Cidade Invisível: a nova série da Netflix que quer preservar o ambiente

Cidade Invisível: a nova série da Netflix que quer preservar o ambiente
A série que a plataforma estreia esta sexta-feira mistura ação, drama, fantasia e mistério para refletir a importância da preservação do ambiente e celebrar o folclore brasileiro. Cidade Invisível é realizada por Carlos Saldanha, autor de "A Idade do Gelo" e "Rio".

Um inspetor ambiental descobre um mundo oculto de entidades mitológicas quando estabelece uma ligação entre o aparecimento do cadáver de um golfinho de água doce numa praia do Rio de Janeiro e a morte da sua mulher. Este é o ponto de partida para “Cidade Invisível”, a primeira série com atores reais de Carlos Saldanha, realizador de sucessos do cinema como “A Idade do Gelo”, “Rio” e “Ferdinando” e o único brasileiro a ser nomeado para dois Óscares de Melhor Filme de Animação. A história mistura ação, drama, fantasia e mistério para refletir a importância da preservação do ambiente e celebrar o folclore brasileiro.

“O nosso país tem a tradição de não valorizar a sua história, mas apropriar-se da própria cultura é libertador”, justifica Saldanha, que com esta trama se aventurou, pela primeira vez, numa história live-action. “Não vou dizer que foi fácil, mas foi certamente mais tranquilo do que eu pensava. Confesso que sentia um certo medo, porque sempre ouvi os realizadores reclamarem do ego dos atores. Eu não tive problemas. Mas já passei, sim, por momentos menos bons com atores bem conhecidos que fizeram as dobragens de voz das minhas animações”, confessou.

Alessandra Negrini é uma das atrizes da série.

Marco Pigossi e Manuela Dieguez também entram no elenco.

Entre a sugestão à Netflix, que agora estreia a série, e a sua conclusão passaram-se dois anos. Só os primeiros seis meses foram à espera de uma resposta da plataforma de streaming. No final, o resultado é uma produção trabalhosa para o seu criador, até porque “uma série leva bem mais tempo a finalizar do que um filme”. “Atualmente, uma longa-metragem não passa de 120 minutos. ‘Cidade Invisível’ teve sete episódios de 35 minutos cada. É o dobro”, enumera.

O que mais o motivou – além do desafio, claro – foi fazer algo diferente, algo que o próprio “gostasse de assistir”, como a série britânica “The Crown” e a alemã “Dark”, às quais assistiu nos últimos tempos em modo maratona. “Se pararmos de contar estas histórias, elas morrem”, desabafou. E esta é inspirada numa outra, contada por Carolina Munhóz e Raphael Draccon – autores conhecidos da literatura de fantasia, que já trabalharam com a Netflix em “O Escolhido”.

 

“Esta série é sobre ouvir o místico”

Os atores Marco Pigossi, Alessandra Negrini e Jéssica Cótes interpretam os principais papéis. Julia Konrad, Manu Diegues, Fábio Lago, Wesley Guimarães e José Dumont completam o elenco. “Estamos a ficar cada vez mais distantes da natureza, das coisas que realmente importam… Esta série é sobre ouvir o místico”, referiu Pigossi, que veste a pele do inspetor policial.

A preservação do meio ambiental é um dos pilares da série.

Alessandra Negrini, a misteriosa Inês, dona de um bar e uma das entidades mais poderosas da trama, acredita que “Cidade Invisível” representa “uma história universal, reconhecida universalmente pelo íntimo de qualquer um de nós”. “Renovou o amor pela nossa cultura popular, pelo folclore”, acrescentou. Córes antecipa o sucesso: “Tenho a certeza de que vai ser estrondoso… A música e os efeitos especiais estão incríveis”, avisou.

É precisamente este o segredo do êxito e, simultaneamente, um desejo. Nas palavras de Carlos Saldanha, “o que importa, na verdade, é o sentimento humano, os medos, os anseios”. “Isso é universal e aparece em todos os mitos. Mesmo regionais, as histórias precisam de ter uma temática global, para que qualquer pessoa se identifique. O desafio atual [em termos de ficção] é exatamente esse: fazer um enredo funcionar no seu próprio país e fora dele”.




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