Que o tamanho diminuto não faça subvalorizar o poder que o Mercado de Barão de São João tem para as gentes da sua terra. Aqui, com pouco mais do que dez vendedores, as caras conhecidas passam o tempo entre vendas e conversas. Há produtos biológicos e locais, mas o protagonista deste pequeno mercado algarvio é o peixe. O peixe e as pessoas.
“A multiculturalidade característica desta aldeia permanece presente no Mercado de Barão de São João, onde os filhos da terra e os estrangeiros residentes partilham, de um lado e do outro da banca, não só o espaço e a atividade de abastecimento, mas também as suas vivências e costumes”, sublinha Fábio Ventura, técnico da Câmara Municipal de Lagos. Tal como se mantém, após a renovação do espaço, a sua função de agregação da comunidade, também há outras caraterísticas que ficam intactas: é o caso do sinal sonoro típico da freguesia, que anuncia aos compradores interessados que o peixe fresco está a entrar no Mercado. É só aparecer.
A reabilitação do edifício, reaberto em janeiro deste ano, preservou a fachada original, oferecendo, no entanto, um espaço agora melhor organizado e mais amplo, com a luz a ser o novo elemento principal. Mas esta não foi a única obra de requalificação de um mercado em Lagos. Nos últimos dois anos, o município algarvio tem apostado na reforma de diversos pontos de venda. Primeiro, o Mercado da Avenida, “o mais emblemático e antigo mercado do concelho”, segundo Fábio Ventura, foi alvo de intervenções. Mas não foram apenas as condições estéticas ou técnicas que foram melhoradas, foi também inaugurado um novo piso, “destinado à venda de fruta, artesanato e produtos regionais”.
Depois foi a vez do Mercado de Levante, que regressou no ano passado ao espaço que o acolhia anteriormente. Nestes locais, que se apresentam de cara lavada, não falta animação cultural, mostrando que os mercados são muito mais do que um espaço comercial, são um espaço da sociedade.