Publicidade Continue a leitura a seguir

Casa Crocodilo, no Porto, reabre renovada e com o famoso réptil no chão

Agora que está no solo, a mascote da Casa Crocodilo pode ser apreciada com mais detalhe. (Fotografia: Leonel de Castro/Global Imagem)

Publicidade Continue a leitura a seguir

Uma montra com ares tropicais é agora o “habitat” do reparado réptil de cinco metros que passou as últimas décadas suspenso no teto da Casa Crocodilo, convivendo com couros, solas, napas e cabedais. Dar mais visibilidade ao septuagenário crocodilo foi uma das vontades de André Coutinho – neto de Tomás Coutinho, fundador da casa -, aquando das obras feitas na loja de 74 anos, graças ao programa municipal Porto de Tradição, que revitaliza e distingue negócios históricos da cidade.

O interior da loja sofreu uma renovação de meio ano. (Fotografia: Leonel de Castro/Global Imagem)

André Coutinho, neto de Tomás Coutinho, fundador da Casa Crocodilo. (Fotografia: Leonel de Castro/Global Imagem)

Após meio ano de empreitada, a casa reabriu em dezembro com uma montra ampliada, e o seu interior restaurado, pintado e arejado, sendo mais fácil agora apreciar o trabalho minucioso de Elisabete Queirós, gaspeadeira, atrás de uma vetusta máquina Singer; e de Rui Araújo, artesão, que ajuda em arranjos mais específicos.

Rui Araújo, artesão.(Fotografia: Leonel de Castro/Global Imagem)

Elisabete Queirós, gaspeadeira. (Fotografia: Leonel de Castro/Global Imagem)

“Vinha cá quando era mais novo ver o crocodilo”, solta um cliente, referindo-se ao animal que, há mais de 70 anos, foi proposto a Tomás Coutinho. “Um dia apareceu uma senhora [na loja] a dizer que tinha um crocodilo embalsamado, vindo do Brasil, no jardim de casa, mas que queria desfazer-se dele porque assustava as pessoas”, conta o neto, que deixou o emprego como farmacêutico, para ficar à frente da casa, em 2021, sucedendo ao pai, Guilherme. “O meu avô foi a casa dela – que tudo indica que fosse o Palacete da Condessa de Lobão, na Avenida da Boavista – e comprou-o por 30 escudos”. O réptil foi colocado no chão da loja, ainda na Rua Chã, mas as pessoas “mexiam e sentavam-se em cima dele”. Um ano depois, quando Tomás se mudou para a atual morada, o bicho deixou de estar ao alcance dos clientes, para evitar danos.

A oferta da casa inclui couros e napas de várias cores. (Fotografia: Leonel de Castro/Global Imagem)

E ali, do alto, foi acompanhado o negócio de peles, que cresceu ao longo dos anos. Se antigamente havia um corre-corre de moradores na rua, hoje as pessoas que passam são menos, mas o negócio vai de boa saúde, sobretudo com muitos pedidos de colocação de fechos em botas ou em peças de napa, e arranjos e pintura de casacos de couro. As pantufas da Serra da Estrela também se vendem bem, tendo esgotado no Natal, coisa que, segundo Elisabete Queirós, “nunca tinha acontecido”.

De resto, há artigos de sapateiro como cremes, tintas, graxa e cola; o Leather Cream, de marca própria, para reparar, amaciar e dar brilho a calçado em pele; fivelas para cintos e ilhós; carteiras, cintos, palmilhas e socos de Barcelos.

Algo está a fazer com que o sistema não consiga mostrar a ficha ténica desejada. Pedimos desculpa pelo incómodo.