Em Évora, há comida, moda e arte no revigorado Palácio Duques do Cadaval

Palácio Duques do Cadaval. (Fotografia: Francisco Nogueira)
Nasceu no século XIV, mas o Palácio Duques do Cadaval está cheio de vida. Junto ao Templo Romano de Évora, nasceu um novo restaurante, o Cavalariça, e uma exposição que leva arte marroquina e vestidos de Yves Saint Laurent ao centro eborense.

Soma sete séculos de vida, desde que foi construído nas ruínas de um antigo castelo árabe, mas o Palácio Duques de Cadaval, situado no centro histórico de Évora e vizinho do Templo Romano eborense, está revigorado, juntando novidades que atravessam o mundo da moda, da arte e da gastronomia.

Quatro anos depois da última mostra, o palácio acolhe a nova exposição “Love”, que tem como ponto de partida a paixão do Yves Saint Laurent por Marrocos, desde que visitou Marraquexe pela primeira vez, nos anos 1960. A inspiração pelas cores quentes, texturas e cultura marroquinas foi tal que mudou a sua forma de criar roupa, e pode ser vista na Igreja de São Evangelista, parte do complexo do palácio.

Os coordenados de Yves Saint Laurent na Igreja de São Evangelista.

No interior da igreja, que começou a ser construída no século XV, estão expostos 15 coordenados da autoria do estilista francês, com curadoria de Stephan Janson. É a oportunidade para apreciar também o pórtico gótico do edifício, o altar da capela-mor ao estilo maneirista e a azulejaria barroca que reveste o interior da igreja.

Os restantes dois capítulos da exposição remetem ao interior do palácio, no seu piso superior. Um foca-se no trabalho de treze artistas marroquinos contemporâneos, com peças de tapeçaria, pintura, cerâmica, ilustrações, vitrais e instalações artísticas, às quais se juntam os posters pintados por Saint Laurent ao longo de 27 anos. O outro, com curadoria de Alexandra do Cadaval, mostra vestidos feitos por Noureddine Amir, o primeiro estilista marroquino a apresentar uma coleção de alta costura em Paris. O bilhete para a exposição “Love” custa 12,50 euros e é grátis para menores de 12 anos. Das 10h às 18h, de terça a domingo.

A exposição “Love” junta peças de arte de artistas marroquinos contemporâneos. (Fotografia: Francisco Nogueira)

As criações de moda de Noureddine Amir. (Fotografia: Francisco Nogueira)

 

A chegada da Cavalariça a Évora

A escadaria que nos leva ao pátio de inspiração andaluz, do qual se avista a torre sineira original dos tempos árabes, descortina outra das novidades do espaço: um novo restaurante. Depois das casas homónimas na Comporta, em 2017, e em Lisboa, em 2020, o chef Bruno Caseiro abre o terceiro Cavalariça em Évora, aqui com a chilena Catalina Viveros como subchefe. Na nova casa, mantém a identidade do Cavalariça, mas tem uma carta inteira de novas propostas, sem perder rumo à sazonalidade e ao produto alentejano.

O chef Bruno Caseiro. (Fotografia: Luís Ferraz)

O polvo grelhado com camarão-vermelho do Algarve e grão-de-bico. (Fotografia: Luís Ferraz)

A punheta de cação curado com cebola avinagrada e raspas de laranja; o coelho de escabeche acompanhado de tortilhas de trigo; as empanadas de borrego com molho de algas; a orelha de porco panada com alho assado e maçã; o tártaro de vaca mertolenga biológica; e o cachaço de porco alentejano com nabos e jus de pimentão são alguns dos pratos da casa, onde entra bastante luz natural, a mesma que ilumina os murais e frisos desenhados por Esther Mahlangu, com corres garridas e padrões que nos transportam para a cultura africana.

A esplanada do novo Cavalariça Évora. (Fotografia: Francisco Nogueira)

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