Vai ser apresentada pela primeira vez em Portugal esta quinta-feira, no Porto, mas a marca Espanha Verde, chancela do Turismo de Espanha criada para promover e potenciar experiências, produtos e roteiros em quatro comunidades autónomas do norte espanhol – Galiza, Astúrias, Cantábria e País Basco – já trabalha no desenvolvimento destes destinos turísticos há 35 anos.
A óbvia proximidade destes territórios a Portugal torna-os destino habitual de férias para os portugueses, e os números assim o comprovam. Na Galiza, por exemplo, o principal mercado é o português, representando 44% do bolo internacional. Nas Astúrias, os portugueses são os terceiros que mais viajam até lá. Já na Cantábria e no País Basco, os portugueses representam 3,5% dos turistas estrangeiros.
A diversidade de oferta destes destinos é uma das suas mais-valias, sendo que estas quatro regiões somam 42 espaços naturais protegidos (parques e reservas), 2500 quilómetros de costa marítima, mais de 30 vias verdes para caminhar e pedalar, grutas com arte pré-histórica declarada Património da Humanidade da UNESCO, e um leque de atividades recomandadas pela Espanha Verde, como a prática de surf e o Caminho de Santiago Norte. Além disso, a gastronomia é outro forte chamariz de interesse, somando estas quatro comunidades um total de 56 restaurantes distinguidos com estrelas Michelin.
Sete perguntas a Xosé Manuel Merelles, Diretor do Turismo da Galiza e coordenador das ações promocionais da Espanha Verde em 2024
Os principais objetivos desta marca passam por cinco pontos. Quais são?
1 – Promover um turismo sustentável e responsável: O território Espanha Verde destaca-se pelas suas paisagens naturais protegidas, marcadas por florestas, montanhas e costas. As quatro regiões são conhecidas pela sua beleza natural, como os Picos da Europa, as paisagens da costa cantábrica ou as florestas da Galiza. A marca procura incentivar um tipo de turismo que respeite o ambiente e favoreça o desenvolvimento sustentável das comunidades locais, através de atividades ao ar livre, como caminhadas, escaladas, golf, surf, ciclismo ou observação de aves e fauna (vida selvagem). 2 – Partilhar a identidade cultural e local: Cada uma das regiões da Espanha Verde possui um rico património cultural e tradições próprias. A marca procura comunicar os costumes locais, como a gastronomia, as festividades e o património histórico, sensibilizando para a diversidade cultural desta zona do país. 3 – Despolarizar o turismo: Um dos nossos objetivos é tentar atrair turistas durante todo o ano, aproveitando as estações intermédias, como a primavera e o outono, para evitar a sobrelotação nos meses de verão. 4 – Reforçar a competitividade: Através da colaboração entre os diferentes destinos e da criação de pacotes turísticos conjuntos, a “Espanha Verde” pretende oferecer uma experiência completa e diversificada, cada vez mais atractiva para os turistas nacionais e internacionais. 5 – Aumentar a visibilidade internacional: O projeto procura posicionar o Norte de Espanha como um destino turístico de qualidade nos mercados internacionais, promovendo a suas atividades e serviços além-fronteiras de forma equilibrada e consistente.
O lado “Verde” do nome e marca traduz-se de que forma?
Por um lado, o verde das montanhas, dos campos, dos vales, das vinhas e das florestas é o fio condutor que acompanha o viajante a qualquer uma das 4 regiões; quer opte por viajar ao longo da costa ou decida fazer um percurso pelo interior. Por outro lado, queremos promover experiências e iniciativas que respeitem o meio ambiente e favoreçam o desenvolvimento sustentável das comunidades locais. Exemplo disso são as inúmeras atividades de turismo ativo no meio da natureza ou as visitas que oferecemos aos produtores e artesãos locais para valorizar as nossas tradições, a sua arte e todo o seu trabalho. O “Corredor de Ecoturismo Espanha Verde” é outro dos grandes projetos desenvolvidos pela marca, em colaboração com o Turismo de Espanha. Financiado com fundos europeus, será em breve o maior corredor de ecoturismo da Europa, integrando 30 áreas protegidas e cerca de 350 empresas turísticas nas quatro comunidades, numa aposta clara em novos serviços de turismo sustentável, social e ambiental.
O que será, na prática, o evento de apresentação da marca pela primeira vez em Portugal?
“Norte Diem” será o mote do evento de apresentação da marca Espanha Verde em Portugal. O conceito é marcado por uma viagem enogastronómica, com um menu assinado pelo chef basco Iñigo Lavado, representando os produtos tradicionais, vinhos e sidras de cada região. Trata-se de uma proposta original e criativa que combinará a gastronomia espanhola com uma experiência audiovisual, artística e interativa, procurando transmitir todo o espírito desta zona do país.
De que forma pode o público em geral aceder/reservar as experiências na região?
Podem aceder através dos sites próprios das quatro regiões ou através das agências de viagens que incorporaram a oferta da “Espanha Verde”. Esta oferta também está disponível em Portugal, através de operadores como a NOrtravel, Bestravel, Lusanova Tours ou Pinto Lopes Viagens.
Há roteiros/percursos já pré-definidos “chave na mão”?
Casa região teve a liberdade e autonomia de criar os seus próprios programas/roteiros e comercializa-os através de diferentes plataformas digitais e agências de viagens.
Porque é Portugal, para vós, um mercado estratégico?
Em primeiro lugar pela proximidade geográfica, Portugal representa um mercado de 10 milhões de pessoas muito próximo do norte de Espanha, com um perfil de visitante que demonstra um grande interesse pela oferta turística do Norte de Espanha. Consideramos que há uma grande afinidade cultural e partilha de interesses comuns, como a gastronomia, o ecoturismo ou o desporto. Notámos ainda um aumento significativo deste mercado no nosso território da “Espanha Verde” nos últimos anos e acreditamos que é importante continuar a trabalhar na captação de turistas portugueses para valorizar ainda mais o destino.
Porque razão decidiram apresentar a marca no Porto?
Depois de apresentarmos a marca em Frankfurt em 2023, optámos por fazê-lo este ano na cidade do Porto, devido à relação transfronteiriça que temos com toda a região norte de Portugal. O mercado português é muito importante para nós, não apenas pela proximidade geográfica, mas também pela afinidade cultural que temos em comum. As ligações aéreas diretas que existem na época de cidades como Porto, Lisboa ou Faro para o aeroporto de Bilbao, de Lisboa para o aeroporto das Astúrias ou do Funchal para Santiago de Compostela, fazem da Espanha Verde um destino acessível e apetecível para o mercado português.