Quando Joana Ramos-Pinto decidiu criar a loja hoje conhecida como Good Things Will Happen Soon, encantou-se por um espaço charmoso, e há muito tempo fechado, no número 301 da rua da Restauração, no Porto. Na altura, a instalação do seu negócio lá acabou por não se realizar, pelo que escolheu como montra a rua do Rosário; mas nunca lhe saiu da cabeça aquele sítio com luz natural e vista para o rio Douro – o mesmo onde conversamos agora, porque, desde maio, acolhe a Good Things, qual sonho tornado, finalmente, realidade.

Joana Ramos-Pinto (Fotografia de Pedro Correia/GI)

Good Things Will Happen Soon (Fotografia de Pedro Correia/GI)
É Joana Ramos-Pinto quem conta a história desde o início: depois de 21 anos a viver em diferentes países, regressou ao Porto natal e sentiu falta de lojas assim, “criativas, com coisas giras, mistura de marcas, decoração, mas também algum humor”. Na bagagem, trazia o projeto Inkworks, que fundara em Barcelona e se traduzia em postais com frases alusivas à cidade, mais tarde adaptadas a outras localizações, incluindo o Porto. Esse projeto, ainda ativo,
abrira-lhe muitas portas (inclusive, de museus), mas a designer gráfica ansiava por mais, até porque não gostava de estar ao computador – preferia fazer instalações, pensar em conceitos, dar trela à criatividade. Assim se começou a desenhar a Good Things.

Good Things Will Happen Soon (Fotografia de Pedro Correia/GI)

Good Things Will Happen Soon (Fotografia de Pedro Correia/GI)

Good Things Will Happen Soon (Fotografia de Pedro Correia/GI)
“O que quero vender são mesmo ‘good things’ [coisas boas], coisas que nos fazem felizes, que nos dão bem-estar, que nos põem um sorriso na cara”, diz Joana, que é neta de ourives e tem um carinho especial por antiguidades. Tudo isso se reflete na oferta da loja, que abrange uma grande variedade de objetos, de marcas nacionais e internacionais, por norma pequenas, com muitos artigos feitos à mão. Há joias em forma de esqueleto, jarras em vidro soprado suspensas por fios, xaropes não alcoólicos biológicos para usar em cocktails e cozinhados e até alguns artigos de assinatura própria. É o caso das colheres com frases gravadas ou dos aventais em linho colorido.
“Sou doida por objetos. Faço coleção de colheres de pau, tenho-as de todo o Mundo”, conta a mentora do projeto, que aproveitou a mudança de morada para introduzir uma série de novidades: livros de culinária, decoração e lifestyle, peças em barro, puzzles, copos… “A outra loja pedia-me coisas mais cool, mais de design; esta pede-me coisas mais cosy, mais slow living”, diz. Claro que continua a notar-se uma queda para o design, como mostram os bolos grandes e cremosos que, afinal, são velas; ou os ornamentos de parede feitos manualmente, em latão.

Good Things Will Happen Soon (Fotografia de Pedro Correia/GI)

Good Things Will Happen Soon (Fotografia de Pedro Correia/GI)
Até ao Natal, são esperadas mais peças, alerta Joana, entusiasmada com a redecoração da loja segundo essa temática. Não que precise de pretextos para mudar de sítio os móveis – uns de família, outros comprados em segunda mão ou resgatados do lixo. A Good Things funciona também como mini café. Todos são bem-vindos, incluindo os animais de companhia, como sugere a presença do cão Cacau. E há pelo menos um artigo para eles: uma cama cuja almofada é para encher com roupas do tutor, para que os bichos durmam com o seu cheiro.
Algo está a fazer com que o sistema não consiga mostrar a ficha ténica desejada. Pedimos desculpa pelo incómodo.