Escapadelas para a ponte de 5 de outubro

Atividades aquáticas em Melgaço. (Rui Manuel Fonseca/Global Imagens)
Uma dezena de pequenos roteiros de norte a sul do país, na montanha, na cidade e à beira-mar para aproveitar da melhor maneira o fim de semana e o feriado.

Quatro roteiros para uma escapadela no Norte

Eis quatro passeios no Norte do país para aproveitar o feriado de 5 de outubro.

MELGAÇO

Fim de semana radical no Alto Minho

Os amantes de atividades radicais e de aventuras na natureza encontram na vila mais a norte de Portugal o destino ideal para uma escapadela cheia de adrenalina, com boa comida e alvarinho a acompanhar.

Rafting no rio Minho (Fotografia: Rui Manuel Fonseca/GI)

A abundância de água e os furiosos rápidos que se formam junto às pesqueiras permitem a prática de rafting no rio Minho durante todo o ano e fazem de Melgaço uma das capitais ibéricas desse desporto radical. A Melgaço Radical é uma das empresas especializadas na atividade, e tem até uma versão mais focada no contacto com a natureza, o eco rafting. É um percurso com cerca de 20 quilómetros, ao longo do qual os guias fornecem informações sobre a fauna e a flora, e a importância da preservação dos habitats. Outra empresa no concelho que também se dedica ao rafting é a Melgaço Whitewater, e ambas organizam descidas noturnas, normalmente em noites de lua cheia. Naquelas águas também é possível fazer outras atividades, como a canoagem e o hidrospeed. Mas quem preferir ficar com os pés em terra, pode admirar a beleza do rio num passeio pelos passadiços de madeira que acompanham os seus contornos na margem lusa.

Sobre aquele curso de água que separa Portugal da Galiza, os mais aventureiros têm ainda a oportunidade de testar a coragem com um salto pendular, realizado a 30 metros de altura na ponte internacional que liga Peso a Arbo.

Subindo ao planalto de Castro Laboreiro, em pleno Parque Nacional da Peneda-Gerês, além dos vários percursos pedestres para conhecer a serra, há muitas outras formas de mergulhar na natureza. A caminho, encontra-se no Parque de Campismo de Lamas de Mouro um circuito de arvorismo com oito pontes que obrigam a saltar de árvore em árvore, caminhando sobre cordas e troncos de madeira baloiçantes.

Já o percurso atribulado do rio Laboreiro, com quedas de água, margens escarpadas e lagoas entre penhascos, fazem dele um excelente lugar para a prática de canyoning. A Montes de Laboreiro reconheceu desde logo o potencial da atividade que consiste em avançar pelo rio, ultrapassando esses obstáculos naturais com saltos para a água ou descidas em rappel. É uma das experiências mais procuradas por quem visita a região, mas só é praticada entre 15 de maio e 15 de outubro, devido ao frio e à subida do caudal do rio no inverno. AC

Dormir numa casa de bonecas

Uma das mais recentes novidades do Soalheiro foi a recuperação de uma antiga casa de campo junto à adega, transformada em alojamento rural de charme, pitoresco e acolhedor, que parece saído de um conto de fadas. A CASA DAS INFUSÕES tem três quartos e é uma homenagem às ervas espontâneas que crescem no território: a alfazema, a hortelã e a perpétua-roxa dão nome a cada um deles. Durante a estadia fica o convite para uma prova de infusões na antiga eira, com vista para o vale, e uma visita às estufas e à adega.

Casa das Infusões (Fotografia: Rui Manuel Fonseca/GI)

Comida de conforto e alvarinho

Na TASQUINHA DA PORTELA, um restaurante familiar em Paderne, as carnes grelhadas partilham o protagonismo com novidades como os risotos de polvo e de bacalhau, a francesinha e ainda especialidades que foram dando fama à casa ao longo dos últimos 15 anos. É o caso do bacalhau à Tasquinha, gratinado com presunto e queijo, e de pratos mais regionais, como a lampreia e o cabrito. Uma seleção cuidada dos vinhos do concelho acompanha o que vai no prato. Destaque ainda para as sobremesas, em especial as telhas de canela com arroz-doce.

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DOURO

Roadtrip vínico na mais antiga região demarcada

Este é um roteiro para quem quer fazer-se à estrada e descobrir os encantos do vale vinhateiro. Na estação em que as vinhas ganham rubor, a paisagem fica ainda mais acolhedora: um convite a passear, comer e beber à beira-rio.

O outono é uma altura mágica no Alto Douro. A vinha pinta-se de vermelho e laranja, dando a quem chega uma sensação de aconchego que suaviza a frescura típica da estação. E para melhor apreciar esta paisagem, classificada como Património Mundial, a mítica EN22 é o caminho a seguir. Quem não quiser fazer o percurso todo desde Vila Nova de Gaia através da Estrada Nacional, pode tomar boleia da pitoresca 222 a partir da Régua. Antes de descer à cidade, porém, recomenda-se um pequeno desvio até ao MIRADOURO DE SÃO LEONARDO DE GALAFURA, para observar o vale do alto.

Miradouro de São Leonardo de Galafura (Fotografia: Artur Machado/GI)

No antigo armazém ferroviário da Régua, ao lado da estação de comboios, o ANETO & TABLE é uma boa escolha para a primeira paragem gastronómica do passeio. Neste restaurante vínico, cada prato é pensado para harmonizar com um dos vinhos da marca Aneto – produzidos ali bem perto na Quinta do Extremadouro -, utilizando produtos regionais como o fumeiro e os queijos.

De energias e ânimos repostos, o regresso à estrada faz-se por um dos mais belos troços da EN222, que liga a Régua ao Pinhão, sempre ladeiro ao rio. À chegada da vila, o coração da região demarcada, ergue-se à direita, numa alta colina, a QUINTA DAS CARVALHAS, uma das maiores propriedades da Real Companhia Velha. Ali, a Vintage Tour, guiada por Álvaro Martinho, responsável pela viticultura e um apaixonado pelo Douro, leva os visitantes a conhecer os aromas, as texturas e os sabores da terra. A visita termina com uma prova de vinhos no terraço da quinta, junto ao rio, e com o Pinhão em plano de fundo.

A nacional 222 segue em direção ao Douro Superior, entre vinhas de altitude, planaltos e cenários agrestes. O destino seguinte é Vila Nova de Foz Côa e uma vez aí não é preciso outro pretexto para visitar a QUINTA DO VALE MEÃO. É uma propriedade carregada de história, a última a ser adquirida pela famosa Ferreirinha. Foi naqueles 300 hectares abraçados pelo rio que nasceu um dos vinhos mais emblemáticos da história do Douro, o Barca Velha, e o talhão de onde provinha parte das uvas usadas no blend é uma das primeiras paragens da visita guiada a esta quinta icónica. AC

Quinta de Vale Meão (Fotografia: Artur Machado/GI)

Dormir num balão de vinho

Recentemente aberta ao enoturismo, a QUINTA DE VENTOZELO proporciona a oportunidade de dormir num antigo balão de armazenamento do vinho reconvertido numa suíte de charme, com um pequeno deck voltado para as vinhas e até um chuveiro a céu aberto. Para descobrir há ainda um centro de interpretação, vários percursos pedestres, um jardim de aromáticas e o restaurante Cantina de Ventozelo, liderado pelo chef Miguel Castro e Silva, e que valeu ao alojamento um lugar entre os três melhores hotéis gastronómicos do Mundo, nos National Geographic Traveller Hotel Awards 2021.

A arte rupestre do Côa

Seja numa visita livre ao MUSEU DO CÔA ou com o complemento de uma excursão guiada in situ aos núcleos de arte rupestre da região, numa passagem por Foz Côa vale a pena conhecer aquele que é o maior conjunto mundial de arte paleolítica ao ar livre: são mais de 80 sítios com arte rupestre e 1200 rochas gravadas ao longo de 20 quilómetros. No museu encontram-se réplicas de algumas das gravuras encontradas no Vale do Côa e noutros sítios da Europa.

Museu do Côa (Fotografia: Artur Machado/GI)

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MONTALEGRE

Natureza em festa e património secular

A aldeia de Pitões das Júnias, a mais de mil metros de altitude, tem muitas cartas na manga, além dos sabores ancestrais: trilhos, lagoas, um carvalhal centenário e um mosteiro isolado num vale de águas correntes.

Aldeia de Pitões das Júnias (Fotografia: Cristiana Milhão/GI)

O destino é Pitões das Júnias, mas o encantamento começa logo na estrada que liga Montalegre àquela aldeia, com os seus prados polvilhados de flores e vacas pachorrentas. É de vista regalada que se entra na povoação, erguida a mais de mil metros de altitude, em pleno Parque Nacional da Peneda-Gerês. E a natureza reserva mais surpresas para os visitantes.

Albertina Fernandes, do restaurante e alojamento Casa do Preto (ler abaixo), é generosa na partilha de sugestões de lazer, ao ponto de desenhar um mapa para os recém-chegados. Sem ele, dificilmente daríamos com as CALDEIRAS DE PEREIRA, umas lagoas algo escondidas, frequentadas pelos habitantes. Outra dica é subir até à Capela de São João da Fraga e apreciar a vista sobre a serra.

Caldeira de Pereira (Fotografia: Rui Oliveira/GI)

Não faltam trilhos, nem incentivos para os fazer. Uma queda de água com cerca de 30 metros e um carvalhal centenário, com uma árvore associada a várias lendas (como a de ser habitada por um duende) são boas razões para ir até à CASCATA DE PITÕES DAS JÚNIAS, seguindo um percurso que inclui passadiços renovados. Chegando a esse destino, basta fazer um pequeno desvio para encontrar, nas imediações, o carvalhal, localmente apelidado de Boredo.

Aquele mesmo trilho, que começa junto ao cemitério, também conduz ao MOSTEIRO DE SANTA MARIA DAS JÚNIAS, fundado no século XII e classificado como Monumento Nacional. Há uma certa poesia nas suas ruínas enquadradas num vale verdejante, com água a correr. Mais um motivo para parar a contemplar o património – natural e edificado – que guarda Pitões das Júnias.

Cama lavada e fumeiro na mesa

A aldeia mantém vivos os sabores e as tradições do mundo rural. Basta atentar na ementa do restaurante DOM PEDRO PITÕES, assente em fumeiro próprio e demais produtos locais, traduzidos em especialidades como o cozido, a feijoada à transmontana ou o cabrito. Longe vai o tempo em que, ali chegados, os forasteiros não encontravam onde comer ou dormir.

(Fotografia: DR)

Foi para colmatar tal lacuna que António Fernandes, de alcunha Preto, entretanto falecido, criou a CASA DO PRETO, um restaurante de comida regional muito baseado, também, no fumeiro de família. O negócio, a que se somam 15 quartos, está agora nas mãos das filhas, Maria e Albertina Fernandes, que continuam a servir pratos como alheira e presunto ou posta de vitela.

VER ESTRELAS

Pitões das Júnias constitui um bom ponto de observação de estrelas, mesmo à vista desarmada. Um prazer que se perde com a poluição luminosa das cidades.

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BRAGA E GUIMARÃES

Passear à boleia da modernidade

As duas cidades minhotas têm-se reinventado ao longo dos anos, abrindo lugar à arte contemporânea, à nova cozinha e à arquitetura moderna, de mão dada com o legado histórico que carregam.

Cidades de muralhas, castelos, igrejas centenárias e ruas medievais, também são sinónimo de modernidade, frescura, arte e renovação. Exemplo disso mesmo é o GNRATION, um espaço que nasceu da reconversão do antigo quartel da GNR de Braga num lugar dedicado à relação entre a arte e a tecnologia, em particular as artes digitais e a música contemporânea. O edifício, rejuvenescido à boleia da Capital Europeia da Juventude, em 2012, tornou-se um importante pólo cultural na cidade, acolhendo ciclos de cinema, concertos, exposições, residências artísticas e até várias startups.

GNRation (Fotografia: Paulo Jorge Magalhães/GI)

A arte contemporânea é também o pilar da ZET GALLERY, que a cada dois meses apresenta uma nova exposição. A mais recente abre este sábado, 2 de outubro, com as obras de sete artistas nacionais e internacionais que “foram desafiados a refletir sobre os tempos e espaços líquidos da pós-modernidade”.

Em Guimarães, foi a Capital Europeia da Cultura a dar o pretexto para a transformação do antigo mercado municipal na Plataforma das Artes e da Criatividade, uma incubadora de empreendedorismo nas áreas artísticas e culturais, que acolhe o CENTRO INTERNACIONAL DAS ARTES JOSÉ DE GUIMARÃES (CIAJG). O espaço tem em exposição permanente as coleções de arte tribal africana do artista José de Guimarães, e também mostra obras de artistas contemporâneos. Este sábado é inaugurado o novo ciclo de exposições “Ficcionar o Museu”, e o centro pode ser visitado excepcionalmente até às 21h. Do outro lado da cidade, no Centro para os Assuntos da Arte e da Arquitetura, o ambiente industrial de uma antiga fábrica têxtil serve de cenário a várias obras de arte, e ao restaurante e café vegetariano CANTINA, que permite almoçar com vista para uma das galerias do centro cultural.

CIAJG (Fotografia: Miguel Pereira/GI)

Em matéria de gastronomia, a cidade berço também está na vanguarda, não fosse morada do único restaurante com estrela Michelin da região, A COZINHA, do chef António Loureiro, ou detentora de uma das 7 Maravilhas da Nova Gastronomia de Portugal, o mil-folhas vegano de batata, cantarelos e bolota do restaurante COR DE TANGERINA. É o mais antigo restaurante vegetariano da cidade, vizinho do Paço dos Duques de Bragança há 15 anos e prova de que há sempre espaço e tempo para inovar. AC

A Cozinha (Fotografia: Miguel Pereira/GI)

Arte e simplicidade no centro histórico

À recuperação de uma casa senhorial oitocentista juntou-se um novo edifício, de traços mais contemporâneos, inspirado na simplicidade escandinava, com linhas retas e muito uso da madeira, para dar vida ao SANTA LUZIA ART HOTEL. O quatro estrelas, instalado à porta do centro histórico de Guimarães, tem ainda uma piscina no terraço, bar, restaurante e spa.

Santa Luzia Art Hotel (Fotografia: Miguel Pereira/GI)

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LOUSADA

Passear à boleia do Românico

Exemplares da Rota do Românico e o seu centro de interpretação, um museu dedicado à história do cinema, uma quinta familiar e um restaurante regional são alguns dos encantos desta vila a menos de uma hora do Porto.

São 58 monumentos – entre igrejas, pontes, monteiros e memoriais -, distribuídos por 12 municípios dos vales do Sousa, Douro e Tâmega, aqueles que se conhecem seguindo pela Rota do Românico. O Centro de Interpretação do Românico, no centro de Lousada, pode ser o ponto de partida para quem quer explorar estas edificações que remontam à Idade Média, fazendo um enquadramento da arquitetura românica recorrendo a ecrãs táteis, imagens antigas e uma exposição. Só no concelho, encontram-se seis exemplares, como a castiça Ponte de Espindo, a Igreja de Santa Maria de Meinedo e a Torre de Vilar, no parque verde homónimo, onde, aos fins de semana, se sobem as escadas no seu interior para alcançar uma panorâmica sobre Lousada, a 14 metros de altura.

A pouco mais de um quilómetro, a ocupar o interior de uma casa oitocentista, encontra-se a CASA MUSEU DE VILAR – A Imagem em Movimento, onde o premiado realizador e produtor Abi Feijó guia, com vagar, os visitantes pelo mundo do cinema de animação, desde o pré-cinema até à atualidade. Tanto se vê a “magia”produzida por “brinquedos óticos”, como o fenaquistoscópio, um dispositivo inventado pelo belga Joseph Plateau que cria a ilusão de movimento, como se aprende o que são os princípios de staging, e conhece-se melhor a obra de Abi e de Regina Pessoa, assim como uma coleção de desenhos originais de filmes de animação estrangeiros, da coleção de Abi Feijó, Regina Pessoa, Normand Roger e Marcy Page. ALS

Casa Museu de Vilar (Fotografia: Artur Machado/GI)

Gigantes verdes
É um dos vários projetos da autarquia relacionados com o ambiente, e tem como objetivo mapear as árvores com elevado valor ecológico dentro do município. Mais de 3 mil exemplares já foram caracterizados.

Ficar numa quinta produtora de vinho

Nesta bonita QUINTA DE LOUROSA com 30 hectares, a enóloga Joana Castro e os pais vivem e produzem vinhos Alvarinho, Verde, tinto e rosé, bem como alguns espumantes, com o amor que foi passado de geração em geração. E dá-se dormida, numa casa de pedra, a quem procura um lugar sossegado para pernoitar. Os hóspedes podem optar por ficar num dos seis quartos duplos, ou no apartamento, que acomoda quatro pessoas. Durante o dia, além de mergulhos na piscina e partidas de ténis, os hóspedes podem ouvir Joana a falar sobre a vinha e os vinhos da quinta em passeios guiados ou visitar a adega e fazer uma prova comentada.

Quinta de Lourosa (Fotografia: Artur Machado/GI)

Comer em casa clássica e regional

Cozido à portuguesa, lombo assado e rojões atraem comensais ao ESTRADA REAL, de Cláudio Carvalho e a mãe, Rosa Babo. Neste restaurante com mais de 30 anos privilegia-se o receituário regional, onde estão incluídas também especialidades como o Bacalhau à Real, coroado por cebolada e maionese, o cabrito assado, e os filetes de polvo com arroz de tomate. Para terminar, sugere-se os beijinhos d’amor – uma espécie de pequenas cavacas – ou o pão-de-ló, muito fofo, cozido num forno a lenha, em forma de barro.

Estrada Real (Fotografia: Artur Machado/GI)

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Centro: duas escapadelas para a ponte (da arte urbana aos sabores da montanha)

Um roteiro de arte urbana por quatro aldeias do concelho de Montemor-o-Velho e visitas gastronómicas na Serra da Estrela. Eis duas propostas para gozar o tempo livre no Centro do país, aproveitando a ponte de 5 de outubro.

MONTEMOR-O-VELHO

Um roteiro de arte urbana em cenário rural

Há muito para ver no Roteiro de Arte Urbana da União de Freguesias de Abrunheira, Verride e Vila Nova da Barca – dos murais às placas de boas-vindas às localidades, com tipos de letra não convencionais. Tudo começou em 2015, com a realização de três workshops de arte urbana com idosos. Esse processo envolveu o artista Adres e a arquiteta Lara Seixo Rodrigues, do projeto Lata 65, e resultou nas primeiras intervenções. No ano seguinte, nasceu o Festival Rebuliço e, com ele, novas pinturas nas paredes das aldeias.

“Todas as peças estão ligadas à comunidade; só assim faria sentido, num território rural”, defende Daniel Nunes, que dirigiu as duas edições daquele festival, em 2016 e 2017. Há visitas gratuitas por marcação, embora o circuito possa ser feito a solo. As obras, localizadas nas povoações de Abrunheira, Verride, Vila Nova da Barca e Reveles, estão assinaladas num mapa no Google. E, na dúvida, basta pedir indicações a quem lá vive. CF

Duas peças:

#1 – “Lira-Lírica”
Na Rua de São Sebastião, em Verride, há uma peça multicolorida que homenageia a Associação Filarmónica União Verridense. Chama-se “Lira-Lírica” e foi feita, na segunda edição do festival, pelo artista gonçaloMAR.

(Fotografia: Maria João Gala/GI)

#2 – “Por amor à terra”
No Largo da Caixa Agrícola, na Abrunheira, salta à vista a peça “Por amor à terra”, criada, na estreia do Rebuliço, pelo Halfstudio. Na base está a lenda das sete irmãs desavindas a quem o pai dera terras em diferentes zonas do Baixo Mondego; mais tarde, recusaram voltar ao castelo, preferindo manter-se naqueles locais, dos quais se haviam enamorado.

(Fotografia: Maria João Gala/GI)

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Doces conventuais

A doçaria conventual é uma riqueza de Montemor-o-Velho, dos pastéis e queijadas de Tentúgal às queijadas de Pereira. São doces distintos, que vale a pena provar.

Descanso em sintonia com a natureza

A QUINTA DE SANTO ANTÓNIO DO CARDAL, em Reveles, na margem esquerda do Mondego, é uma propriedade rural do século XIX, integrada numa área de cerca de dez hectares, com “uma mata muito rica”, sublinha a proprietária Maria Teresa Rosa. Privilegia-se o contacto das pessoas com a natureza e consigo mesmas – daí a abertura para acolher retiros e atividades ligadas ao ioga ou ao mindfulness. Aquela casa de campo cheia de história tem sete quartos, piscina, percursos pedestres e um miradouro privativo.

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Sabores tradicionais com toque de chef

Há pouco mais de um ano, Casal Novo do Rio ganhou um pequeno restaurante de cozinha de autor: o PIMENTA VERDE. Os sabores tradicionais estão lá, mas com novas roupagens, explica o chef Guerreiro Dias, que preparou uma carta com pratos de peixe e de carne – do bife de atum fresco ao T-bone -, sem esquecer as opções vegetarianas. Há ainda o menu do dia: 9 euros dão direito a prato principal, couvert, sopa, uma bebida e café.

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SERRA DA ESTRELA

Passear pelos sabores da montanha

À frente do restaurante da CASA DE SÃO LOURENÇO, hotel de cinco estrelas sobranceiro ao vale do Zêzere, está Manuel Figueira, chef de 25 anos que integrou a equipa da unidade hoteleira criada por João Tomás e Isabel Costa ainda no seu primeiro projeto, a Casa das Penhas Douradas, quando a São Lourenço estava em obras.

Agora, é nesta que o chef tem brilhado com as suas propostas que passam pelo resgate do que é tradicional e pela utilização dos produtos locais e sazonais. “Temos curiosidade em perceber o que se fazia aqui”, conta o chef natural de Tondela. “Conversamos muito com as pessoas de cá que nos falam de como os seus avós faziam algumas coisas”. Como o caldo de castanhas que integra a nova carta de outono. “Secavam-nas à lareira e depois faziam a sopa. Alguns serviam-na como sobremesa”, conta.

Na carta há pratos de carne de caça e de cogumelos, como boletos e míscaros selvagens. Há ovo a baixa temperatura com boletos e, no campo dos clássicos, arroz de míscaros com couve, arroz de míscaros com perdiz e javali com castanhas e cherovia.

(Fotografia: DR)

Como o restaurante está inserido no hotel e é aberto a todos, as propostas são diversificadas. “Muita gente procura pratos tradicionais, mas outros querem ter uma experiência gastronómica diferente. Os que ficam cá a semana inteira gostam de, depois de uma caminhada, comer algo mais leve”, explica o chef, que tem resposta para todos. Ou não fosse este um restaurante de proximidade.

Ser tratado como se se fosse da família acontece um pouco por toda a serra. A uns 40 minutos de carro, nas Penhas da Saúde, a CASA DO CLUBE é um bar de petiscos serranos e vinhos a condizer. David Timóteo e Vera Durão abriram o espaço no verão de 2019 como complemento do restaurante que já tinham, o Varanda da Estrela. Aqui, a ideia é partilhar petiscos: seja queijo da Serra, chouriça de javali, uma tradicional feijoca ou a especialidade beirã brulhão, enchido com arroz e carne de porco e condimentado com tomilho-serpão.

(Fotografia: Adelino Meireles/GI)

Quem preferir explorar a serra mais a norte, deve visitar a aldeia medieval de Linhares da Beira e o seu conceituado restaurante COVA DA LOBA, com comida de inspiração regional. Sopa de perdiz com boletos em massa folhada, alheira de caça ou queijo de cabra panado com compota de frutos do bosque são algumas das propostas. Se forem saboreadas à lareira, ainda sabem melhor. LM

(Fotografia: Artur Machado/GI)

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Caminhadas
É possível fazer percursos pedestres pela serra, de forma autónoma ou com guia. Para mais informações consultar aqui.

(Fotografia: Reinaldo Rodrigues/GI)

 

Visitar uma queijaria artesanal

Na queijaria CASA AGRÍCOLA DOS ARAIS, em Vide-Entre-Vinhas, Celorico da Beira, o queijo e o requeijão são feitos artesanalmente e devidamente certificados. A produção é feita com o leite de duzentas ovelhas de raça bordaleira, criadas em exploração própria, entre outros litros comprados a vários produtores. Há visitas por marcação.

(Fotografia: Jorge Amaral/GI)

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Conhecer uma quinta produtora de vinho

Encaixada num vale com Castelo Branco a sul e Guarda a norte, a Serra da Estrela de um lado e a da Malcata do outro, esta quinta produtora de vinhos DOC Beira Interior tem as suas portas abertas a visitas. Foram os avós de Pedro Carvalho, que gosta de guiar os turistas pela adega e pela quinta, que compraram a propriedade em 1945. O programa para quem quer conhecer a história e os vinhos da QUINTA DOS TERMOS inclui visita à adega e prova de três rótulos. A quinta também tem loja onde se vendem todos os produtos ali produzidos, incluindo mel.

(Fotografia: Rui Oliveira/GI)

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Escapar para comer e beber no Algarve e no Alentejo

Este ano a Rota do Petisco passa por 292 estabelecimentos aderentes em 11 municípios, de Odeceixe a Cabanas de Tavira. Um convite a rumar ao Algarve na época baixa, sem que falte o que ver e fazer. Em Évora, conhecer a adega e os vinhos Casa Relvas pode ser o pretexto para um dia diferente nos arredores da cidade.

Petiscos algarvios, com toques de chef ou típicos de vários países do mundo vão ser servidos até ao dia 10 de outubro durante a 11.ª edição da Rota do Petisco, que decorre em 292 estabelecimentos de restauração em 11 concelhos algarvios. São eles Aljezur, Vila do Bispo, Lagos, Portimão, Monchique, Lagoa, Silves, Albufeira, Loulé, São Brás de Alportel e Tavira.

O modelo de participação repete-se: para saberem onde ir e terem acesso aos menus (petisco ou doce), os participantes devem comprar um passaporte, por 1,50 euros, para ir carimbando a passagem pelos diferentes estabelecimentos. No final, podem ganhar prémios. Cada menu normal (petisco e bebida) custa 3 euros e o menu Doce (sobremesa e bebida) custa 2 euros.

O melhor será fazer o périplo gastronómico de carro, para ter mais liberdade de movimentos a partir de um ponto de estadia. A Aldeia da Pedralva, antiga aldeia rural fortemente desertificada e recuperada com 26 casas abertas ao turismo ativo, pode ser uma boa opção. As casas – com um, dois ou três quartos – conseguem acomodar até oito pessoas e estão equipadas com kitchenette, área de estar e zona de refeições. Algumas têm também terraço exterior.

De momento, o alojamento tem uma campanha em que oferece um passeio de burro para duas pessoas com piquenique, na reserva de duas noites, com hipótese de incluir pequeno-almoço.

Fortaleza de Sagres.
(Leonardo Negrão / Global Imagens)

Visitar a Fortaleza de Sagres

Localizada a 20 minutos de carro de Vila do Bispo num promontório natural, a Fortaleza de Sagres é um lugar que vale a pena visitar, pela história e pela paisagem atlântica. A fortificação remete para os tempos em que a defesa da costa portuguesa contra os ataques de corsários era decisiva.

Cabo de São Vicente
O Cabo de São Vicente é o extremo sudoeste do continente europeu. Os romanos chamavam-lhe o Promontorium Sacrum em honra do deus Saturno. Além de ter um museu visitável, é lugar privilegiado para assistir ao pôr do sol e às vagas marítimas quebrarem-se na costa.

Passear de jipe

O turismo de aldeia pode organizar vários programas para os hóspedes se entreterem. Um deles são os passeios de jipe pela costa oeste/Sagres, por Monchique ou fora da estrada, e que podem ser conjugados com o pôr do sol, por exemplo. Experiência a partir de 38 euros por adulto.

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Das vinhas às nuvens, em Évora

Conhecer a adega e os vinhos Casa Relvas pode ser o pretexto para um dia diferente nos arredores da cidade. Além de dormir e comer bem, Évora também permite ver as vinhas do céu, a bordo de um avião.

Imersa na paisagem da planície alentejana e limitada pela aldeia de São Miguel de Machede e pela ribeira do Pardiela, a Herdade da Pimenta é o endereço a colocar no GPS se o destino for o enoturismo da Casa Relvas. À chegada, é impossível não reparar no edifício sede, revestido em cortiça e finalista do Building of The Year pela Archdaily pela forma harmoniosa como foi enquadrado no terreno.

É aqui que se encontram os escritórios e atividades de enoturismo da Casa Relvas, projeto familiar fundado há 24 anos pelas mãos de Alexandre Relvas, que encontrou na Herdade de São Miguel a lembrança dos horizontes vastos das suas raízes africanas. Para conhecer esta história, nada como visitar a adega, que tem agora uma nova sala de provas. Os programas de visitas e provas vão dos 8 aos 50 euros por pessoa. Por um valor intermédio de 25 euros, por exemplo, pode-se fazer uma visita guiada à adega e provar cinco vinhos acompanhados de petiscos com fava frita, azeitonas, queijos e enchidos tradicionais, pão alentejano e azeite.

Admirar a paisagem das planícies dos arredores de Évora numa perspetiva aérea também é possível, para os mais aventureiros, com a Dream Air College. Em parceria com o hotel Moov, esta empresa sediada no aeródromo da cidade organiza a experiência “Piloto por um Dia”, que consiste em receber um briefing sobre os conceitos básicos da aeronáutica e ingressar num voo particular acompanhado por um profissional.

Ficar no Moov Évora
Este hotel de ambiente moderno e minimalista fica colado à Igreja das Mercês, no centro histórico de Évora. Tem 80 quartos de várias tipologias, um pátio arborizado onde se pode tomar o pequeno-almoço e fica a poucos minutos a pé do centro classificado como património mundial. Quarto duplo standard a partir de 40 euros/noite com pequeno-almoço.

Comer na Tasquinha do Oliveira

O cordeiro no forno é uma das especialidades de Carolina Oliveira, ela que, ao lado do marido Manuel há mais de 40 anos, assegura o leme da cozinha desta casa. De criações próprias, a cozinheira apresenta também um cremoso suflé de espinafres com camarão. O restaurante é pequeno e muito procurado, pelo que é melhor fazer reserva.

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