O Cinema Batalha está de regresso ao Porto (com muitas novidades)

O renovado Batalha Centro de Cinema foi inaugurado dia 9 de dezembro. (Fotografia de Artur Machado/GI)
O Batalha reabriu no dia 9 de dezembro como Centro de Cinema e quer agregar várias artes, promover a educação para a imagem, o pensamento e a prática artística contemporânea. Tem duas salas de cinema, biblioteca, bar e espaços para exposições.

Após três anos de obras, o edifício desenhado pelo arquiteto portuense Artur Andrade e inaugurado em 1947 voltou a abrir ao público, recuperando características que o tempo e a política fizeram desaparecer ao longo de sete décadas de história. O Batalha regressa, assim, à vocação inicial: a de mostrar cinema e promover a cultura das imagens em movimento.

A reabilitação (de Alexandre Alves Costa e Sérgio Fernandez) teve percalços que acabaram por se revelar positivos. O principal foi ter-se recuperado os murais de Júlio Pomar, tapados com várias camadas de tinta pela PIDE, pouco tempo depois do cinema abrir portas.

Começa agora um novo capítulo da sua longa história. Guilherme Blanc, diretor artístico do espaço, refere que o projeto “é totalmente dedicado ao cinema, mas este entendido de uma forma aberta”. O diretor quis “um cinema atento à história mas também às práticas contemporâneas”. Um dos exemplos é o ciclo Políticas do Sci-Fi, a decorrer até 20 de janeiro. O projeto não se esgota dentro das salas. “Queríamos que se pudesse aceder a iniciativas que complementam a experiência de visionamento. Por isso temos grupos, cursos… queremos servir como mediador de relações”, acrescenta.

Há também um programa para escolas, além de exposições e performances. A programação completa está disponível aqui.


AO PORMENOR

A arte no Batalha
Além dos murais de Júlio Pomar, há mais arte para ver no Batalha. Na escadaria que liga o bar à Sala-Filme está uma pintura com animais e elementos vegetais de António Sampaio, que tal como Pomar foi opositor do regime de Salazar. Na fachada, encontra-se um relevo de Américo Braga, parcialmente destruído por evocar a iconografia comunista. O martelo, na época retirado ao operário, foi agora reposto, em aço.

Biblioteca e filmoteca
Aberta à população (apenas permitindo consulta no local), a biblioteca do Batalha disponibiliza uma vasta coleção de livros, jornais, revistas e outros documentos sobre cinema, imagem em movimento e assuntos afins (outras artes, ciências sociais e humanas ou curadoria). O espaço é composto por uma sala de leitura e dois pontos para visionamento de filmes. Abre de terça a sábado, das 11 às 19 horas.

Biblioteca e filmoteca (Fotografia de Igor Martins/GI)

Sala-filme
Espaço dedicado a artistas que trabalham imagens em movimento. Para abrir, foi escolhida a instalação “Premium connect”, de Tabita Rezaire. Aqui, parte de uma cena do filme “The matrix” para refletir sobre questões de exploração colonial. A obra cruza-se com o ciclo Políticas do Sci-Fi e é acompanhada pela apresentação das composições gráficas “Bowdown-Inner fire series” e “Pimp your brain”.

Sala-filme. (Fotografia de Igor Martins/GI)

Cafetaria & bar
O bar ocupa o espaço da antiga Sala Bebé, que foi um acrescento construído nos anos 1970. Antes de ser sala, era aqui que funcionava o salão de chá e café. Este foi assim recuperado e, além da sua função principal, vai receber algumas atividades, como performances ou instalações. Tem capacidade para 68 pessoas e está aberto de terça-feira a domingo, com lanches, refeições ligeiras e várias bebidas.

Cafetaria & bar. (Fotografia de Igor Martins/GI)

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