Figueira da Foz: uma festa sem hora para acabar

A cidade do extenso areal dourado enfeita-se para os festejos que incluem ranchos e marchas a desfilar na avenida.

É em junho, quando a luz é mais clara, que a o extenso areal da Figueira da Foz serve de cenário a uma das mais belas festas da região centro. À noite, em cada dia 23, a cidade acende-se para ver desfilar as marchas populares, uma tradição que continua a mobilizar os bairros, coletividades e freguesias.

“A minha memória mais antiga da festa é ver os ranchos a desfilar na avenida, ainda antes das marchas”, conta Carlos Monteiro, o presidente da Câmara da Figueira da Foz, que ascendeu há pouco meses ao cargo, em substituição de João Ataíde, entretanto nomeado secretário de Estado do Ambiente.

Carlos fala com paixão da noite de São João, da Praça do Forte, onde nos últimos anos se exibem as marchas populares. Este ano há quatro a concurso: Grupo Recreativo Vilaverdense, Sociedade de Instrução e Recreio de Lares, Tavarede e Paionense.

«Das finas areias, berço de sereias, procurando abrigo», a Figueira ainda guarda muito desse romantismo que cantava Maria Clara nos anos 1950. E que é possível encontrar em locais emblemáticos como o Grande Hotel. É do terraço que alcançamos uma das melhores vistas sobre a praia da Claridade, a marginal, ou o conjunto da festa que toma conta da cidade, por estes dias.

É no Bairro Novo que a festa popular é mais intensamente vivida pela comunidade. Entre a Travessa de São Lourenço e a Rua dos Pescadores, recentemente requalificada, há uma mão-cheia de restaurantes que entram no espírito festivo. Na verdade, as festas da Figueira começaram logo no princípio do mês, com vivas ao regresso da pesca da sardinha. No Coliseu figueirense acontece há 32 anos uma espécie de «aquecimento» para o São João, com a «festa da sardinha». Este ano foram «só» duas toneladas de sardinha, 1200 broas de milho, 1200 litros de caldo verde, 4000 garrafas de vinho tinto e 24 kg de chouriço.

Mas é a 23 que todos celebram aquela que consideram “a noite mais longa do ano”, que só tem hora para começar (21.30) mas nunca para acabar. Manda a tradição que é preciso dançar até o sol raiar, seja na zona do Forte ou em qualquer arraial onde houver música, sem esquecer o banho santo, depois da meia-noite. Na praia do Forte há ainda uma tradição que leva muitos curiosos a experimentar: saltar a fogueira. Há várias espalhadas pelo areal, à mercê dos mais corajosos.

Falta ainda falar do fogo de artifício, que agora se chama espetáculo piromusical, com multimédia. O fogo é lançado a partir do rio Mondego, pelo que o melhor é manter-se pela Praça do Forte e apreciar um momento único na Figueira da Foz.

COMER E BEBER

Ascender ao Jet7

Os 150 lugares sentados do restaurante Jet7.5 esgotam rapidamente nesta altura. Mas não custa tentar a sorte e conseguir a proeza de jantar uma bela sardinhada (é a única altura em que serve sardinha) – ou um prato de carne, para quem não a dispensa e quer provar as especialidades da casa – com vista para o desfile das marchas populares. Por ser o único restaurante-bar da praça, é um local bastante concorrido. No resto do ano, dedica-se também aos petiscos: mexilhão, calamares ou gambas ao alho são pecados que São João perdoa, por se apresentarem tão bem.

Aníbal Montargil abriu aquele espaço – enriquecido pela esplanada em plena praça – há quatro anos. Nasceu entre os bares e a restauração (o pai foi proprietário da discoteca Possidónio) e apostou naquele espaço. Por esta altura entra no espírito do arraial: substitui o mobiliário da esplanada por mesas e bancos corridos.

Jet7.5
Praça do Forte, lojas 2 e 3
Tel: 233 415473
Todos os dias, das 10h00 às 02h00
Preço médio por refeição: 7,5 euros




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