Estuário do Tejo: passeios e petiscos nas margens

O desconfinamento trouxe novos pontos de interesse às longas margens do Tejo, entre mesas clássicas que se renovam, outras que nascem, uma casa-homenagem ao bacalhau e passeios em barcos tradicionais.

1. BARCO LIBERDADE
O varino voltou a navegar

São 18 metros de comprimento, duas velas e proa alta. Chama-se Liberdade e faz jus ao nome de cada vez que passeia pelo Tejo. Depois de vários meses parado, o barco varino que parte da zona ribeirinha de Vila Franca de Xira já retomou as partidas aos sábados e domingos em agosto e setembro. Os percursos são vários, rumo à Ponte da Lezíria, ao Parque das Nações ou à Azambuja, mas também pela Reserva Natural do Estuário do Tejo, onde é possível fazer observação de cerca de 120 mil aves que ali nidificam antes de migrarem para o resto da Europa e África. A viagem requer marcação.

Barco varino parte da zona ribeirinha de Vila Franca de Xira

Rua Alves Redol, 7 (Vila Franca de Xira)
Tel.: 969022529
Web: cm-vfxira.pt
Preço: 8,12 euros (metade para crianças e seniores), grátis para crianças até 5 anos

 

2. PURE
A nova e grande esplanada com vista para o Tejo

O culminar de mais de uma década de volta dos tachos celebra-se com o rio Tejo como cenário principal, que se avista na nova, arejada e grande esplanada situada na Marina de Oeiras. Depois de anos como braço-direito de António Bóia no JNcQUOI e de vencer uma medalha de ouro como parte das Equipas Olimpíadas de Cozinha, João Cunha voa agora sozinho no Pure. O restaurante, que consegue sentar 250 pessoas, tem no mar e na qualidade do peixe e marisco nacionais a sua inspiração principal. “Gosto de ter uma abordagem minimalista.

“A simplicidade é o que mais me agrada na nossa cozinha”, conta o chef. Por isso mesmo, peixe ao sal e na grelha fazem parte da carta, elaborada com “amor e loucura”, e oscilando entre pratos de conforto e veranis. Casos do ceviche de garoupa, do carpaccio de novilho, do polvo confitado, do risoto de camarão e espargos do mar e do cheesecake desconstruído, servido em copo alto sobre bolo verde de rúcula e molho de alperce, que às sextas e sábados acompanham-se de música ao vivo.

Este é um dos pratos do Pure, novo restaurante na Marina de Oeiras com menu executivo (Fotografia: DR)

Marina de Oeiras
Tel.: 912553417
Web: facebook.com/PureRestauranteBar
Das 12h30 às 15h30 e das 19h30 às 23h. Domingo, só almoços. Encerra segunda
Preço médio: 25 euros

 

3. DOCA DE PEIXE
Um clássico renovado nas Docas

É um histórico das Docas, em Alcântara. Mas apesar do estatuto ganho em mais de duas décadas, o Doca de Peixe surge no pós-pandemia de cara lavada, renovado, mais moderno e luminoso, com mais brancos e maior luz natural. Um novo aquário de lagostas, lavagantes e sapateiras, à entrada, também ajuda a dar as boas-vindas a quem chega, juntando-se à grande montra cheia de gelo onde está o peixe e marisco mais fresco do dia, do cantarilho ao salongo, às amêijoas e ostras. A nova carta faz-se de pratos como arroz de lavagante e coentros; cataplana de peixe e marisco; tagliatele com carabineiro algarvio; ou camarão grelhado com arroz de tinta de choco. Aos pés do Tejo, com a Ponte 25 de Abril ali ao lado, saboreia-se também peixe ao sal ou na grelha, claro está, de preferência na esplanada, rodeado de peças de Bordalo Pinheiro, todas alusivas a rio e mar.

O restaurante Doca de Peixe foi remodelado

Doca de Santo Amaro, Armazém 14 (Alcântara)
Tel.: 213973565
Web: facebook.com/docapeixe
Das 12h às 23h. Não encerra
Preço médio: 25 euros

 

4. CENTRO INTERPRETATIVO
Nasceu uma meca do bacalhau

É o novo inquilino do Terreiro do Paço, documentando as duras jornadas dos pescadores nos frios mares da Terra Nova e Gronelândia, mostrando a sua importância no nosso país e revelando o seu papel na gastronomia. No Centro Interpretativo da História do Bacalhau, partilham-se receitas e comentários de chefs, curiosidades sobre as origens de um Brás e Gomes de Sá, utensílios e testemunhos de pescadores, e alerta-se para a pesca sustentável e novas formas de o cozinhar. A forte interatividade está visível em projeções de videomapping e na sala de simulação que coloca o visitante a bordo de um dóri, em alto mar. O bacalhau vende-se na zona de mercearia e prova-se no restaurante Terra Nova (antigo Populi), dois espaços que integram o projeto.

Já abriu o Centro Interpretativo da História do Bacalhau, em Lisboa (Fotografia: DR)

Torreão Nascente do Terreiro do Paço, Lisboa
Web: historiabacalhau.pt
Das 10h às 20h. Não encerra
Preço: bilhetes desde dois euros. Menores de seis não pagam.




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