James Spader: a estrela de The Blacklist que não vê TV

(Fotografia: DR)
Chegou ao pequeno ecrã depois de 40 anos a fazer cinema e diz sentir “certa atração” por vilões.

Em 2014, a prestigiada Rolling Stone chamava-lhe «o homem mais estranho da TV». O próprio sempre gostou de apregoar aos quatro ventos que «nada é demasiado macabro» para si e, talvez por isso, Raymond “Red” Reddington de «The Blacklist», série da NBC emitida em Portugal pelo AXN, lhe assente que nem uma luva. A personagem chegou-lhe depois de quase quatro décadas de uma carreira feita maioritariamente em cinema, mas foi no pequeno ecrã que James Spader se destacou nos últimos anos. Culpa do imoral Alan Shore de «Causa Justa» (1997) e «Boston Legal» (2004) ou do insondável Robert California, de «The Office» (2005). Estar na pele de vilão não é requisito para aceitar um papel, mas o ator norte-americano admite que sente uma «certa atração» por eles.

Os «anti-heróis são muito atraentes», diz, em especial aqueles que conjugam «maldade com humor e irreverência». «Pode ser muito divertido interpretá-los», explica, até porque a tirania em ficção é sinónimo «dos extremos da sociedade». Conhecê-los, e conhecer o que não lhe é «familiar», «é uma espécie de curiosidade mórbida». “Red” serve de exemplo: é o homem mais procurado pelo FBI – que se entregou com a condição de ficar em liberdade para, em troca, ajudar a apanhar criminosos que integram uma lista negra. Encara a sua missão sem olhar a meios para atingir os seus fins e Spader assume que lhe foi entregue «numa altura em que os anti-heróis não abundavam» em televisão. «Agora, provavelmente, há mais, embora eu não tenha tempo para ver TV. Estou demasiado ocupado a fazê-la», afirma o intérprete. Aliás, em sua casa «não há um único televisor». «Passo tanto tempo, tantas horas, tantos dias, semanas e meses a viver dentro da ficção televisiva e dentro do drama televisivo… Dedico tanto da minha vida à televisão, que quando não estou a trabalhar, não quero perder tempo com ela», justifica.

É por isso que a evolução desta indústria o deixa sem palavras. «Não sei se entendo o negócio. Sei que está a mudar, a ficar mais envolvente e a crescer, a expandir-se de uma forma vertiginosa. Mas é muito complicado estar a par do que se passa se passamos muito tempo a trabalhar, o que é o meu caso», atira.

E se a sua vida profissional tem exposição mundial, James Spader, de 60 anos, tem conseguido manter a privada longe dos holofotes. Pai de três – Sebastian e Elijah do primeiro casamento e Nathaneal da atual relação -, justificou numa entrevista à Playboy que não quer «abrir a porta» daquela que é a sua «vida pessoal». O jornalista insistiu e o ator atirou: «Tem muito cuidado, especialmente com coisas que são dadas como garantidas».

The Blacklist, uma «série estranha, por vezes surpreendente e bastante intensa, outras vezes irreverente, outras passiva e que ainda consegue ser volátil», chega ao fim com a sexta temporada, que se estreia no AXN na terça-feira, 26 de maio, às 23h50.

 

Garota do Vestido Cor-de-Rosa (1986)

Um dos primeiros filmes que interpretou. Realizado por Howard Deutch, é uma comédia romântica sobre um grupo de jovens. Desemprego, alcoolismo e diferenças sociais foram os temas abordados. Spader contracenava com Harry Dean Stanton, Molly Ringwald e Andrew McCarthy.

Sexo, Mentiras e Vídeo (1989)

Steven Soderbergh realizou este filme, escrito em oito dias e filmado em apenas cinco semanas. O filme tinha orçamento baixo, mas surpreendeu, tendo conquistado a Palma de Ouro em Cannes. James Spader, que era praticamente desconhecido, recebeu o prémio de melhor ator.

Crash (1996)

Um dos maiores sucessos cinematográficos do ator, que foi dirigido por David Cronenberg, com base num argumento que este escreveu inspirado no romance homónimo de J.G. Ballard. Aqui, Spader tem um fetiche sexual estranho: reconstituir acidentes de viação.

Boston Legal (2004-2008)

Sucessora de The Practice, esta série, assim como aquela, foi criada por David E. Kelley e acompanha a vida do advogado Alan Shore. A personagem foi apresentada durante a última temporada da primeira e era interpretada por James Spader.




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