Flâneur ao Centro leva exposições de fotografia ao espaço público

A cidade de Leiria é uma das participantes no festival. (Fotografia de Ricardo Graça/GI)
De abril a julho, os municípios do Bombarral, Leiria, Lourinhã e Torres Vedras vão receber o projeto Flâneur ao Centro, com exposições de fotografia a ocuparem ruas e praças.

Os espaços públicos dos municípios do Bombarral, Leiria, Lourinhã e Torres Vedras vão ser palcos de arte nas próximas semanas, recebendo exposições de fotografia de forma alternada, que resultaram do trabalho de quatro artistas convidados a reler a região.

O projeto chama-se FLÂNEUR AO CENTRO, e a primeira paragem faz-se no Largo Papa Paulo VI, em Leiria, de 9 de abril a 1 de maio. Segue-se a Praça do Município, no Bombarral (7 a 29 de maio); a Praça José Máximo da Costa, na Lourinhã (4 a 26 de junho), e o Largo Jaime Baptista da Costa, em Torres Vedras (2 a 24 de julho).

Segundo Nuno Ricou Salgado, da associação cultural Procur.arte – que desenhou e coordenou a proposta de intervenção artística no espaço público -, a FLÂNEUR AO CENTRO “desafia os artistas a criarem novas leituras sobre este território, tendo como ponto de partida o conceito de flâneur e como contexto físico esta região enquanto caleidoscópio social em constante mutação. O objetivo é, a partir da criação artística e da fotografia, promover uma leitura contemporânea do território”.

FLÂNEUR AO CENTRO é livremente inspirado na obra e percurso do Arquiteto Ernesto Korrodi, que, a partir de Leiria, realizou várias obras em Portugal continental. De origem suíça, Korrodi naturalizou-se português, foi pioneiro da Art Noveau e recebeu dois Prémios Valmor. Para além dos seus estudos sobre o património, desenhou edifícios públicos, casas, quintas e teatros na região. A fauna e flora caraterísticas da região (uva, pêra, maçãs, figos, etc) estão presentes em toda a sua obra, tanto na cantaria como no trabalho do ferro e mobiliário. Tendo como inspiração o espírito deambulante de Ernesto Korrodi, foram convidados 4 artistas – Catarina Botelho, Fábio Cunha, Joshua Phillips e Róisín White – a reler a região e a redescobrir este território.

Baudelaire define o flâneur como “alguém que anda pela cidade com o objectivo de experimentá-la”. Walter Benjamin descreve o flâneur como um produto da vida moderna, um botânico do asfalto e a cidade como um autêntico chão sagrado da flânerie. Desde então, o conceito de flâneur tem sido utilizado como instrumento para compreender os fenómenos urbanos e a modernidade em termos culturais, económicos e sociais.




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