Entroncamento: o Museu Nacional Ferroviário leva-nos a viajar no tempo

A exposição ocupa três edifícios do antigo Complexo Ferroviário da cidade. (Fotografia de Pedro Cerqueira/DR)
O Museu Nacional Ferroviário, que conta a história do caminho de ferro em Portugal, guarda uma enorme variedade de documentos e peças, desde locomotivas a vapor até ao único comboio real completo da Europa.

Na receção do Museu Nacional Ferroviário, no Entroncamento, estão expostas algumas peças, como faróis e lanternas de sinais de outras épocas; mas é preciso entrar para perceber como é rica a coleção, que integra locomotivas, carruagens, salões, vagões e um sem fim de objetos e documentos carregados de memórias. É uma viagem de 160 anos pela história do caminho de ferro em Portugal, que tem lugar no antigo Complexo Ferroviário da cidade, uma área com 4,5 hectares (o equivalente a seis campos de futebol) e 19 linhas ferroviárias.

A exposição estende-se por três edifícios. O primeiro, construído nos anos 1940, era o Armazém de Víveres, onde os ferroviários faziam as compras. É lá que aprendemos sobre os primórdios do comboio a vapor e a construção da rede ferroviária nacional. Uma das peças mais emblemáticas é a locomotiva-brinquedo La Liliputienne, réplica de uma locomotiva do rei francês Louis Philippe que o próprio ofereceu aos príncipes da família real portuguesa. Certo é que D. Pedro V e o irmão D. Luís acabaram por ter um papel determinante na introdução daquele meio de transporte no país.

O museu também dá conta da evolução da bilhética.
(Fotografia de Pedro Cerqueira/DR)

A primeira viagem de comboio em Portugal, de Lisboa a Vala do Carregado, data de 1856. Esse marco histórico é assinalado por um bilhete e por uma aguarela de António Joaquim de Santa Bárbara retratando a chegada do Comboio Real ao Carregado, aponta Dina Póvoa, responsável pela unidade de atendimento do museu, que disponibiliza visitas orientadas para uma ou mais pessoas, por marcação.

Cenário bem diferente é a Rotunda das Locomotivas, onde estão expostas várias máquinas a vapor, incluindo a locomotiva mais antiga em Portugal: é conhecida como Andorinha, e começou a circular por cá em 1957. O espaço era originalmente para parqueamento, sendo que do edifício original resta a placa giratória, usada para inverter o sentido da marcha.

(Fotografia de Pedro Cerqueira/DR)

Seguem-se as Antigas Oficinas do Vapor, onde era feita a manutenção de locomotivas e carruagens, e que hoje guardam dezenas de veículos, com destaque para duas joias raras: o Comboio Real e o Comboio Presidencial. O Comboio Real Português, composto pela locomotiva a vapor D. Luiz, pelo Salão D. Maria Pia e pelo Salão do Príncipe, “tem a particularidade de ser o único comboio real completo na Europa”, assinala a diretora do museu, Maria José Teixeira. Por questões de preservação, só é aberto a 20 visitantes uma vez por ano (no dia 28 de outubro, data da primeira viagem de comboio no país).

Já o Comboio Presidencial, que circulou em Portugal entre 1910 e 1970, servindo chefes de Estado e respetivas comitivas nas suas deslocações, pode ser percorrido sem restrições. Inclui veículos com diferentes graus de conforto, consoante os passageiros a que se destinavam – o mais simples era a Carruagem dos Jornalistas e o mais nobre o Salão do Chefe de Estado, com vidros à prova de bala e um compartimento privado.

O Comboio Presidencial transportou chefes de Estado pelo país.
(Fotografia de Pedro Cerqueira/DR)

Existe ainda a possibilidade de conhecer os bairros ferroviários e, em breve, uma oficina da CP em laboração. O museu também é palco de outras experiências, envolvendo desde modelismo ferroviário até condução de uma locomotiva num simulador. Por ser tão extenso e diversificado, facilmente se passa ali o dia. Nem é preciso sair para almoçar: os visitantes podem levar merenda para as carruagens de bar/restaurante, ou recorrer a serviços de catering, mediante reserva prévia, tratando-se de grupos.

(Fotografia de Pedro Cerqueira/DR)

Festival Vapor

O Museu Nacional Ferroviário acolhe o Festival Vapor – Steampunk Circus, que tem ligações à estética steampunk, influenciada pelo início da Revolução Industrial no Reino Unido e ao movimento punk dos anos 1970, contextualiza a diretora, Maria José Teixeira. Deverá ser retomado neste ano, em meados de setembro.

(Fotografia de Pedro Cerqueira/DR)

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