Este novo livro leva-o a descobrir os segredos dos jardins de Lisboa

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O Jardim Botânico da Ajuda.
Mais do que um simples guia, «Jardins de Lisboa» é o novo livro que associa os pulmões verdes da capital às memórias e à História - da cidade e do País. «Precisamos de dar mais valor» a estes «tesourinhos», explica o autor, Ivo Meco.

A estreia no mundo dos livros faz-se a descortinar os segredos de alguns jardins de Lisboa, mas a paixão pela botânica remete para a infância, para o quintal da avó, em Sines, cheio de canteiros. «Passava muito tempo com ela. O interesse e o gosto começaram aí», recorda Ivo Meco, formado em Biologia e Geologia, atual professor do ensino secundário e autor de «Jardins de Lisboa – Histórias de Espaços, Plantas e Pessoas».

No novo livro, explica-se a botânica e a ligação de seis pulmões verdes à própria História da cidade e do país, revelando segredos e curiosidades sobre o Jardim Botânico da Ajuda, que celebrou recentemente 250 anos, o Parque Botânico de Monteiro-Mor, o Jardim da Estrela, o Jardim Botânico de Lisboa e Jardim Botânico Tropical, para além de incluir as três Estufas: Fria, Quente e Doce. Espaços verdes para os quais importa virar atenções.

«Os portugueses já vão usufruindo cada vez mais dos seus jardins, mas precisamos de lhes dar mais valor. Só conseguimos proteger e cuidar o que conhecemos», explica o autor, que vive com cerca de uma centena de plantas em casa. «É preciso chamar a atenção para estes tesourinhos. Não é necessário ir para fora, basta procurar. Lisboa tem tanta coisa para mostrar», acrescenta Ivo Meco, que participou na série documental da RTP «Paraíso», sobre os jardins de Portugal.

Em «Jardins de Lisboa», escusou-se a fazer apenas um guia por estes espaços verdes da capital. «Isso é um formato distante. É uma mistura de História, romance, memórias, guia, manual», conta o autor. «Foi muito interessante ligar estes jardins às revoluções, à fuga dos reis para o Brasil, à ditadura. Estas árvores presenciaram isso. Podiam contar essas histórias», remata.

(Fotografia: Javier Ferreiro)

Algumas curiosidades sobre…
Jardim Botânico da Ajuda
Ajuda
É o mais antigo jardim botânico português, tendo sido mandado plantar por Marquês de Pombal. No ano passado, celebrou os seus 250 anos. Foi nos antigos terrenos da Quinta de Cima, onde se situa este jardim da Ajuda, que a família real viveu depois do grande terramoto. Atualmente, restaurado desde que foi parcialmente destruído por um ciclone em 1941, encontram-se aqui cerca de 500 espécies botânicas.

Parque Botânico de Monteiro-Mor
Lumiar
Fica situado no Lumiar e é um «excelente espaço para fazer piqueniques», conta Ivo Meco. Não só pela sua dimensão – de cerca de 11 hectares – como pela diversidade botânica que aqui se encontra. Neste parque, passeia-se entre jardins, roseirais, pomares, prados, pinhal, hortas, um lago e uma cascata de água. A entrada faz-se junto ao Museu Nacional do Traje. À entrada, é impossível não dar de caras com uma estátua de Caim.

Jardim da Estrela
Estrela
Tem como vizinha a Basílica da Estrela e será, novamente, um dos palcos do OutJazz, sempre aos domingos, em julho. Mas não é preciso esperar pelo festival de música ao ar livre para ir conhecer este que é «o primeiro jardim público de Lisboa plantado à inglesa: relvados de formas curvilíneas, irregulares, árvores exóticas […] cascatas, lagos, estátuas», explica o autor no livro. É um pulmão verde com uma estética romântica, com coreto, esplanadas e parque infantil. E muita sombra. «O Jardim da Estrela, à tarde, é para mim a sugestão de um parque antigo, nos séculos antes do descontentamento da alma», elogiou em tempos Fernando Pessoa, sob o heterónimo Bernardo Soares.

Jardim Botânico de Lisboa
Príncipe Real
Este jardim com mais de 140 anos no Príncipe Real junta cerca de 1500 espécies, que nos acompanham num passeio para o qual vale a pena reservar uma tarde ou uma manhã. Entre as várias raridades que aqui se encontram está a árvore-do-imperador, que só existe em seis jardins no mundo. À entrada, por exemplo, é recebido roseiras trepadoras, da variedade Belle Portugaise, de «grandes e flagrantes flores salmão», relata o autor. Estando aqui, importa ainda espreitar o vizinho Museu Nacional de História Natural e da Ciência.

Jardim Botânico Tropical
Belém
É o primeiro grande jardim implantado na era da República. As cerca de 600 espécies existentes neste jardim de Belém, refletem «os objetivos da criação do jardim: plantas com interesse económico que poderiam ser exploradas nas colónias portuguesas», conta Ivo Meco. Uma das imagens de marca deste espaço situa-se logo à entrada, com as palmeiras-do-méxico e palmeiras-da-califórnia junto a um tranquilo lago.


«Jardins de Lisboa – Histórias de Espaços, Plantas e Pessoas», de Ivo Meco.
Lançado a 10 de maio de 2019, pela ArtePlural Edições.
Número de páginas: 168. PVP: 18,80€

 

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