A meio da manhã, Joana Pereira já preaqueceu o forno comunitário, para mais tarde cozer as tigeladas que ensina a confecionar nas oficinas do ateliê da ALDEIA DE FIGUEIRA. Somadas tantas décadas, o forno continua a ser o coração do povoado de xisto com 16 habitantes – cujo núcleo será do século XVII – e distingue-se pelo sistema de marcação que ajudava as famílias a saber qual a sua vez de cozer o pão. Já no ateliê, com os ovos, mel, canela, leite e limões em cima das bancadas, os participantes aprendem a fazer a tigelada, numa amigável competição.
“A tigelada retrata bem o antigo modo de vida das pessoas”, profundamente ligado à agricultura de subsistência, ao olival e ao pastoreio de cabras e ovelhas. As ruas estreitas e emaranhadas, muitas delas com portas de madeira, lembram também os tempos em que era preciso evitar os ataques noturnos dos lobos aos animais domésticos. Joana conta tudo isto ao abrigo da marca SOUL, criada para preservar os usos e costumes e acolher os turistas. Na também sua CASA TI’AUGUSTA serve-se plangaio, bucho que dantes levava os ossos de espinhaço de porco.
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Este artigo integra a reportagem de capa “À Descoberta do Pinhal Interior”, composta por capítulos sobre os concelhos de Vila de Rei, Oleiros, Mação, Proença-a-Nova e Sertã.