Exposição de arte mais extensa do mundo chega a Portugal pelo Caminho de Santiago

O mural de Caldas de Reis retrata a família Ocampo e foi pintado pela artista galega Lula Goce. (Fotografia: DR)
Depois de Espanha, Portugal recebe “As Estrelas do Caminho”, anunciada como “a exposição de arte ao ar livre mais extensa do mundo”. Projeto prevê a pintura de nove murais que retratam pessoas de relevo nas comunidades tocadas pelo Caminho português.

Joaquim Sá, um atleta português de 74 anos que fez o percurso de ida e volta do caminho em várias ocasiões da sua vida, é um dos rostos da série de nove murais artísticos pintados no âmbito da exposição “As Estrelas do Caminho”, que chega agora a Portugal. A obra foi pintada pela artista galega Lula Goce e pode ser apreciada na localidade de Rubiães (concelho de Paredes de Coura).

O outro mural já finalizado, da mesma artista, homenageia Enrique Ocampo, representando a família Ocampo, que constrói e repara sinos desde 1630 (um deles foi o da Catedral de Santiago de Compostela, em Caldas de Reis, município de Pontevedra, na Galiza). A Evasões sabe que os murais de Ponte de Lima e de Barcelos também já se encontram em fase de execução.

Quem desenha e pinta os nove retratos são Lula Goce e Daniel Eime. A artista galega, natural de Baiona (Pontevedra), é uma das referências da arte urbana em Espanha e a nível internacional; e o português Daniel Eime desenvolve trabalhos exclusivamente com a técnica de stencil, em murais de grande escala nos quais trabalha rostos do quotidiano combinados com formas geométricas.

“As Estrelas do Caminho” pretende totalizar 230 quilómetros de exposição ao ar livre, passando por Matosinhos, Barcelos, Ponte de Lima e Rubiães. Conforme se lê em comunicado, a ideia é “prestar homenagem a todas as pessoas que mantêm vivo o espírito do Caminho de Santiago”, para que os peregrinos que o percorrem possam contactar com as suas histórias “de resistência”.

Joaquim Sá, um atleta de Rubiães, com 74 anos, que fez o percurso de ida e volta do caminho em várias ocasiões; Andrea Gonzalez, de Tuí, pianista e gestora cultural premiada que entrou no ranking das 100 Melhores Mulheres Líderes em Espanha; e Enrique Ocampo, de Caldas de Reis, o sineiro que moldou os sinos da Catedral de Santiago, integram a lista de protagonistas.

O mural pintado em Caldas de Reis. (Fotografia: DR)

Os murais vão ocupar empenas de prédios e pontes e cada um deles terá um marco com informação detalhada sobre a pessoa retratada. Associada às obras sugirá ainda uma série de curta-metragens com “diferentes diálogos” entre elas, nos quais as pessoas falam “sobre o que o Caminho representa nas suas vidas ou como estão envolvidos na vida quotidiana das suas localidades”. O objetivo é cruzar as culturas e modos de estar da Galiza e de Portugal.

A exposição “As Estrelas do Caminho” começou há um ano em Espanha, por iniciativa da cervejeira galega Estrella Galicia, com uma extensão de 140 quilómetros que abarcava as últimas sete etapas do Caminho francês (um dos caminhos de Santiago mais populares). O projecto foi estendido agora ao Caminho português entre o Porto e Santiago de Compostela, com paragens em Matosinhos, Barcelos, Ponte de Lima e Rubiães.




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