Em Cinfães, a Aldeia da Margarida é uma homenagem à ruralidade

Aldeia da Margarida, em Tarouquela, Cinfães. (Fotografia de Maria João Gala/GI)
Pedro Bernardes comprou três casas em ruínas na pequena localidade rural de Tarouquela e transformou-as em alojamento. Encaixada num ambiente verde, que inclui mais de 300 árvores de fruto, a Aldeia da Margarida convida a desacelerar.

Foram as memórias de infância que motivaram Pedro Bernardes a procurar um espaço rural para montar um alojamento. “Os meus avós e o meu pai eram de Castelo de Paiva e quando eu era criança passava lá muito tempo”, conta o criador e gestor da Aldeia da Margarida, um refúgio em Cinfães do Douro envolvido por natureza.

Nascido no Porto, Pedro conta que quando os avós faleceram, a família deixou de usufruir do espaço, mas “as memórias ficaram guardadas”. Pedro ficou sempre com o objetivo de um dia mais tarde poder ter “uma casinha na aldeia”, afirma o próprio.

Essa oportunidade surgiu há meia dúzia de anos quando descobriu três habitações em ruínas na freguesia de Tarouquela. “Procurei imenso, primeiro em Castelo de Paiva, mas quando vi este local gostei muito”, lembra. Acabou por comprar as casas e todo o terreno à sua volta. “Começou a ganhar uma dimensão maior do que eu esperava.”

Tudo isto coincidiu com uma mudança radical na sua vida. “Trabalhava na área financeira e decidi ter uma vida mais calma, menos stressada. Saí da empresa onde trabalhava em janeiro de 2020. A pandemia veio em março. Nessa altura pensei, ‘no que me fui meter’”, recorda.

A Aldeia da Margarida acabou por ser inaugurada em maio de 2021 e por se tornar num refúgio em tempos de pandemia para quem queria sair da confusão das cidades e passar uns dias ao ar livre. O espaço tem tudo para proporcionar o desaceleramento. Além dos oito quartos, um deles com kitchenette, a quinta que se criou à volta dos edifícios está repleta de árvores de fruto, mais de 300, entre oliveiras, cerejeiras, diospireiros, tangerineiras e laranjeiras. A maior parte já lá estava, mas muitas foram plantadas por Pedro. Também não falta uma horta e vários animais, tratados com carinho por Cláudia Teixeira, uma das três funcionárias que cuidam de manter o espaço a funcionar em pleno.

Aldeia da Margarida (Fotografar Maria João Gala/GI)

“A quinta dos meus avós tinha porcos, bois e vacas. Aqui não dá para ter isso, mas temos ovelhas, cabrinhas anãs, galinhas, patos…”, refere Pedro Bernardes. “Pensei bastante nas crianças, que podem aqui ter contacto com a natureza e com os animais”. Foi também uma criança que inspirou o nome do alojamento. “A minha filha, a Margarida, um dia chegou a casa e disse que alguns colegas iam passar férias à aldeia e queixou-se que não tinha aldeia. Assim surgiu o nome. O mais simples às vezes é o que funciona melhor.”

O espaço tem um restaurante, que só funciona para os hóspedes, onde se podem comer desde petiscos leves a comida substancial e tradicional. Há pratos como o bacalhau à lagareiro ou à Dona Armanda, polvo, alheira ou posta de vitela à arouquesa. Tem também várias opções vegetarianas. Alguns dos produtos, como os ovos e as hortícolas, vêm da quinta. Ainda não têm produção suficiente para toda a demanda, mas já é uma boa amostra do que a nova aldeia tem para oferecer.

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