O rio do Paço, um pequeno curso de água que nasce em Vilar do Paraíso e desagua no mar, faz a divisão entre as praias de Valadares Sul e Valadares Norte. Valadares Sul é, no entanto, também o nome da água balnear que abrange três praias: a homónima, a praia do Sindicato e a praia do Atlântico.
Neste caso, foquemo-nos na praia de Valadares Sul, com o seu areal extenso entrecortado por formações rochosas perto da linha de água. Não sendo detentora de encantos como uma capela ou o ambiente pitoresco que paira na Granja, a praia está enquadrada pelo belíssimo edifício do Sanatório Marítimo do Norte, que atualmente acolhe o Centro de Reabilitação do Norte.
Aquela obra remonta a 1916 e foi assinada pelo arquiteto Francisco Oliveira Ferreira, também responsável pelo desenho do café A Brasileira, no Porto, e do edifício dos Paços do Concelho, em Gaia. O sanatório funcionou até 1978 e tratou milhares de doentes com distúrbios ósseos. O equipamento de saúde, nascido da motivação pessoal do médico ortopedista Ferreira Alves, foi inovador para o tratamento da tuberculose e “teve um grande impacto social, não só em Portugal como a nível internacional, tendo o lançamento da primeira pedra sido amplamente divulgada pela imprensa da época”, escreve o historiador Nuno Ferreira, no texto “O Sanatório Marítimo do Norte e a Clínica Heliantia de Valadares. Arquitectura, património e saúde”.

(Fotografia de André Rolo/GI)
Hoje, são sobretudo banhistas que buscam um momento de descanso ao sol que acorrem ao litoral de Valadares, embora as generosas quantidades de iodo presentes na água daquele mar também sejam um fator de interesse para quem pretende melhorar a saúde das suas articulações.
Estando em Valadares, vale a pena conhecer um pão doce centenário, típico daquela freguesia, à base de farinha, açúcar e ovos. Encontra-se na Padaria Os Velhotes, na Avenida António Coelho Moreira, entre outros estabelecimentos.
Como ir? Do sul, pela A1 e pela A44, seguindo pela saída 2. Seguir pela Av. Combatentes do Ultramar Português, Av. de Francelos e Av. dos Sanatórios para a Av. Infante Sagres.
Acesso a deficientes: sim
Bandeira azul: sim
WC e chuveiros: sim
Estacionamento: sim
O que fazer ao redor da areia
P4 na praia
Aberto em abril no lugar deixado pelo Bar do Alex, apresenta-se como restaurante e beach club, com espaço interior e esplanada mesmo em cima da areia. Às mesas chegam os pratos do chef Nuno Santos, que casam influências de diversas latitudes, como o poke de atum, rotolo de mozarela, tacos P4 com maionese picante, lasanha de ossobuco, bitoque de atum à portuguesa e bun de marisco. Da carta constam ainda diversos arrozes, pizas, focacce e carnes na grelha, para emparelhar com cocktails e uma garrafeira generosa.
- (Fotografias de André Rolo/GI)
Rota da água
Com dois percursos já lançados, a Rota da Água convida a conhecer a marginal de Gaia e as suas curiosidades. Um deles, a Rota do Atlântico, pode ser percorrido a pé ou de bicicleta. No Centro de Educação Ambiental das Ribeiras de Gaia, durante os dias úteis, das 9 às 17 horas, emprestam-se cinco bicicletas elétricas, duas delas com atrelado para crianças. Antes de partir é possível consultar placas com códigos QR que mostram a informação no telemóvel.

(Fotografia de André Rolo/GI)
Mirai Sushi House
O peixe de cor intensa no balcão denuncia a frescura do sushi que se serve neste restaurante, um projeto de Cristina Gomes a funcionar há cinco anos. À frente da cozinha está o filho Henrique Gomes, que prepara as diferentes peças de sushi, recorrendo a atum, salmão, garoupa, corvina, charreu e lírio dos Açores, bem como poke bowls e saladas. De segunda a sexta, serve-se o menu de almoço. Por 16 euros, tem-se direito a 16 peças e bebida.

(Fotografia de André Rolo/GI)