Esposende: passear entre masseiras e moinhos à beira-mar

O Trilho das Masseiras começa e termina junto à praia da Apúlia. Fotografia: Rui Manuel Fonseca/GI
O Trilho das Masseiras é um percurso de sete quilómetros, inserido no Parque Natural do Litoral Norte, com início e fim junto à costa. A praia da Apúlia serve de ponto de partida para observar moinhos de vento, aves e campos em masseira.

A praia da Apúlia, no extremo sul do Parque Natural do Litoral Norte, seduz, desde logo, pelos moinhos de vento que se erguem a curta distância do mar, fazendo do sítio um encanto para a vista. Para melhor apreciar essas estruturas de planta circular e formato cónico, agora desprovidas da sua função original, basta seguir os passadiços de madeira. Mas há mais para ver, além deste que é o ponto de partida (e de chegada) do Trilho das Masseiras – Percurso do Vento e do Homem.

Esta rota circular, que se estende da costa ao interior, marcado por matas e campos em masseira, ao longo de pouco mais de sete quilómetros, faz parte da rede municipal de percursos pedestres. Através dela, o município de Esposende pretende dar a conhecer a paisagem do vento. Em três horas de caminhada cabem moinhos, curiosas formas de cultivo e uma torre para observação de aves e outras belezas naturais.

 

Algumas paragens

Moinhos de vento da Apúlia

Fotografia: Rui Manuel Fonseca/GI

Na praia da Apúlia destacam-se os moinhos de vento construídos, em granito e xisto, sobre o cordão dunar. Estes antigos motores da economia local tinham uma particularidade: a sua capucha era móvel, o que permitia adaptar o velame à direção do vento, explica José Costa, técnico da Câmara Municipal de Esposende. Muitos deles tinham dois pisos: num estava o mecanismo e o outro era usado como arrecadação para o grão e para a farinha. Hoje, estão na mão de particulares e são usados como casas de férias. Além deste núcleo de moinhos, existia outro, mais a sul, que desapareceu com a erosão costeira.

 

Campos em masseira

Fotografia: Rui Manuel Fonseca/GI

À medida que a costa vai ficando para trás, surgem os característicos campos em masseira, que dão nome ao trilho. As masseiras são covas largas e retangulares cavadas nos solos arenosos. No seu fundo há água doce e nos cantos – os chamados «quatro vales» – são cultivadas vinhas, para proteger a zona central da areia lançada pelo vento do Norte (a bem conhecida nortada), e o calor da areia amadurece as uvas, usadas para produzir vinho. No mapa do percurso surgem assinaladas a Pequena Masseira e a Grande Masseira.

 

Lagoa da Apúlia

Fotografia: Rui Manuel Fonseca/GI

Na lagoa da Apúlia, um sítio de nidificação de aves, foi erguida uma torre de observação da paisagem com 12 metros, o equivalente a três andares, e que tem na madeira um dos seus materiais principais, pelo que não destoa muito da paisagem. Neste miradouro ganha-se uma noção mais exata – e surpreendente – da envolvente natural. Quem tiver vertigens talvez pense duas vezes antes de subir a sua escada em caracol, mas vale a pena, porque lá de cima vê-se patos-reais e garças, ouve-se o coaxar dos anfíbios e sente-se o vento na cara.

Ecovia do Litoral Norte

Na Apúlia, junto à costa, também passa a Ecovia do Litoral Norte, que liga Esposende a Viana do Castelo e se prolonga até Caminha, embora haja ainda troços por completar.

Algo está a fazer com que o sistema não consiga mostrar a ficha ténica desejada. Pedimos desculpa pelo incómodo.

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