Livraria Poetria muda de poiso e mantém o espírito

A livraria Poetria reabriu num espaço maior. (Fotografia: Telmo Pinto/GI)
É uma das livrarias mais acarinhadas pelos portuenses e já esteve algumas vezes perto de fechar. Agora, está num espaço maior, a poucos metros das Galerias Lumière, onde se fundou e viveu durante quase 20 anos.

Depois do susto que quase fez encerrar as suas portas nas Galerias Lumière, a livraria Poetria instalou-se num espaço maior, mais arejado e luminoso, a cem metros do local original. “Tínhamos acabado de adquirir a livraria quando fomos informados que o espaço tinha sido vendido e o novo proprietário não queria manter os contratos”, conta Francisco Reis, que com Nuno Pereira gere esta livraria focada em poesia e teatro.

Não foi a primeira vez que a livraria, aberta desde 2003, esteve perto de encerrar. “Éramos clientes assíduos e ficámos amigos de Dina Ferreira [antiga proprietária]”, lembra Francisco. Um dia, ela confessou estar cansada e tinha em mente encerrar, “sem levantar muitas ondas”, lembra. Francisco, na altura, não gostava do trabalho que fazia; e Nuno estava a tirar um mestrado em Estudos Literários.

Poetria (Fotografia: Telmo Pinto/GI)

 

Depois de uma noite sem dormir, decidiram impedir que a livraria fechasse. “Ela aceitou que nós ficássemos e chegámos a um acordo. A Dina é uma mulher com muita garra e soube organizar este projeto e apresentá-lo à comunidade. Divulgou poesia e teatro de uma forma exemplar ao longo de 16 anos”, elogiam.

A livraria acabou por alicerçar também a vontade que Nuno e Francisco tinham de criar uma editora. Nasceu assim a Fresca, que ao longo dos últimos dois anos e meio publicou 14 títulos de novos poetas portugueses, todos eles nascidos depois de 1980.

 

O novo espaço, cedido pela autarquia, está a ser organizado aos poucos. “Quando começámos a mudança, percebemos que, apesar de maior, não tínhamos estantes suficientes para todos os livros. Lá, como era pequeno, os livros estavam arrumados até ao chão”, conta. Agora, o trabalho e curso consiste em reorganizar, e começar a fazer novos pedidos. O foco continua a ser a poesia e o teatro, mas também há ficção, biografias, diários, cartas, ensaios sobre cinema, dança, género, entre outros assuntos.

 

“Estamos num espaço que nos permite crescer. Podemos estar os dois aqui a trabalhar, antes estava só eu. E podemos trazer o Blake, o nosso cão”, refere. A livraria tem dois andares, sendo o de cima uma mezzanine para ser usada pela comunidade. “Estamos abertos a apresentações e projetos”, diz. Quem quiser, pode simplesmente sentar-se num dos sofás, abrir um livro e passar um bom tempo a ler.

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