A Outra Face da Lua
Quimonos japoneses, lenços da Hermès, óculos de sol de Karl Lagerfeld e outras peças selecionadas, das décadas 1960-90, podem ser encontradas na loja online d’ A Outra Face da Lua, instalada na Baixa de Lisboa há 15 anos. Quando o projeto arrancou, na capital “havia duas ou três lojas do género”, enquanto “agora surgem como cogumelos, porque é um bocado moda”. Quem o diz é João Galiza, que conduz os destinos da casa com a mulher, Carla Belchior.
“Nós acreditamos que a roupa em segunda mão tem valor, não deve ser vendida barata; as peças têm a sua raridade e devem esperar pelas pessoas que as queiram comprar”, defende João, acrescentando que os artigos à venda, selecionados por Carla, são comprados, não consignados: “Todas as peças têm a sua importância, não estão ali para encher”. Destinam-se a mulher e homem; a criança não, porque surgem poucas peças vintage infantis, e “as mais engraçadas não são muito confortáveis”.
A loja online era um projeto de há muito, que se concretizou durante o primeiro confinamento. O site, cuja oferta difere da do espaço físico, atualmente em obras, disponibiliza ainda parte da coleção privada de Carla Belchior, que engloba lenços das marcas Hermès, Versace ou Emilio Pucci, entre outras. Encomendas de valor igual ou superior a 50 euros têm envios gratuitos para Portugal. CF
Pop Closet
António Branco trabalhou na área da moda, como editor e consultor, nos 25 anos em que viveu fora, primeiro nos Estados Unidos, depois no Brasil. Já na altura consumia artigos em segunda mão com uma aura distinta e integrava-os nos visuais das celebridades com quem trabalhava. “Sempre gostei da ideia de reutilizar e procurar peças especiais, que já não estivessem em circulação”, conta. Essa atividade de escavação seduzia-o tanto, que quando voltou a Portugal fez dela negócio – um “negócio de amor”, sublinha. Em 2017 criou, em Lisboa, a Pop Closet, uma loja de vestuário, calçado e acessórios em segunda mão, também com existência virtual.
O estado de conservação é determinante na seleção das peças de mulher e homem, objetos únicos, dos anos 1980 em diante, com muito pouco uso, quando não mesmo por estrear. Tanto podem vir do estrangeiro como ser ali deixadas à consignação. Mas só depois de passar no crivo do mentor do projeto, que recusa mercadoria das cadeias de fast fashion e nota uma apetência crescente, no consumidor, por produtos que se distingam dos outros. Na sua seleção cabem sobretudo peças de marcas de renome mundial, como Gucci, Chanel ou Yves Saint Laurent, mas também algumas sem etiqueta definida, escolhidas por serem particularmente interessantes ou curiosas.
António Branco aproveitou este segundo confinamento para fazer melhorias no espaço físico e pôr a loja online a funcionar a 100%. Nesta última, onde se pode pesquisar por tipo de artigo, quem chega fica logo a saber que está perante “peças em segunda mão, novas ou usadas, selecionadas por uma equipa de stylists com base na sua história, atualidade, design e qualidade”, para “entusiastas da moda e consumidores conscientes que procuram artigos originais e relevantes”. Essa informação surge num fundo amarelo que não passa despercebido – como quem usa as tais peças especiais, autênticos reforços de carisma e individualidade. CF
Du Chic à Vendre
Há dez anos que Monique Geallad é guardiã, ainda que temporariamente, de verdadeiros tesouros, na Du Chic à Vendre, onde dá privilégio a peças – sobretudo malas – de grandes casas de moda. Uma das mais especiais que lhe passou pelas mãos foi “uma mala Chanel, dos anos 1960, pequenina, que pertenceu à Romy Schnider”, atriz austríaca que ficou famosa graças à trilogia sobre a vida da imperatriz Elisabeth von Bayer, conhecida como Sissi.
Se antes de abrir a loja o ramo da segunda mão não lhe dizia muito, Monique acabou por se apaixonar pelo vintage e, com a Du Chic à Vendre, pretende mostrar que a segunda mão “não é o resto”. Reconhece-lhe “valor e qualidade” e acredita que “se mistura muito bem com peças contemporâneas”. Motivada pelo atual confinamento, lançou a loja online, após ter começado a vender via Instagram.
Na Du Chic Reused encontram-se malas Céline, Hermès, Burberry, Loewe, e outras que vão sendo acrescentadas todas as semanas. Os artigos são deixados à consignação, após cuidadosa avaliação, e costumam ser vendidos pouco depois. Exceto se as marcas forem Louis Vuitton ou Chanel, aí “voam logo”, havendo até lista de espera para alguns modelos. Afinal, a segunda mão pode ser uma verdadeira caça… à mala. ALS
Flamingo’s Vintage Kilo
Depois de Espanha e EUA, a Flamingo’s Vintage Kilo chegou a Portugal, no ano passado, com um conceito novo cá: roupa ao quilo. No site há casacos, calções, vestidos, camisas, chapéus e outras peças para mulher e homem. ALS