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Museu do Brincar reabre no antigo mercado de Vagos (e traz novidades)

As clássicas bonecas Barbie fazem parte da exposição. (Fotografia de Maria João Gala/Global Imagens)

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Como se converte em museu um mercado amplo, onde coexistiram peixaria, talho, venda de legumes e roupa? A resposta pode ser encontrada em Vagos. O Museu do Brincar – que ocupava o Palacete Visconde de Valdemouro, atualmente em processo de reabilitação – reabriu em março, nas instalações do antigo mercado municipal. O edifício sofreu obras de adaptação, sem perder alguns traços de origem: muitas das bancas continuam lá, a funcionar como vitrinas, e jogou-se com as características da fachada para representar coloridas peças Lego. Os miúdos podem usar um túnel para aceder à exposição “Uauuu! O brinquedo, o brincar, um mundo de diversidade”, que não tem circuito definido. Cada visitante é livre de explorar os conteúdos ao seu ritmo, mediante os seus interesses.

As bancas viraram expositores de brinquedos.
(Fotografia de Maria João Gala/Global Imagens)

O Museu do Brincar, agora municipalizado, deu os primeiros passos em 2012, partindo da coleção privada de brinquedos de Ana Barros, mentora e fundadora. Com a passagem para a nova morada, cresceu em área expositiva e introduziu algumas novidades. São milhares as peças à vista, antigas e contemporâneas, de diversos estilos e proveniências. Há bonecos de pasta de papel de fabrico português (que se desfaziam quando as crianças lhes davam banho); ursos de séries limitadas, um deles vindo da Austrália e feito à mão; Barbies inspiradas em mulheres pioneiras, como a aviadora Amelia Earhart ou a pintora Frida Kahlo; miniaturas de carros e motos; e até brinquedos óticos e jogos de ilusão ótica (como os clássicos visores turísticos em forma de televisão ou máquina fotográfica).

Além de mostrar como evoluíram as brincadeiras no tempo, através das suas coleções, o museu convida a manusear brinquedos, a baloiçar num barco pirata, a andar de carrossel e a jogar ao faz de conta em vários espaços temáticos. Surgem cenários como um castelo, uma casa gandaresa, um teatro (com bilhetes, palco e bancadas) e uma escola primária do Estado Novo. Esta última desperta memórias nos adultos e permite aos mais novos vestir a bata de professor, ir ao quadro, mas também aprender que ser esquerdino implicava levar com uma cana nas unhas, muitas meninas eram impedidas de estudar e não havia turmas mistas.

Na escola primária típica do Estado Novo também surgem alguns brinquedos.
(Fotografia de Maria João Gala/Global Imagens)

A sala de aula típica do tempo da ditadura salazarista foi ali recriada pela ligação ao recreio, contextualiza Carlos Rocha, ou Jackas, diretor técnico do museu e um dos fundadores (é ainda o único Pai Natal certificado da Península Ibérica). “As crianças começaram a brincar quando surgiram as escolas, porque [antes] trabalhavam no campo, não brincavam.” Isso é tão importante, que foi instituído o Dia Internacional do Brincar – celebra-se neste domingo, 28 de maio. Pretexto para uma visita?

Jackas, um dos fundadores do museu, é o único Pai Natal certificado da Península Ibérica.
(Fotografia de Maria João Gala/Global Imagens)



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