura estender a vida dos artigos de moda e, por isso, não admite coleções.

Décor vintage
A loja online tem uma nova secção, dedicada a peças vintage de porcelana, maioritariamente portuguesas e também elas únicas.

Algo está a fazer com que o sistema não consiga mostrar a ficha ténica desejada. Pedimos desculpa pelo incómodo.




Outros Artigos





Outros Conteúdos GMG





Send this to friend