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Fazer a romaria em passeios pelos caminhos do São João

Jorge Sequeira, da Associação Recreativa Desportiva São Pedro Miragaia. (Maria João Gala/Global Imagens)

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Não haverá concertos na Baixa nem fogo de artifício neste São João. Mas haverá seguramente festa durante estes dias. Além dos três espaços de diversões montados na cidade – nas FONTAINHAS, em LORDELO DO OURO e na BOAVISTA – é possível passar pelos bairros mais históricos e vivenciar um pouco do espírito da festa.

A ASSOCIAÇÃO RECREATIVA E DESPORTIVA DE S. PEDRO DE MIRAGAIA, que todos os anos se distingue por estar mesmo ao lado do palco e do bailarico, debaixo dos arcos de Miragaia, este ano está mais desamparada. “Nesta época costumamos angariar dinheiro para a associação, mas este ano não há bailarico, o que nos prejudica”, conta Jorge Sequeira, à frente desta associação que completa 99 anos no dia 22 de junho. A falta de festa alia-se à “desertificação do bairro” que não ajuda ao negócio. “Muitas pessoas que antigamente viviam aqui ainda vêm ao fim de semana”, conta Jorge. Por isso, é nos fins de semana que se podem comer as famosas bifanas e por estas semanas já há sardinha assada e febras. Mesmo sem música de baile nem fogareiro à porta, a festa vai-se fazendo, com “simpatia a tempo inteiro”, garante Jorge.

Associação Recreativa Desportiva São Pedro Miragaia.
(Maria João Gala/Global Imagens)

Um pouco mais à frente, no ARMAZÉM, o ambiente é outro. Nesta que foi a primeira cave da Real Companhia Velha, ainda no século XIX, e que depois se transformou em armazém de produtos químicos, nasceu em 2015 este espaço de visita obrigatória para quem gosta de tomar um copo ou comer um petisco em ambiente vintage. Além de várias lojas de mobiliário, discos, decorações, artesanato, pósteres, entre muitos outros objetos, há bar e a esplanada é soalheira e tranquila. Às mesas chegam tostas, tábuas de queijos e presunto, copos de vinho, cervejas e cocktails.

Clube desportivo Infante D. Henrique.
(Maria João Gala/Global Imagens)

Mais à frente, a Ribeira, outro núcleo central da festa, também não tem direito a bailarico por estes dias. Mas para vivenciar o porto histórico, não faltam espaços para comer e beber. No GRUPO DESPORTIVO INFANTE D. HENRIQUE, Joaquim Cunha já recebe clientes, muitos turistas, depois de vários meses fechado. Mas avisa – “aqui não há sardinhas assadas, mas não falta bacalhau e marisco”. Para comer preferencialmente lá fora, a olhar o rio.

Quem quiser comer boas sardinhas, tem muito por onde escolher ali à volta. E porque não ir a um clássico. A ADEGA SÃO NICOLAU, com cara lavada desde 2017, é um dos mais antigos restaurantes da Ribeira, fundado em 1930, continua a destacar-se pelo peixe fresco grelhado.

Fontainhas.
(Maria João Gala/Global Imagens)

Subindo da Ribeira pela Calçada das Carquejeiras, chega-se ao coração da festa sanjoaninha. Nas FONTAINHAS, está montada uma das três feiras de diversões permitidas este ano. Há carrosséis, matraquilhos, barracas de farturas e restaurantes que têm a sardinha na brasa como prato principal, nomeadamente o Romeiro Lavrador e o Lisbonense. Fora do recinto – que este ano é fechado (é necessário medir a temperatura e desinfetar as mãos à entrada), os cafés típicos do bairro continuam a servir bifanas, cachorros e caldo verde a quem por lá passeia. No LA FONTAINE – já todo devidamente decorado – a época “não está a compensar tanto como em outros anos antes da pandemia”, diz a responsável Ermelinda Santos. As grades que separam o recinto do resto da alameda onde o snack-bar se encontra são prejudiciais. “As pessoas não podem passar diretamente para aqui e ao saírem do recinto, vão embora”, lamenta.

Umas portas ao lado, o café AZUL E BRANCO também está a sofrer com as grades que cortam o acesso direto aos cafés. Mas José Gomes e Elisabete Rosa não desmoralizam. Apesar das incertezas da noite de S. João (a feira de diversões terá de fechar às 18h, mas ainda não há indicações quanto à restauração), estão ali para bem receber.

(Maria João Gala/Global Imagens)

Mais à frente, já um pouco afastado da “confusão” está o MIRA A PONTE, que construiu uma esplanada de apoio para preparar as sardinhas na brasa. Fábio Teixeira, responsável pelo espaço, espera conseguir licença para que a esplanada se mantenha depois do São João. Para a decorar, utilizaram-se os manjericos plantados na horta que criaram ali na encosta. Mais genuíno é impossível.

Algo está a fazer com que o sistema não consiga mostrar a ficha ténica desejada. Pedimos desculpa pelo incómodo.